Setor cacaueiro será debatido em comissão
Os senadores da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) debatem nesta terça-feira (10) os problemas do setor cacaueiro, especialmente na Bahia, e a evolução das ações e resultados do "PAC do Cacau"- Plano de Aceleração do Desenvolvimento do Agronegócio na Região Cacaueira do Estado da Bahia. Para a audiência pública, solicitada pelo senador César Borges (PR-BA), foi convidado o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.
Também deverão participar do debate, o diretor da Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Ceplac), Jay Wallace da Silva Mota; o superintendente da Ceplac Regional da Bahia e Espírito Santo, Antônio Zózimo de Matos Costa; o presidente do Sindicato Rural de Ilhéus e secretário de Agricultura do município, Isidoro Lavigne Gesteira; o presidente da Associação dos Produtores de Cacau (Apcacau), Henrique Almeida e o produtor Guilherme Galvão de Oliveira Pinto, representante do endividamento agrícola. Esses três últimos nomes foram sugeridos em novo requerimento, desta vez assinado por César Borges e Romeu Tuma (PTB-SP).
Em discurso no dia 2 de setembro passado, César Borges voltou a pedir uma solução para a crise do setor cacaueiro na Bahia. O parlamentar registrou que a crise, que envolve questões como a infestação pela praga vassoura-de-bruxa e o endividamento dos produtores, afeta uma região com mais de cem municípios nos quais vivem cerca de três milhões de pessoas:
- O que tem ocorrido ao longo desses últimos anos é que os produtores de cacau têm assumido dívidas crescentes, numa vã esperança de combater a praga que assolou essa região e assim recuperar a produção e o seu rendimento e soerguer o agronegócio, importante demais para o nosso estado, que é a cultura do cacau - afirmou o senador, observando que os produtores sofrem também com a queda internacional do preço do cacau.
César Borges lembrou que o PAC do Cacau foi lançado em maio de 2008, com a previsão da liberação de recursos da ordem de R$ 2,2 bilhões até 2016. O plano tem o objetivo de beneficiar os produtores por meio da diversificação da produção - com o cultivo da seringueira, do dendê e da pupunha -, da revitalização da produção cacaueira, da expansão da fruticultura e do equacionamento do problema das dívidas. Também prevê apoio à industrialização do cacau por meio da instalação de pequenas fábricas de chocolate. O que se ouve dos produtores, entretanto, segundo o senador, são somente reclamações:
- São lamentos de uma crise que parece não ter fim e que já se arrasta por vinte anos. O que se diz na Bahia é que o PAC do Cacau empacou e não se obtêm os resultados da recuperação dessa importante lavoura, que afeta mais de cem municípios baianos, causando desemprego para mais de duzentos e cinquenta mil trabalhadores rurais - concluiu César Borges.
06/11/2009
Agência Senado
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