Se perder prévia nacional, Simon diz que concorre ao Piratini



Se perder prévia nacional, Simon diz que concorre ao Piratini O senador Pedro Simon garantiu que concorrerá ao governo do Estado se perder a prévia nacional para a escolha do candidato do PMDB à presidência da República. Aplaudido por cerca de cinco mil militantes que lotaram a Praça da Matriz, na manhã de ontem, o senador adiantou que está à disposição do partido para a disputa em 2002. Simon participou da reunião organizada pela direção regional, para apresentar o relatório final dos "Encontros com a Militância - Fala PMDB". O encontro estava previsto para acontecer no auditório da Assembléia Legislativa, mas precisou ser deslocado para a Praça da Matriz devido à superlotação do local. Para Simon, o encontro mostrou a força e a vitalidade do partido. "Vivemos um momento importante, porque hoje é o verdadeiro Dia do Fico. Mais de uma vez previram o nosso fim mas, ao contrário, ficamos e vamos crescer", conclamou, de cima de um caminhão de som. Simon destacou, ainda, a necessidade de dobrar o número de filiados e reforçar a presença do PMDB nos segmentos sociais. "Temos uma campanha de grande importância pela frente. Saíram alguns, que não entenderam este novo momento", disse. Elogiou, também, as negociações do partido com o PDT. "Pode surgir uma base forte ali adiante e, creiam, eventuais divergências entre eu e o doutor Brizola nada significam diante das causas do Rio Grande", ressaltou. Sobre a saída de lideranças do partido, o presidente estadual Cezar Schirmer assegurou que todas as exigências dos ex-companheiros foram aceitas e os obstáculos para sua permanência retirados. "O móvel dessa saída foi a prepotência e a incapacidade de convivência", alfinetou. Schirmer informou que o PMDB começou um processo de recadastramento e ampliação do número de filiados, bem como uma campanha para a arrecadação de fundos visando a reconstrução de uma nova sede. "Nosso partido vai crescer e se fortalecer ainda mais. Nossa resposta, nas urnas, será a eleição de uma bancada com mais de dez deputados estaduais", frisou. Durante a mobilização, o ex-presidente regional Odacir Klein e o deputado federal Germano Rigotto foram lembrados como pré-candidatos ao Senado. Participaram do encontro também o ministro dos Transportes Eliseu Padilha, deputados estaduais, federais, representantes das mulheres, jovens e movimentos sociais Fórum Democrático discute orçamento Reiniciam hoje, em Palmeira das Missões, os debates do Fórum Democrático, promovido pela Assembléia para discutir junto às comunidades do Estado o projeto de orçamento para 2002. Ao avaliar a primeira rodada de audiências públicas, representantes da Comissão de Finanças e Planejamento da Assembléia Legislativa constataram que a população está de acordo com as prioridades definidas nas assembléias do Orçamento Participativo. Amanhã os deputados reúnem-se com os representantes de Ijuí e Itaqui. A ultima reunião ocorre em Porto Alegre no dia 16 de outubro Para a região sul, o orçamento reservou R$ 25,7 milhões. Deste total R$ 145 mil são para a gestão ambiental e saneamento, especialmente destinados a perfuração de poços e ampliação de redes de abastecimento. A saúde vai receber R$ 6 milhões, a habitação R$ 858 mil, a pavimentação comunitária R$ 2,2 milhões e restauração de pavimentos e pontes R$ 10,7 milhões. Para a região da campanha estão previstos R$ 8,8 milhões. Destes, R$ 3,1 milhões são para a educação, R$ 345 mil para a gestão ambiental e saneamento, R$ 2,6 milhões para transporte, R$ 110 mil para a habitação e R$ 2 milhões para a saúde. O vice-presidente da Comissão de Finanças, deputado Ronaldo Zülke (PT) destacou que o total da peça orçamentária para 2002 é de R$ 12 bilhões. E disse que a proposta foi elaborada por 378 mil cidadãos que participaram das 735 assembléias públicas do Orçamento Participativo. Zülke recordou que em 1999, o OP atraiu 190 mil cidadãos. No ano passado a participação pulou para 281 mil agentes. Isto mostra, no seu entendimento, que a população rio-grandense acredita na construção coletiva do OP. Para Bernardo, PPS provocou terremoto político no RS Certo de que o ingresso do grupo dissidente do PMDB não irá descaracterizar o partido no Rio Grande do Sul, que permanece ajustado às suas questões programáticas, o líder do PPS na Assembléia Legislativa, deputado Bernardo de Souza, acredita que o crescimento da legenda assusta apenas aos adversários, que temem o surgimento de uma nova força política no Estado. A legenda, reforçada pelo ingresso de cinco deputados estaduais, um deputado federal, um ex-governador e um senador da República, passa, a partir dessa reformulação partidária ocorrida no Rio Grande do Sul, a disputar espaço entre os chamados "grandes partidos". A nova fase do PPS lhe garante contar com excelentes perspectivas, e nomes, para disputar o governo do Estado e, ao menos uma das vagas no Senado Federal. Suas lideranças, entretanto, afirmam estar imbuídas da costura de uma aliança com siglas de centro-esquerda, tanto em nível nacional quanto estadual, capaz de sedimentar uma terceira via para o eleitor brasileiro e gaúcho. Jornal do Comércio - A entrada do ex-governador Antônio Britto no PPS prejudicará as alianças com o PDT a níveis nacional e local? Bernardo de Souza - Não falarei pelos outros partidos. Não dou a nenhum deles o direito de comentar as questões internas do PPS. Para ser coerente, não opino sobre as outras siglas. Todas as filiações, de pessoas mais ou menos representativas, sempre se dá à luz da preservação do programa, dos princípios e da doutrina do PPS. Isso aconteceu agora também. O PPS não perdeu em um milímetro sua capacidade de deliberação partidária. Todas as decisões que venha a tomar sobre coligações e escolha de candidatos serão feitas pelas instâncias diretivas do partido. JC - O senhor acredita que ainda há possibilidade de composição com Brizola? Bernardo - Nós, do PPS, queremos uma aliança e mencionamos os partidos com os quais gostaríamos de compor porque a declaração é fraternal. Entre eles, estão o PTB e o PDT, mas reconhecemos que ambos são partidos com história, tradição e densidade tais que lhes permite decidir seu futuro político e eleitoral. Gostaríamos de tê-los conosco, mas não vamos interferir nas questões internas. No plano estadual, ficamos sempre nas declarações de vontade. Havia e, por tudo que sei, continuará havendo negociações no plano nacional. Não queremos que as conversações no Estado prejudiquem o acordo no País, nunca às custas da autonomia interna do PPS. JC - O PPS está disposto a abrir mão da cabeça de chapa? Bernardo - O PPS tem candidato a governador e concorrerá se não houver aliança. Mas, se vai conversar com outros partidos, não pode chegar a uma reunião e exigir a cabeça de chapa. Se dissermos isso, ou exigirmos qualquer outra posição na chapa majoritária, estaremos previamente convocando à adesão e não a uma coligação. Queremos conversar com os outros partidos sem pré-condição de nenhum dos lados. JC - Britto será o candidato ao governo do Estado pelo PPS? Bernardo - Acho que não. O PPS é que vai decidir, e ele tem declarado categoricamente que não quer concorrer. Britto tem o direito de querer, porque qualquer militante tem, mas o partido decidirá somente na convenção do ano que vem. Meu nome já foi lançado pelo diretório, o que me deixou muito embaraçado, porém essa não é uma decisão irreversível. Minha candidatura não será embaraço a nenhum tipo de entendimento. Seja qual for o candidato, o PPS terá um projeto para o futuro e não para o passado. JC - Esse comentário se refere ao governo Antônio Britto? Bernardo - Todos os governos fizeram coisas boas que estão incorporadas ao Rio Grande do Sul. Mas isso não foi suficiente já que, por responsabilidade desse ou daquele, chegamos a um ponto em que o Estado deve dar um salto, sob pena de chegar à inviabilidade. Atualmente, os números estão sendo sonegados pelo governo, e a população tem direito de conhecê-los. Quando um deputado pede uma informação que, pela Constituição, deve ser respondida em trinta dias, não há resposta, como no caso do IPE. Pedi informações sobre o Instituto em agosto do ano passado e ainda não foram respondidas. Queremos encontrar soluções. Pensar no futuro significa fazer coisas melhores do que as que foram feitas até agora. Os que passaram fizeram o que acharam melhor, mas queremos ser melhores ainda. E seremos. JC - O senhor aceitaria a posição de vice, em caso de uma composição? Bernardo - Não me agrada a idéia de ser vice. JC - Cogitou-se a possibilidade de Britto ser o vice de Ciro na disputa pela presidência. Isso acontecerá? Freire - Seria muito estranho que uma chapa de uma coligação tivesse os candidatos à presidência e à vice. Mas essa é uma discussão nacional que será concluída na convenção nacional, em maio ou junho de 2002. Estamos mais preocupados com o plano de governo do que com nomes. Estamos preparando um plano com uma peculiaridade inédita no País. Nele, só constarão propostas viáveis financeiramente, porque preferimos perder o voto a perder a credibilidade. O programa está acima do candidato, que não pode ficar politicamente soterrado pelas alianças. O plano de governo impedirá as fisiologias das coligações. JC - Uma grande quantidade de candidatos de oposição beneficiará a candidatura governista no País e no Estado? Bernardo - A situação e oposição do País e no Estado diferem. O PSDB é situação lá e oposição aqui, e o PT é o inverso. O PPS é oposição ao governo federal e montamos, através do Ciro Gomes, um projeto novo para o Brasil. No plano nacional, há um desespero para impedir a criação de uma alternativa. Nem o PSDB, que elegeu Lula o adversário, nem o PT, que escolheu Fernando Henrique, ou o candidato governista, como opositor, admitem a nova alternativa. Essa é a gravíssima dificuldade do Ciro: aparecer como alguém que combate o presidente e não é a oposição escolhida por ele. Isso não impediu que, com todas as dificuldades, Ciro tivesse um crescimento espantoso em relação à eleição passada e venha se mantendo nas pesquisas. FHC é um poderoso cabo eleitoral e temos que respeitar isso. O candidato do governo - seja quem for, ainda que inexpressivo nominalmente - terá um grande impacto no resultado eleitoral. Mas há um componente complicador que se chama Ciro Gomes, por isso a idéia é afastá-lo. Ele defendeu a formação de uma aliança das oposições, mas não foi bem sucedido. JC - E no Rio Grande do Sul? Bernardo - O governo atual tem baixíssimos índices de preferência para os nomes mais notoriamente postos como candidatos. Obviamente, a eleição não está perdida para o governo, mas há um indicador muito forte. O PPS não é oposição aqui, porque não quer combater o Executivo. Minha atuação na Assembléia tem revelado uma absoluta isenção e independência, embora nem todos reconheçam isso. Já no PPS, dei parecer contrário ao impeachment do governador e votei contra as emendas que pretendiam alterar os reajustes oferecidos ao magistério, devido à sua inconstitucionalidade. Mas quando insisto para receber informações que me são negadas sobre os dados do Caixa Único, não sou, por isso, um oposicionista. Há duas candidaturas já postas no cenário político do Estado: a do governo, seja quem for o candidato, e a do PPB, que decidiu por prévia. Tudo o mais está aberto, mas acredito que os partidos de oposição não vão estar juntos no primeiro turno. JC - Se o PPS não é situação nem oposição no Estado, como ajustará o ingresso do grupo oposicionista mais radical ao governo na Assembléia? Bernardo - Todo filiado do PPS tem direito de exteriorizar publicamente sua opinião, mesmo que divergente da direção partidária. A divergência não é infração disciplinar. Os temperamentos não mudam, bem como os ímpetos e desafeições, mas o PPS não está no bloco de oposição. Ponto final. Sobre as votações na Assembléia, se a questão for programática, todos devem votar de acordo com a determinação do partido. Se não, a opinião divergente é tolerável. Claro que, do ponto de vista tático e parlamentar, é muito bom que a bancada esteja agindo em uníssono. Tomara que isso aconteça! O PPS não será um amontoado disforme porque persistirá fiel a seu programa. JC - Acredita que a perspectiva de poder nacional está causando o inchaço do PPS no Estado? Bernardo - Não. Esse crescimento assusta muito os outros, mas a nós encanta e entusiasma. Chegar no PPS é chegar em um partido que não tem nenhum prefeito e nenhum vice no Rio Grande do Sul, nenhum governador de Estado, nenhum ministro no governo federal e com um candidato a presidente que não é o favorito nas pesquisas. Chegar no PPS pode ser tudo menos fisiologia. Quem quer fisiologicamente se aproximar do poder e de suas benesses, não se filia a um partido sem prefeitos, governador, ministro e sem um candidato franco favorito. Acredito na virada do Ciro, mas ele não é o franco favorito. Criticam a troca de partido com base na fidelidade partidária, mas ela significa fidelidade a um programa. Não é submissão, subordinação e obediência a uma direção. JC - O senhor se tornou neoliberal ou o grupo do Britto virou neomarxista? Bernardo - Gosto dessa discussão, apesar de ela começar com pessoas que não sabem o significado de nenhum dos dois conceitos. O PPS não é neoliberal, já que o neoliberalismo pressupõe que a economia e o mercado resolvem tudo e que a interferência do Estado sempre é indesejada. Não temos essa posição. Como Ciro fala freqüentemente, há mediações necessárias do Estado. Aconteceu um terremoto político no Rio Grande do Sul que foi resumido a essa brincadeirinha sobre neomarxismo e neoliberalismo. Se os fatos foram sintetizados nisso, então matamos as questões éticas, sobre as quais não há discussão. O estatuto do PPS fala em resgatar a melhor tradição do pensamento marxista, excluindo dogmatismos e sectarismos, e concebe o partido como um organismo aberto à renovação das idéias e métodos Bush afirma que ataques são ações seletivas Em seu primeiro pronunciamento após o início da ação Liberdade Duradora - com o ataque a Cabul, capital do Afeganistão - o presidente George W. Bush declarou que as forças aliadas estão tomando "ações seletivas" contra a rede terrorista e as instalações militares do Taliban. "Vamos vencer este conflito através de um acúmulo de êxitos pacientes", disse Bush na Casa Branca. O presidente disse também que havia exigido ao regime Taliban, que governa o Afeganistão, a entrega de Osama bin Laden, o principal suspeito dos atentados terroristas de 11 de setembro, mas que os líderes Talibans rechaçaram o pedido. "Agora, o Taliban pagará o preço", declarou. Bush fez questão de frisar que os ataques são contra o terrorismo. "Os Estados Unidos são amigos do povo afegão", disse o presidente. Bush diz que o EUA é inimigo dos que fazem terrorismo e profanam a religião, assassinando pessoas inocentes mas que não são inimigos do povo afegão. Falou também do congelamento do fundo de financiamento terrorista em 38 países. Vamos vencer os desafios. O líder norte-americano também citou os países que estão ao lado dos EUA nesta ofensiva: Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Alemanha e França. "Neste conflito não há campo neutro, cada governo tem que se responsabilizar pelo ataque aos terroristas. Somos um país pacífico, mas não pode haver paz onde há o terror. Estamos fazendo isso pela liberdade", afirmou. "Os EUA não vão mais sentir medo. Muito governantes já tomaram medidas de segurança. Nossa paciência é uma das nossas forças, paciência para agüentar os sacrifícios. Peço a cada um que usa uniforme e que atravessa o perigo e podem sacrificar suas vidas representam o melhor de seu país. O presente maior é dar um mundo livre aos países. Não vamos falhar ou voltar atrás. Paz e Liberdade vão prevalecer e que Deus continue a abençoar a América", finalizou o presidente. Artigos Habitação e o bom senso Joal Teitelbaum Quarenta anos de atividades no segmento habitacional da indústria da construção levam-nos a algumas reflexões. Em um país onde, entre outros fatores positivos, não há carência de áreas, inclusive com infra-estrutura física, em que existe suficiência de insumos básicos para a habitação, empresas e profissionais comprovadamente capazes, renomadas escolas de engenharia e de faculdades de arquitetura, mão-de-obra setorial competente nos diversos níveis e de estratégias de qualidade e racionalização de processos confinantes do desperdício, não há como justificar um acentuado déficit qualitativo e quantitativo. Há afirmações do que o processo inflacionário de 1975 a 1995 desestruturou e soterrou o Sistema Financeiro da Habitação. Resumindo em uma única frase, pode-se afirmar, sem receio de estar cometendo uma injustiça, de que se tal aconteceu foi decorrência de equívocos estruturais e operacionais, não se podendo, de forma simplista, considerar a inflação com causa única, pois vivenciava-se uma época de indexação total. Os últimos cinco anos refletem um período de relativa estabilidade de índices e, mesmo assim, não se presenciou, como não se antevê, uma possibilidade concreta de se derrotar o estigma da subabitação. Em um período da humanidade no qual a palavra globalização é associada, inequivocamente, ao termo exportação e este, dependente da relação biunívoca "competitividade internacional e conquista de mercados externos", a construção habitacional é um dos pilares da estrutura interna, pois não consome divisas, alavanca a produção de inúmeros outros pólos e, observe-se, distribui, de forma consistente, a riqueza, pois a fração ideal de terreno que sempre está vinculada a uma edificação residencial incorpora-se ao patrimônio individual. Quando o cenário apresenta um quadro como aquele que se observa nos últimos dias, mais uma vez torna-se prioritário lembrar que a indústria da construção não pode ser marginalizada. É suficiente lembrar que a terrível recessão que se abateu nos Estados Unidos na década de 30 foi enfrentada pelo governo norte-americano com ações concretas em gênero e espécie, ou seja, com a indústria da construção. Estabelecer-se uma política habitacional pragmática é, portanto, uma questão de bom senso. Mas uma política habitacional não é uma prerrogativa exclusiva do poder público. A iniciativa privada é um fator preponderante neste processo e com ações protagônicas. Algumas ações são definidas por instrumentos legais como o estabelecido pela Lei 4591/64 e suas complementações. A disponibilização de recursos financeiros, como o das cadernetas de poupança e das letras hipotecárias, deve irrigar o sistema habitacional e ser complementada por um bem-estruturado mercado de hipotecas. O setor privado, na relação empreendedor com o consumidor, terá responsabilidade recíproca. De um lado, o construtor, atendendo às determinações legais de como conduzir o empreendimento e tomador da unidade estar devidamente conscientizado de suas obrigações financeiras, ou seja, adquirir o imóvel a preço de custo ou em outra forma, mas sempre para o qual esteja dimensionado financeiramente. De forma simplista, dar o passo não de acordo com o tamanho de suas pernas, mas sim de acordo com o chão que tenha à sua frente. Com bom senso, a habitação terá um sistema onde todos ganham. O País, a sociedade e o indivíduo. Colunistas Cenário Político - Carlos Bastos Rio Grande tem novo perfil político As importantes mudanças ocorridas no quadro partidário do Rio Grande do Sul fazem com que tenhamos um novo panorama para a sucessão estadual em 2002. No tocante ao PT, deverá ser reconstituída a Frente Popular com o PSB de Beto Albuquerque e o PCdoB de Jussara Cony. A única dúvida é quem será o candidato petista ao Palácio Piratini: Olívio Dutra ou Tarso Genro. Por outro lado, não se sabe se a decisão será através de uma prévia, como aconteceu em 1998. O PPB já tem candidato, Celso Bernardi, e procura uma aliança com o PFL e, possivelmente, o PSDB. O PTB e o PPS estão juntos tanto no âmbito regional como no nacional, revigorados com o reforço do grupo de ex-peemedebistas de Britto e Fogaça, e procuram ampliar com o PSDB. Outra aliança que se desenha é entre PDT e PMDB em função de uma possível união na sucessão presidencial. Será o fato novo no jogo político gaúcho. Diversas A defecção de Britto do PMDB, que já provocou a saída do PDT da aliança que apoiava Ciro Gomes, pode aproximar dois desafetos poíticos: Pedro Simon e Leonel Brizola. Já existem conversações preliminares entre representantes credenciados dos dois partidos. Já existe um forte trabalho dos setores que permaneceram no PMDB, pressionando o senador Pedro Simon para abandonar sua campanha à Presidência da República, visando reduzir o espaço do ex-correligionário Antônio Britto. O problema que surgirá nesta aliança é a quem caberá a cabeça de chapa. Na hipótese de Pedro Simon decidir concorrer, é óbvio que ele seria o candidato à sucessão de Olívio Dutra. Teria que ser contornada a decisão dos pedetistas de terem candidato ao governo do Estado. Isto tudo é possível de ser equacionado, pois o interesse numa coligação nacional pode prevalecer. Dos partidos menores, quem pode vir a concorrer com candidato próprio é o PSDB. Os tucanos gaúchos tem um grupo importante que entende que, para marcar posição, o partido não pode ser novamente caudatário. E os tucanos dispõem de três nomes de peso no caso de uma disputa pelo Palácio Piratini: Nelson Marchezan, Yeda Crusius e Vicente Bogo. O PL está na dependência da aliança nacional que participar. As últimas indicações dão conta que o partido vai indicar o candidato a vice-presidente na chapa de Lula. Seria o senador mineiro José Alencar, que acaba de deixar o PMDB. O PL, por outro lado, por ter em seus quadros muitos parlamentares evangélicos, tem a possibilidade de apoiar o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. Última Muita água vai correr ainda debaixo da ponte. Só lá adiante, dependendo das pesquisas, é que se saberá se Antônio Britto será candidato a governador ou não. Só em janeiro o PMDB realiza a prévia para escolher o candidato à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Depois da eleição do novo comando do PT, haverá uma reacomodação e um posicionamento das tendências, para tomar uma decisão entre Tarso e Olívio. O fator decisivo pode vir a ser a tomada de posição da Articulação de Esquerda. Começo de conversa - Fernando Albrecht Boas notícias Há boas notícias com relação ao Centro e aos milhares de camelôs que infestam esta e outras áreas da cidade. Uma das boas é que a prefeitura, Smic e EPTC, agem com vigor, não cedendo às ameaças e pressões políticas. Outra boa notícia é que a SMT já concordou que o Largo Glênio Peres poderá ser estacionamento, faltando agora o OK do pessoal do patrimônio. Vai ser um passo e tanto se sair. E o Chalé começa a abrir experimentalmente aos domingos das 11h até as 19h. Turra na cabeça A Farsul fez uma consulta entre seus associados e bases para saber qual a cotação dos candidatos a deputado federal que a classe ruralista mais desejaria ver em Brasília. Deu Francisco Turra disparado, que fez o triplo de votos do segundo colocado na consulta. Falar em candidato: em conversa com um amigo, o dirigente peemedebista Odacir Klein disse que vai disputar uma vaga ao Senado. Má notícia A insistência dos camelôs em ocupar o Centro agora se estende também para as calçadas do Shopping Praia de Belas. E o vereador Adeli Sell (PT) reclama, com razão, da feira ilegal no Terminal Parobé, que impede o acesso aos ônibus e prejudica os feirantes legalizados. Outra observação: os asiáticos que são vistos na ex-pracinha da Encol e no Parcão estenderam seus domínios também ao Centro. Pelo menos dois grupos vendem tênis de griffe (sic) na Rua da Praia. Bandejão A propósito da visita do prefeito Tarso Genro e do governador Anthony Garotinho ao restaurante popular Bandejão, a Acaso (Amigos da Casa da Solidariedade) afirma que Tarso Genro foi convidado pela entidade e que Garotinho nada prometeu, somente deu sugestões de caminhos para a ajuda. Desconhece a figura da madrinha Amália Leal Medeiros, que por sua vez garante que não deu autorização para a entrevista. Do futebol ao vôlei Se jogadores de futebol candidatos deixaram de ser moda, o vôlei está em alta. O ex-atleta Paulão (C), hoje diretor do Departamento de Esportes do Ministério do Esporte e Turismo, visitou seu amigo deputado Frederico Antunes (PPB) acompanhado de outro craque, Pampa (E), comunicando-lhe que pode disputar uma vaga na Câmara Federal pelo PFL. Pampa vai disputar uma vaga na Assembléia paulista. Enquanto isso, Frederico Antunes esquenta as turbinas para 2006. Rotulagem O Senai e o Ministério do Meio Ambiente promovem o V Seminário Experiências em Rotulagem Ambiental. Tem como objetivo estimular práticas competitivas que incluam o diferencial ecológico e orientem o consumidor para a escolha de produtos ecoeficientes. A Rotulagem Ambiental é hoje um significativo instrumento de mercado. O evento começa quarta às 8h30min na Fiergs. Às compras Não só europeus, norte-americanos ou asiáticos estão de olho em grandes empresas sulinas. Forte complexo de outro continente deve fechar em cerca de 30 dias a aquisição de poderosa indústria de laticínios gaúcha. É o primeiro passo para a compra de uma segunda empresa local, também da área de alimentos. Cavalo sem festa Foi festejado ontem Dia Mundial dos Animais. Ao que se sabe, os carroceiros não fizeram a sua. Deveriam. Porto Alegre tem, segundo os números oficiais, 2.367 carroças, 523 charretes e 3 carretas. É cavalo que não termina mais. Geralmente, muito, muito maltratados. Leilão da Rocco Um terço do prédio de três andares da Confeitaria Rocco, na esquina da Riachuelo com a Doutor Flores, vai à leilão judicial dia 10 pela leiloeira Carmem Pietoso para saldar dívidas trabalhistas da Predial Vitória. O prédio é de 1912 e é tombado. A Rocco fechou no final dos anos 50; foi instituto de beleza e depois da Vitória, que comprou um terço de um dos herdeiros. É a segunda tentativa, já que no outro leilão não houve interessados. Transbrasil A Transbrasil está promovendo a campanha Um Alimento pela Paz. De hoje até o dia 10 as pessoas podem contribuir doando um quilo de alimento não-perecível, produtos de higiene pessoal ou fralda descartável na nova loja da empresa no aeroporto Salgado Filho para concorrer a uma passagem com acompanhante para o Rio de Janeiro. As doações serão para o Lar Santo Antônio. Miúdas Amanhã o Comitê Regional da Qualidade do Vale do Gravataí realiza o Seminário Acendendo a Visão da Qualidade. Viação Alvorada está investindo R$ 160 mil na instalação de câmeras de vídeo nos ônibus de suas sete linhas. Kinder Centro de Reabilitação lança a campanha Arredondamento de Contas para clientes do Al Dente, La Fenêtre, Birra & Pasta, Il G e Saikô. Sisnema foi nomeada como Centro Oficial de Certificações Internacionais no estado pela VUE. Hoje às 19h30min no Sheraton será lançado o evento Distúrbios da Coagulação na Sepse, principal causa de mortes nas UTIs. Associação dos Executivos de Telecom e Internet (Aeti) será lançada hoje em almoço na Federasul. Estudo da Procergs mostra que 75% das páginas da Web são em inglês. Presidente Marcos Mazoni mobiliza comunidades latinas. Primeira exportação do Celta pelo porto de Rio Grande começa amanhã às 14h. Fajers/Aje/POA e Aje/Caxias do Sul recebem delegação cearense. Conexão Brasília - Adão Oliveira Afastamento O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, afastou, na sexta-feira passada, o consultor jurídico do Ministério Arnoldo Braga Filho. Ele está sendo acusado de remessa ilegal de dólares para três contas abertas em seu nome em dois bancos nos Estados Unidos. Esse é o segundo caso de afastamento feito pelo ministro com assessores de sua confiança. O primeiro caso conhecido foi o do gaúcho Gilson Zerwes, diretor financeiro do DNER. Gilson foi chefe de gabinete do ministro dos Transportes anterior, Odacir Klein. Com Padilha, ele foi nomeado diretor financeiro do DNER. Nessa função envolveu-se em pagamentos não muito claros de precatórios e foi afastado. Com Arnoldo Braga Filho é diferente. Arnoldo foi funcionário do escritório de representação do Rio Grande do Sul, durante um bom tempo. Lá, ele era um daqueles funcionários que prestava atendimento a prefeitos que, vez por outra, vêm a Brasília, em busca de recursos do governo federal. Foi executando essa atividade, há alguns anos, que ele conheceu o então prefeito de Tramandaí e presidente da Famurs, Eliseu Padilha, e dele se tornou amigo. O deputado Nelson Proença, tão logo chegou à Câmara, tratou de tirá-lo do escritório do Rio Grande do Sul e levá-lo para seu gabinete. Proença precisava atrair prefeitos e Arnoldo tinha o perfil ideal para a tarefa. Ele era conhecedor dos caminhos que levavam às verbas públicas. Durante bom tempo, Arnoldo assessorou Proença naquela função de pouco destaque. Anos depois, teve a felicidade de ver o antigo prefeito de Tramandaí e particular amigo Eliseu Padilha ser nomeado ministro dos Transportes. Aí foi um abraço! O novo e sempre prestigiado ministro foi se socorrer do amigo que ele havia conhecido “quebrando galhos” de prefeitos no escritório do Rio Grande do Sul. E foi então que, como num passe de mágica, Arnoldo deixou de ser oficial de gabinete de Nelson Proença para ser nomeado consultor jurídico do Ministério dos Transportes. Evolução para ninguém botar defeito. Ganhava dois mil e pouco por mês na Câmara. Passou a receber três vezes mais, como DAS 5, titular do cargo de consultor jurídico. A confiança era tanta em Arnoldo que nem o “notável saber jurídico” foi exigido ao inexperiente bahcarel. Quem conhece bem as boas e antigas relações do ministro com o seu ex-assessor, imagina o quanto não deve ter sido sofrida a decisão do afastamento. A decepção de Padilha com o seu antigo colaborador foi enorme. Mas o ministro não fraquejou. Além de afastar Arnoldo Braga Filho, determinou também a instauração de procedimento administrativo para apurar as acusações e pediu ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, a designação de um procurador para acompanhar aws investigações do Ministério. Conforme a revista IstoÉ, Arnoldo foi denunciado pelo doleiro Charbel George Nicolas, que fugiu para o Líbano e, de lá, mandou uma carta para o Ministério Público acusando-o de tê-lo mandado matar. Charbel diz que foi ameaçado de morte por três policiais a mando de Arnoldo, que estaria cobrando US$ 1,5 milhão desviado de suas contas nos bancos americanos, duas no Audi Bank e uma no Ocean Bank. O ministro quer que o seu ex-consultor jurídico explique como é que, ganhando por volta de R$ 6 mil por mês, conseguiu, em pouco mais de três anos, juntar milhões de dólares no exterior. Editorial Começou o que se espera acabe logo O que se espera é que os ataques iniciados pelos Estados Unidos, com seus fiéis escudeiros ingleses, acabem apenas com o terrorismo, não com o mundo e o Islã, o que foi prometido por Tony Blair. O alvo é o mentor intelectual dos atentados que derrubaram o Centro de Comércio Mundial, o World Trade Center, em Nova Iorque, parte do Pentágono e a tentativa de jogar avião contra a Casa Branca, não por acaso símbolos do poderio norte-americano. Tudo foi dito sobre o porquê dessa raiva, ódio mesmo, em alguns segmentos de outros povos, contra aqueles que mandam no mundo, seja economicamente, cultural, tecnologicamente, nas ciências, nos medicamentos e, via de conseqüência, com o maior poderio bélico da História, os EUA. E isso tem o seu preço, como aconteceu com outro império, o Romano, que estendeu seu manto sobre o mundo então conhecido. O latim, o direito, a administração e a maneira de viver foram ditados por Roma durante 500 anos. Pois hoje, após a derrocada da utopia socialista que durou 70 anos na extinta URSS, igualando as pessoas sem respeitar as individualidades e tornar o Estado proprietário dos meios de produção, os Estados Unidos estão sozinhos, como superpotência. Se estavam presentes na vida das nações desde a II Guerra Mundial, com a língua inglesa, automóveis, cinema, música, eletrodomésticos, refrigerantes, roupas, esportes e o famoso sistema americano de viver, com o advento da globalização diminuíram ainda mais o mundo, à sua feição. A resistência surda, o ódio enrustido, o choque das civilizações e o recalque contra o descomunal poder acumulado pela nação ianque explodiram em ataques terroristas, dentro e fora dos EUA. Porém, o inimaginável, a ficção e o filme tornado realidade aconteceram em Nova Iorque e Washington. De lá para cá, com apoio de mais de 90% da população, George Bush montou três frentes para agir simultaneamente. Com a diplomacia, aproveitando a solidariedade quase universal, costurando apoio inclusive nos países árabes, a guerra bancária para bloquear as fontes de financiamento da organização Al Qaeda e Osama bin Laden e, finalmente, a ofensiva militar, recém desencadeada. O que inquieta é como acabar com o terrorismo, que não tem uma face, um local, uma sede, um exército? Ataca na Irlanda, na Espanha, em Buenos Aires, na Turquia, em Tel Aviv e Jerusalém. Trágica ironia, as religiões monoteístas, judaísmo, cristianismo e islamismo, matam e morrem em nome de Deus. O medo é que este combate demore muito além do previsto. Contra suicidas que se imolam buscando o Paraíso pouco ou quase nada pode ser feito, preventivamente, num mundo interligado, conectado através de internet e de onde muitas informações foram tiradas para perpetrar a destruição de 11 de setembro. Cabul, capital do Efaganistão, o regime dos estudantes fundamentalistas, o Taliban, e os centros de treinamento de terroristas foram atacados. Em uma coisa, malgrado os mas, porém, todavia e contudo assacados sobre um passado criticável, os EUA estão certos, ninguém mais, em qualquer parte do planeta, estará livre das ações terroristas. Uma resposta se impunha e ela veio, com ultimatos para a entrega de Osama bin Laden, que não houve. Aí, como na Iugoslávia, o uso da força é cirúrgico e estratégico. É destruída a infra-estrutura do país, como energia e água potável, depois vêem os alvos das autoridades, desorganizando a vida e fazendo com que a própria população se vire contra os governantes, ao sofrer as agruras dos mísseis lançados milimetricamente. É a primeira guerra do século 21. O pior é que tem tudo para não ser a última. No fundo, no fundo, destruir-se faz parte da índole humana, através dos séculos Topo da página

10/08/2001


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