Sétima Zona Eleitoral promove alterações em locais de votação









Sétima Zona Eleitoral promove alterações em locais de votação
O juiz da 7ª Zona Eleitoral do Recife, Nivaldo Mulatinho Filho, informou, em edital publicado no Diário Oficial do Poder Judiciário, os endereços dos 21 prédios onde funcionarão as 241 seções eleitorais da Zona nas eleições deste ano. Estão cadastradas 114 mil 421 eleitores que moram na Torre, Cordeiro, Madalena, Iputinga, Engenho do Meio, Zumbi e Torrões. É importante que o eleitor fique atento à essa lista porque, em relação à eleição de 2000, ocorreram duas mudanças de locais de votação.

Além da criação de uma nova seção que passará a funcionar na Colônia Penal Feminina
Bom Pastor. De acordo com a Lei Eleitoral, todos os cartórios do Estado devem publicar uma relação semelhante à essa até o dia 7 de agosto.

As nove seções que em 2000 funcionaram no Clube da Celpe (Avenida Caxangá), este ano serão transferidas para a Faculdade Integrada do Recife (FIR), na Av. Abdias de Carvalho. A mudança afeta os 4 mil eleitores que estão inscritos nas seções que vão da 154 a 162. A outra alteração é em relação às seções 163 a 168 e as 198, 203 e 241, que funcionavam na Escola Martins Júnior, na Torre. Agora serão deslocadas para o prédio do Colégio Israelita, na rua Pio IX, 7921, no mesmo bairro.

Pela primeira vez, as 92 eleitoras que estão na Colônia do Bom Pastor aguardando julgamento poderão votar. A 7ª Zona Eleitoral vai instalar lá mesmo a seção de número 256, para que as presas possam participar da eleição. Nos próximos dias, essa Zona publicará também editais com as nomeações dos membros das juntas eleitoras e com a convocação e a nomeação dos mesários. O prazo máximo para esses atos também é o dia 7 de agosto.


TRE estimula “fiscais do barulho” na campanha
Juízes da propaganda eleitoral pedem o apoio da população para coibir o som alto dos carros de propaganda dos candidatos. As denúncias podem ser feitas ao Tribunal até pela Internet

A fiscalização dos juízes da propaganda do Tribunal Regional Eleitoral quer a ajuda da população para ‘combater’ o volume, muitas vezes, incômodo dos carros de som na campanha eleitoral. A partir de agora, o cidadão que se incomodar com o excesso de barulho emitido por esses veículos poderá informar ao TRE o número da placa e o horário em que a mensagem foi veiculada. Depois da identificação, o caso será encaminhado ao Ministério Público para apreciação.

De acordo com o artigo 7º da Lei Eleitoral, o candidato que cometer “abuso de instrumento sonoro ou sinais acústicos” durante sua campanha poderá ser penalizado com multa de valor calculável pela Justiça Eleitoral. Em caso de punição, o TRE tomará como base um artigo da Lei Municipal de Uso e Ocupação do Solo que limita, por turno, o número de decibéis permitido (matutino 80db, vespertino 75db e noturno 65db). A mesma regra valerá para os comitês políticos.

Ontem, o TRE recebeu a denúncia da proprietária de uma casa localizada na Avenida Copacabana, em Piedade, que, na semana passada, foi surpreendida com o muro de sua residência pintado com o nome e o número do candidato a deputado estadual José Fernando Coutinho (PSB). O caso foi denunciado e o juiz da propaganda Antônio Fernando Martins anexou fotos do muro pintado, sem autorização, ao processo que foi encaminhado ao Ministério Público.

O advogado do PSB, Izael Nóbrega, recebeu notificação verbal e foi orientado pelo TRE a remover, imediatamente, a propaganda do imóvel.

“Isso é um desrespeito sem tamanho. Ou o partido e o candidato retiram a pintura, ou a Prefeitura de Jaboatão do Guararapes será acionada para fazer o serviço. Nesse caso, a conta pela remoção será enviada aos responsáveis”, advertiu o magistrado.


Ciro defende mandato para direção do BC
SÃO PAULO – O candidato da Frente Trabalhista (PPS/PTB/PDT) à Presidência, Ciro Gomes, encerrou ontem sua palestra na Fiesp exortando os empresários a apresentarem suas propostas de como o País poderá enfrentar a questão do crescimento econômico sustentado nos próximos anos. “Os diagnósticos são os mesmos e mais ou menos óbvios. O problema é como fazer, como vocês mesmos perguntam aos candidatos. A decisão precisa ser tomada, porque crescer cria problemas políticos e tensões entre diversos setores da economia”, afirmou.

Durante sua palestra, Ciro Gomes defendeu a adoção de um sistema de mandato à diretoria do Banco Central (BC) e voltou a defender a estipulação do que ele chama de taxa de desconforto. “O BC deve ter um mandato autônomo para acomodar a taxa de desconforto, que vem a ser o teto de desemprego e o teto de inflação, diferentemente do sistema atual de metas de inflação”, informou. Ao responder perguntas dos empresários, Ciro revelou que demoveu de seu candidato a vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a idéia de adoção da flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sempre defendida pelo presidente licenciado da Força Sindical.

“O Paulinho compreendeu que o debate parte da premissa de que a CLT é anacrônica, precisa ser modernizada, mas, como tudo na vida, tem o lado do bem e do mal, e flexibilização é conversa norte-americana”, defendeu.

A maioria dos deputados federais do PFL do Paraná vai apoiar o candidato da Frente Trabalhista. A decisão foi tomada em reunião na noite de anteontem, em Curitiba.


Lula promete 10 milhões de empregos
Candidato reforça temporada de promessas de campanha ao lançar programa de Governo. E teve o constrangimento de ver petistas vaiarem seu vice

BRASÍLIA – Em cerimônia que lotou o Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, e se estendeu por quase três horas, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lançou ontem seu programa de Governo. O PT usou a cerimônia para mostrar que tem apoio de segmentos distintos da sociedade e de diversos partidos, inclusive da base governista. Estiveram presentes, entre outros líderes petistas, parlamentares, governadores do partido e os prefeitos de São Paulo, Aracaju, Belo Horizonte, Goiânia, Belém e Recife. Ao chegar, o presidenciável foi muito aplaudido, aos gritos de “Brasil urgente, Lula presidente”.

Lula afirmou que se for eleito, as mudanças começarão no seu primeiro dia no Palácio do Planalto, tendo por compromisso maior a geração de empregos, sem descuidar da inflação. A meta, segundo Lula, é garantir dez milhões de novos empregos em quatro anos. “Criar empregos será minha obsessão nos próximos quatro anos”, disse.

Marcaram ainda presença o empresário pernambucano Armando Monteiro Filho, pai do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, membros de movimentos sociais e de igrejas, além de sem-terra, índios e líderes religiosos. A senadora Heloísa Helena (PT-AL), que brigou com a direção nacional do PT e desistiu de disputar o Governo de Alagoas por discordar da aliança feita com o PL em seu Estado, não compareceu ao evento.

A cerimônia tinha um clima de festa. Cristóvam Buarque, ex-governador do Distrito Federal, e a senadora Marina Silva (PT-AC) fizeram o papel de mestres de cerimônia, anunciando os presentes. Cristóvam saudou Lula como “o estadista operário”. Marina chamou o candidato de “a esperança do Brasil”.

VAIAS – Lula enfrentou o constrangimento de ver seu vice, o senador José Alencar (PL-MG), ser vaiado por militantes petistas. Para tentar contornar a situação, integrantes da cúpula do PT tiveram de abafar as vaias e puxaram um “olé, olé, olá, Lula, Lula”, trecho do jingle da campanha de Lula em 1989. Alencar recebeu as vaias depois de fazer um discurso, no qual elogiou a iniciativa do comando de c ampanha de divulgar um plano para governar o País. O senador vem sendo alvo de críticas dos radicais petistas, que o acusam de pertencer à direita política do País. Já foi vaiado na convenção do PT, em junho, quando foi formalizada a chapa.


Candidatos socialistas pressionam Garotinho
Presidente nacional do PSB se reúne hoje com o ex-governador do Rio para discutir mudanças no rumo da campanha. Candidatos do partido nos Estados estão insatisfeitos e já há quem admita uma aliança com Lula (PT)

Quarto colocado em todas as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, o candidato da Frente Brasil Esperança (PSB/PGT/PTC), Anthony Garotinho, será pressionado hoje, em Brasília, a rever os rumos de sua campanha, numa reunião com Miguel Arraes, presidente nacional do PSB.

O líder socialista viajou ontem para Brasília com a missão de administrar a crise financeira na campanha do candidato e tentar contornar a chiadeira dos majoritários nos Estados – que reclamam de falta de estrutura e apoio, além de mudanças no discurso político, atualmente centrado na questão religiosa.

O deputado federal Djalma Paes (PE) comprovou essa insatisfação dos candidatos ao longo desta semana, ao convidar seus companheiros de legenda para a inauguração de seu comitê de campanha, hoje à noite, no Espinheiro.

“Candidatos majoritários de vários Estados estão reclamando, principalmente, da falta de estrutura e apoio de Anthony Garotinho. As campanhas estão paradas e há o receio de ficar sem gás até o dia das eleições”, comentou ontem o deputado socialista.

Na semana passada, a deputada estadual baiana Lídice da Mata, candidata do PSB ao Governo da Bahia, chegou a enviar a Garotinho, em nome dos companheiros, uma carta com as reclamações.

PRESSÃO – Miguel Arraes também recebeu uma cópia do documento e havia a intenção de usar a inauguração do comitê de Djalma Paes para pedir que o líder socialista pressionasse Garotinho. Numa saída estratégica, Arraes viajou para falar pessoalmente com Garotinho em Brasília.

Além da falta de apoio para tocar as campanhas nos Estados, os candidatos regionais estão insatisfeitos com a concentração do discurso de Garotinho nos temas evangélicos, contrariando as promessas que o ex-governador do Rio fez para assumir a candidatura pela legenda.

“A direção nacional precisa tentar baixar a poeira e dar um rumo novo à campanha.

Hoje está muito ruim. É geral esse entendimento”, explica um parlamentar do partido.

Nos bastidores do PSB, já há quem admita a necessidade de Garotinho abandonar a disputa para fazer uma aliança estratégica com o candidato petista à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “Não dá para dizer se ele vai se arrastar até o fim, nessa situação nas pesquisas. Mas o PT de Lula está doido por uma aliança, pois precisa criar um fato novo e dar uma resposta ao crescimento de Ciro Gomes (candidato da Frente Trabalhista) nas pesquisas”, observa um deputado da sigla, que pediu anonimato.


Itamar acerta participação em campanha
BRASÍLIA – O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), acerta amanhã, em reunião com o senador José Alencar (PL-MG), vice na chapa do presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva, sua agenda de viagens pelo País ao lado do candidato do PT. Em conversa por telefone na semana passada, Lula ouviu de Itamar a promessa de que o acompanhará em visitas a Minas Gerais e a outros Estados para mostrar seu apoio à chapa de oposição. “Na conversa, Itamar se mostrou entusiasmado a colaborar com nossa campanha”, disse ontem o secretário-geral do PT, Luiz Dulci, durante ato de lançamento do programa de Governo de Lula.

O governador da Paraíba, Roberto Paulino, desafiou ontem a Executiva Nacional de seu partido, o PMDB, ao participar da cerimônia e declarar publicamente que vai votar em Lula para presidente. O gesto é uma afronta à cúpula peemedebista, já que o partido firmou aliança formal com o PSDB e indicou a deputada federal Rita Camata (PMDB-ES) como candidata a vice na chapa encabeçada por José Serra.

QUÉRCIA – O PMDB deu palanque ao candidato do PT à Presidência, anteontem em São Paulo, apesar da aliança nacional entre o PMDB e PSDB. Lula e o presidente nacional do PT, José Dirceu, subiram no palanque do candidato do PMDB ao Governo paulista, o escritor Fernando Morais, ao lado do candidato do PMDB ao Senado, o ex-governador Orestes Quércia. O encontro entre os ex-adversários políticos ocorreu durante a inauguração do comitê de campanha de Morais, no bairro do Bexiga.


Artigos

O urso polar
Arthur Carvalho

Eu sabia que um dia escreveria sobre ele. E agora, mais do que nunca, na ressaca do penta, sua figura enigmática baixa, como alma penada, no terreno fértil e nebuloso de meu subconsciente.

Conheci-o, ainda jovem, em 1948, envergando a camisa de seda amarelo-canário, com listras pretas, finas e verticais do glorioso Ypiranga Esporte Clube, no Estádio da Graça. Era meia-esquerda-construtor, como se dizia no tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça e os homens do meio-campo tinham que saber controlar com perfeição e lançar em profundidade, ligando a defesa ao ataque num time que se prezasse. Depois foi contratado pelo América do Rio, compondo a famosa linha avançada do “Tico-tico no Fubá”: Natalino, Maneco, Dimas, Ranulfo e Jorginho.

De tão bom, Ranulfo chegou a integrar o selecionado carioca, e impressionava o respeito que ele infundia ao adversário. Mulato, alto, magro, rosto severo, seu biotipo lembrava o de Rivaldo, sendo um pouco corcunda, ombros largos, arqueados pra frente. Jogava limpo e duro, ganhando as divididas e os inimigos não ousavam tocá-lo, pois sabiam do que ele era capaz: bastava examinar sua folha corrida. Taciturno e frio, não falava nem vibrava em campo mas exercia forte e misteriosa liderança sobre todo o esquadrão americano. Às vezes, com o passar dos invernos, um sentimento expresso, o sentido particular de uma frase colhida ao acaso traziam-no de volta à minha mente, de modo que lhe atribuí muitas jogadas que nunca fez.

Hoje, tantos e tantos anos após vê-lo desfilando olimpicamente no gramado verde do Maracanã, penso que uma profunda solidão o oprimia. Porque, apesar de exímio distribuidor de lances para seus companheiros de equipe, havia nele algo de soturno: executava um drible sensacional e retornava, discreto e cabisbaixo, pro seu universo interior, enredando-se nos subterrâneos de si mesmo, silencioso, na grande quietude, como enorme urso polar, respirando a tranqüilidade, a infinita desolação, o repouso de um sono sem sonhos. Não reclamava do árbitro nem das falhas dos colegas, era de uma competência técnica ao mesmo tempo espantosa e despretensiosa.

Gosto de conversar com Ivan Broundi sobre futebol e ele me conta histórias pitorescas de suas passagens pelo Palmeiras e Náutico. Quando lhe falei de Ranulfo, ele disse que o viu defendendo o Noroeste de Bauru, depois que saiu do América. E recordamos também do excelente Bibe, meia do Ypiranga de São Paulo, nos fins da década de 40, sendo Barbosa o goleiro.

Figo é eleito maior jogador do mundo e penso em gente como Ranulfo, Bibe, Rubens, Hamilton, sem a notoriedade de um Zizinho, Heleno de Freitas, Didi, e que foram muito melhores que o portuga. E quando passam o teipe de nossa derrota para a Itália, em 82, eu me lembro de Ranulfo. Se ele estivesse ali, hipoteticamente, em lugar de Zico (embora Zico atuasse um pouco mais na frente), o Brasil teria vencido, porque se Gentile imaginasse fazer com ele metade do que fez com o Galinho, saía direto pro hospital, sem o juiz perceber qualquer anormalidade. Mas Gentile não tentaria sequer. Bastava olhar a face de Ranulfo antes da partida, fitar seus olhos g elados e impenetráveis, seu gingado de urso das estepes, sua catadura de canibal, pra sentir que ele era de guardar brasas em pote.

Chamava-se Ranulfo e foi um craque estupendo, flutuando, por opção, entre as nuvens escuras da procela, limítrofe à penumbra do anonimato, nos subterrâneos da marginalidade. Não custa homenageá-lo agora, quando o Brasil ganha mais uma taça. Que as novas gerações fiquem sabendo de sua existência.

P.S. Muito informativo, bem escrito e delicioso o “Paixão e Fidelidade”, de Lucídio José de Oliveira, pela Bagaço, apresentação do historiador Mário Márcio.


Colunistas

PINGA FOGO – Inaldo Sampaio

Injeção de ânimo
Serrista de primeira hora, o secretário Guilherme Robalinho (saúde) participou em Brasília, na segunda-feira, dia 22, de uma reunião de trabalho com o comando político da campanha. A data, infelizmente, coincidiu com a divulgação, pelo “Vox Populi”, de mais uma rodada de pesquisa em que o candidato Ciro Gomes abriu uma diferença de 13 pontos percentuais sobre o tucano José Serra.

Segundo Robalinho, que é um dos coordenadores da campanha de Serra espalhados pelo Brasil, (ainda) não há clima de desespero, muito pelo contrário. O marqueteiro Nizan Guanaes (aquele que foi o responsável pela ascensão meteórica de Roseana Sarney), com base em pesquisas qualitativas, tranquilou os participantes. Para ele, a subida de Ciro já era esperada porque ele foi o candidato que mais apareceu no rádio e na TV, nos últimos 30 dias, tanto em programas partidários como também jornalísticos.

Além do mais, disse o marqueteiro, as pesquisas de opinião dizem também que mais de 50% do eleitorado brasileiro ainda não definiu o seu candidato. E, dos que se definiram, 44% admitem a possibilidade de, até a eleição, mudar o voto. Slogan de Serra criado por Nizan: “O melhor presidente para mudar a vida da gente”.

Collor e Ciro (II)
Um leitor da coluna que reside em Jatobá (PE) vê também dessemelhanças entre Collor e Ciro para reforçar a tese do PPS de que os dois não são iguais: “Ciro é filho de servidor público e Collor de usineiro, Ciro viveu no interior (Sobral-CE) e Collor nas capitais, Ciro foi ministro e Collor, não, Ciro é candidato a presidente pela 2ª vez e Collor só foi uma, Ciro é conhecido pelo seu trabalho e Collor por suas bravatas, Ciro critica a equipe econômica e Collor agredia Sarney”.

Militares 1
Não será por falta de opções que a PM e o Corpo de Bombeiros deixarão de eleger representantes para a Câmara Federal e Assembléia Legislativa. Ao todo, há 22 candidatos nas duas corporações (seis para deputado federal e 16 para deputado estadual). O major Alberto Feitosa (PL), um dos líderes da greve de 97, concorre à Câmara Federal.

Militares 2
Entre os candidatos, há 1 coronel da reserva (Nélson Lucena), 5 tenentes-coronéis (João de Moura, Ewerton Miranda, José de Siqueira Silva, Vital Oliveira e Manoel Gomes da Fonseca), 2 majores, 4 capitães, 1 tenente, 3 sargentos, 2 cabos e 4 soldados. O pessoal de patente mais baixa já tem até slogan: “Praça não vota em oficial”.

Prefeito da ilha anuncia hoje os seus candidatos
O prefeito de Itamaracá, Marcos Augusto (PPB), anuncia hoje durante almoço no Forte Orange os seus candidatos às próximas eleições: Jarbas (governador), Sérgio Guerra (senador), Cadoca (federal) e Bruno Rodrigues (estadual).

Vereador de Araripina diz que já está eleito
De Eduardo Rodovalho (PSC), presidente da Câmara Municipal de Araripina e candidato a deputado estadual: “Desta vez, o sertão do Araripe elegerá um e o eleito serei eu”. O lançamento da candidatura será domingo às 16h.

Criador de fatos
No atual estágio da presente campanha, Sérgio Guerra (PSDB) é 1º sem 2º na criação de “fatos políticos”. Armou o palanque de Serra em Pernambuco, foi à Associação Comercial e atacou o governo do qual faz parte, reconciliou-se com Carlos Lapa (PSB) e defendeu Miguel Arraes das críticas do PMDB e do PFL.

Promessa irreal
Lula, em seu programa de governo, lançado ontem, assumiu um compromisso que dificilmente cumpriria: dobrar o valor do salário mínimo em 4 anos. FHC, no início do seu governo, fez uma promessa mais modesta e mesmo assim não conseguiu honrá-la: equipará-lo a 100 dólares. Hoje, ele vale cerca de US$ 70.

Em companhia do prefeito Tony Gel (Caruaru), Jarbas Vasconcelos inspecionou ontem as obras de duplicação da rodovia 232. O cronograma está atrasado em decorrência das fortes chuvas que caíram no agreste nos últimos três meses. Mesmo assim, as empreiteiras que fazem o serviço prometem concluí-lo até dezembro.

A propósito da pergunta de Guilherme Uchoa (PDT) sobre se não ficaria nenhuma “semente” do PSB para sustentar as bandeiras de Miguel Arraes, afirma o prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira: “Ficará, sim, e eu sou uma delas. Agora, pergunto: os adesistas teriam saído do partido se Dr. Arraes estivesse no poder?”

Excluído da PM por ter sido um dos líderes da greve, dois anos atrás, o ex-sargento Gecinildo Barbosa Falcão está sendo defendido no Judiciário pelo tenente-coronel, advogado e candidato a deputado estadual José de Siqueira (PTB). O relator do mandado de segurança no Tribunal de Justiça é o desembargador Jones Figueiredo.

Inocêncio (PFL) terá que fazer um grande esforço para arrancar mais R$ 190 mil do Ministério da Integração Nacional a fim de concluir a ponte sobre o rio Pajeú, em Afogados da Ingazeira, que está sendo tocada pelo Dnocs. Segundo Charles Jurubeba, diretor-regional do órgão, a obra, iniciada há 12 anos, agora vai.


Editorial

AINDA O PODER PARALELO

Depois de vários dias de tumultos nas ruas e de intranqüilidade da população, agredida inclusive com pedradas e desaforos, o poder legal aceitou o ultimato do poder paralelo.

Mais uma vez, preferiu contemporizar a resolver um problema que afeta a todos; tanto usuários do transporte público como quem se locomove em carro particular, além dos próprios usuários do transporte clandestino. Manchetes deste Jornal do Commercio na semana passada dão bem uma idéia desse confronto:( Governo e o poder paralelo): “Protesto de kombeiros promete mais um dia de caos no trânsito”, “Pressão de kombeiro surte efeito”, “Kombeiro exige rota entre cidades”. Na quarta-feira, o poder legal do Estado resolveu suspender os bloqueios que deveriam evitar a entrada no Recife de alternativos, clandestinos ou não, provenientes de outras cidades, e convocou reunião, com os líderes do poder paralelo, para a quinta. Como já era esperado, cedeu aos desafios dos poderosos chefões e empurrou o problema para a Prefeitura do Recife.

Os clandestinos têm até candidato a deputado. Será que até numa questão tão séria a política menor tem de estar presente? Se o Governo do Estado, com Batalhão de Choque, Batalhão de Trânsito, Radiopatrulha, mais a ajuda da Polícia Rodoviária, não consegue (ou não quer) resolver o problema, como irá resolvê-lo a desarmada PCR? Essa também não se empenha no caso, sempre protelando uma prometida regulamentação desse transporte. O resultado esperado é que os chamados genericamente de kombeiros voltaram ainda mais ousados em sua peculiar atividade desordeira. Exigem (é esse o termo) que o seu tipo de transporte continue intermunicipal; participação no Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos; fim da fiscalização (!); suspensão das multas aplicadas por suas sistemáticas transgressões ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB); isenção de impostos. A idéia que essa gente tem de trânsito e serviço público se resume a emoções fortes e esportes radicais.

Continuam armados e já mataram um motoqueiro em Olinda. Por enquanto.

Recen temente, o advogado Sílvio Neves Baptista Filho escreveu artigo neste jornal, com considerações bem pertinentes sobre o tema. Lembrou sobretudo o transtorno à população, e a marginalidade dos clandestinos quanto a licenciamento, legislação de trânsito e de proteção ao consumidor, obrigações trabalhistas, pagamento de impostos. Além disso, que empregam motoristas não habilitados, exploram menores e não cumprem a lei de gratuidade no transporte público para idosos e deficientes físicos. Ele registra que o CTB (artigo 231) proíbe expressamente o transporte remunerado de pessoas ou bens quando o veículo não é licenciado para essa finalidade.

Grandes prejudicadas também são as empresas concessionárias de transporte público, que pagam tributos e obrigações trabalhistas, e perdem receita com a concorrência clandestina. Prejudicadas e, também, responsáveis pela proliferação de clandestinos (já são mais de 7 mil veículos no Grande Recife), por não oferecerem à população ônibus em bom estado de conservação, quantidade suficiente e a intervalos razoáveis face à demanda. Ora, cabe ao poder legal fiscalizar as concessões de serviços públicos, exigir o cumprimento de contratos, defendendo os direitos de consumidores e usuários. Sílvio Baptista frisa a gravidade da questão, que deve ter solução urgente, mesmo com alegados prejuízos eleitorais. Pois tais prejuízos serão compensados com a melhor qualidade de vida da cidade. Realmente, não dá para esperar até janeiro de 2003. Quanto mais se protelar uma solução, pior e mais perigoso para a sociedade, face às reações costumeiras dos clandestinos.


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07/24/2002


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