Tião Viana apóia biocombustíveis, mas acolhe críticas ao programa
Embora seja um entusiasta do programa de biocombustíveis do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Tião Viana (PT-AC) também apóia críticas de acadêmicos e organizações sociais à iniciativa. As reservas em relação à produção de etanol se baseiam no eventual avanço exagerado das plantações de cana-de-açúcar ou milho - principais fontes do biocombustível - em terras agricultáveis, reduzindo a produção de outros alimentos e, por conseguinte, aumentando a fome no mundo.
- Sou franco defensor do etanol, mas é necessário aprofundar mais essa discussão - admitiu o senador em discurso nesta quinta-feira (27).
A reflexão sobre biocombustível proposta por Tião Viana partiu, inicialmente, de relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que defende moratória de cinco anos na produção de etanol. O apelo seria motivado pelo temor de ampliação do número de famintos no mundo, situado hoje em 854 milhões e que poderia chegar a 1,2 bilhão.
Já a Comissão Pastoral da Terra (CPT) acredita que o bicombustível seria produzido a um custo social altíssimo para o país. A entidade também duvida da capacidade de o certificado social a ser emitido pelo governo federal impedir condições precárias de trabalho nas plantações de cana.
Para o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile, a produção de etanol pode levar à degradação do meio ambiente; deslocar a fronteira agrícola para a Amazônia e o Cerrado, desestruturando esses ecossistemas; e impedir a reforma agrária no país.
Apesar de se mostrar sensível a esses alertas, Tião Viana acredita que o biocombustível pode se tornar uma excelente alternativa de energia limpa, além de abrir possibilidade de desenvolvimento social a países pobres da América Latina, África e Ásia. Endossou ainda trecho de discurso do presidente Lula na ONU, em que sustentou que a produção de etanol não vai afetar a segurança alimentar no país, pois só irá ocupar 1% das terras agricultáveis.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) assinalou a necessidade de se elaborar um marco regulatório para o setor, no que teve o apoio do petista. Tião Viana também acolheu proposta de Cristovam de criação de uma comissão do Senado para acompanhar o assunto.
27/09/2007
Agência Senado
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