Sibá lê nota contestando críticas da ONU a biocombustíveis
O vice-presidente da Subcomissão Permanente dos Biocombustíveis, senador Sibá Machado (PT-AC), leu, em Plenário, nota emitida pelo presidente do colegiado, senador João Tenório (PSDB-AL), na qual contesta declarações recentes do relator da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o direito à alimentação, Jean Ziegler. O relator teria dito a uma emissora de rádio da Alemanha que a utilização de terras agricultáveis para a produção de biocombustíveis é "crime contra a Humanidade", por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos.
De acordo com a nota, é injustificável "a onda crescente contra a produção biocombustíveis, principalmente o etanol". A guerra entre alimentos e combustíveis, disse João Tenório, "é uma hipótese irreal". O presidente da subcomissão - que é vinculada à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) - endossou a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em viagem à Europa, considerou que o aumento dos preços dos alimentos advém da maior demanda decorrente da diminuição da pobreza.
A nota lida por Sibá também contesta as tentativas de se apontar o etanol como uma ameaça potencial à preservação da Amazônia. Para João Tenório, o risco é inexistente, uma vez que o clima da Amazônia não é apropriado para a produção de cana-de-açúcar.
Sibá enfatizou a tecnologia brasileira de carros bicombustíveis e também a produtividade alcançada pelo álcool originário da cana-de-açúcar - uma cultura de países tropicais -, apontada como muito superior à obtida do milho - que pode ser produzido em climas temperados ou subtropicais.
- A gente quer entender que (a campanha contra os biocombustíveis) é pura esperteza na área de domínio comercial - afirmou Sibá, destacando os recuos anunciados pelo Reino Unido e pela Alemanha no aproveitamento do etanol como combustível.
O parlamentar ainda saudou o anúncio de descoberta - não confirmada oficialmente - de novo campo de petróleo na bacia de Santos, que seria a terceira maior reserva existente em todo o mundo.
14/04/2008
Agência Senado
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