Simon: Congresso não pode perder a oportunidade de promover as reformas



Em discurso nesta quarta-feira (30), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o Congresso não pode perder a oportunidade de promover as reformas tributária e da Previdência. Ele elogiou o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter obtido apoio às propostas por parte de todos os governadores, de diferentes partidos políticos.

Simon comentou que ninguém, na história do país, chegou à Presidência da República com tanta chance quanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que assumiu o cargo no auge do Plano Real, com uma inflação sob controle, a economia em desenvolvimento, credibilidade total e apoio de quatro quintos do Congresso. No entanto, acrescentou, o ex-presidente entrou pelo caminho das privatizações - que o senador acredita serão analisadas um dia pelo país - e, na hora de fazer reformas, a única que fez foi a eleitoral, para permitir a reeleição.

- Fernando Henrique, recordista mundial em títulos acadêmicos, não fez as reformas necessárias, e agora um homem que veio da humildade das suas origens pode fazê-las - comparou Simon.

O senador disse que o governo federal nunca quis uma reforma tributária porque os governadores e prefeitos têm de mendigar aquilo a que têm direito e viajar a Brasília -de pires na mão-. Nos Estados Unidos, afirmou, -o dinheiro que é do município é do município, o que é do estado é do estado, o que é da União, é da União-.

- Temos hoje uma oportunidade. Vem aí uma proposta. Não a li, não me aprofundei. Mas tenho o ponto de vista de que não há reforma tributária séria se não vier ao lado uma reforma administrativa - advertiu o senador.

Simon afirmou ainda que os congressistas devem fazer um esforço -dramático- e votar as reformas o mais rapidamente possível.

- É um grande desafio, teremos que ter grandeza, não é uma posição partidária, a posição é a mais heterogênea possível mas vamos encontrar uma forma. Estarei votando as reformas. Temos que ter a coragem de mexer nisso - sustentou.

O senador disse não estar gostando do clima na Câmara e no Senado. Afirmou que imaginava que a oposição no Congresso deveria oferecer uma chance para que o governo desse certo e observou que o PT está exageradamente confuso. Simon relacionou equívocos do PT, como a indicação, para o governo, de 16 candidatos derrotados ao governo, quando a seleção deveria basear-se -na qualidade e na credibilidade-, e o clima que lembra -o das cassações durante a ditadura-, gerado diante de posições divergentes de petistas em relação às reformas.

- O Genoíno - disse, referindo-se ao presidente nacional do PT, José Genoíno - está virando um Golbery (general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil, por duas vezes, no regime militar).

O discurso de Simon recebeu apartes dos senadores Serys Shlessarenko (PT-MT), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Tião Viana (PT-AC).



30/04/2003

Agência Senado


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