Simon considera consolidada candidatura própria do PMDB



Simon considera consolidada candidatura própria do PMDB O senador Pedro Simon garantiu, ontem, que a candidatura própria do PMDB à presidência da República está consolidada. Apesar da vitória de Ramez Tebet, Simon acredita que o presidente eleito do Senado manterá sua independência e firmeza em relação ao governo. "Tebet apóia minha candidatura à presidência", destacou. Para o senador, a permanência do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, no PMDB impedirá que setores internos do partido tentem impor um nome vinculado ao governo Fernando Henrique. "Vamos nos unir pela candidatura própria. A linguagem governista não passa internamente", adiantou. Simon lamentou a derrota do correligionário gaúcho José Fogaça. "Ele era um candidato extraordinário, um nome fantástico que reunia todas as condições para assumir o cargo. Foi uma tremenda injustiça", disse. Segundo Simon, o próprio presidente da República não teria objeções a Fogaça. "Não foi o governo que escolheu Tebet, mas a cúpula do PMDB", acusou. Operação desastrada elege Ramez Tebet presidente O senador Ramez Tebet (PMDB-MS), ex-ministro da Integração Nacional, foi eleito presidente do Senado em uma operação política tão desastrada que, além de não produzir vencedores, gerou desgastes a todos os atores que participaram do processo. Nem o Palácio do Planalto, que deixou impressas suas digitais na sucessão de outro Poder, nem o bloco de oposição, que mesmo fora da disputa amargou a discórdia entre seus membros, escaparam do desgaste. "Todo mundo perdeu", resume o primeiro vice-presidente do Senado, Edison Lobão (PFL-MA), ao salientar que nem mesmo Tebet ganhou. Ele assume o comando da Casa contestado e enfraquecido. O PMDB manteve a cadeira de presidente desocupada desde a renúncia de Jader Barbalho (PMDB-PA), na terça-feira, mas não pode sequer comemorar porque o racha interno foi ampliado. Tebet teve 41 votos, houve 31 votos em branco e seis abstenções. "Foi um atentado terrorista, um escândalo", acusou o senador José Fogaça (PMDB-RS), indignado com o governo que liberou um ministro de Estado para enfrentá-lo na disputa interna. Mais que isto, o Planalto segurou a edição do Diário Oficial da União até as 23h de quarta-feira, para publicar a exoneração de Tebet apenas depois da certeza de sua vitória na bancada do PMDB. "O presidente Fernando Henrique (Cardoso) não tinha como evitar que um ministro senador disputasse o comando do Senado, nem razões para fazê-lo, porque não há nisso nada que atente contra a democracia ou fira as instituições", defendeu o coordenador político do governo e secretário-geral da Presidência, ministro Aloysio Nunes Ferreira. Mas não foi só Fogaça que se queixou da interferência do Planalto. O ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), que acabou desistindo da disputa, e o senador José Alencar (PMDB-MG), que teve apenas o próprio voto na briga peemedebista, também lamentaram a intromissão. Além de confessar a mágoa para com o Planalto, Sarney expôs sua "profunda decepção" com o comportamento "dúbio" do líder Renan Calheiros (PMDB-AL) e da cúpula partidária. "Desisti porque não participaria de uma armadilha", disse Sarney irritado, quando deixou, sem votar, a reunião da bancada em que Tebet saiu escolhido. PFL prejudica Sarney mais uma vez Mais uma vez, Sarney acabou prejudicado pelo apoio dos pefelistas, que fizeram dele um candidato oficial do partido, antes mesmo que o PMDB pudesse decidir por sua candidatura. A lição deixada pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que perdeu a guerra em torno de sua própria substituição ao impor a candidatura de Sarney ao PMDB, foi de pouca serventia para o PFL. "Foi como se eu estivesse assistindo a uma versão condensada de um filme que já vi", resumiu Jáder, ao lembrar que não era a primeira vez que o PFL defendia publicamente a candidatura Sarney, contra um líder do PMDB. Há sete meses, o veto pefelista foi a Jáder. Agora, o líder vetado foi Renan. A vingança do PMDB ao veto pefelista foi a imposição do nome "irrecusável" de um ministro de Fernando Henrique, que ajudou a condenar ACM pela violação do painel de votações, no comando do Conselho de Ética do Senado. O encaminhamento da votação de Tebet no plenário revelou que a discórdia minara o bloco de oposição a tal ponto, que até o minúsculo PPS dividiu-se ao meio. O presidente do partido, senador Roberto Freire (PE), deu a Tebet o 41º voto (o da maioria absoluta), enquanto o líder Paulo Hartung (ES) preferiu seguir a posição acertada com o PT, declarando seu voto em branco. Desfile tradicionalista tem protesto de servidores estaduais Pelo menos 20 mil pessoas, segundo o comando da Brigada Militar, assistiram ontem a mais de quatro horas de desfile tradicionalista em Porto Alegre em homenagem aos 166 anos da Revolução Farroupilha. A festa deste ano, em comemoração à proclamação da República Rio-Grandense, teve protesto de servidores estaduais. O desfile de 20 de setembro na avenida Loureiro da Silva foi aberto por volta das 9h com a presença do governador Olívio Dutra e o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Gerson Nunes Pereira, que passaram as tropas em revista a bordo de um Stutzbacker 1928. Olívio Dutra lembrou os mortos no atentado terrorista em Nova Iorque e Washington e destacou que neste momento a principal preocupação dos governantes deve ser com a eliminação da pobreza e não com a guerra. "Precisamos globalizar os ideais farrapos, presentes na bandeira do Rio Grande do Sul: igualdade, fraternidade e humanidade". Segundo o governador, nenhuma nação pode ter carta branca para bombardear o mundo. "Devemos, sim, construir uma política de paz e radicalizar a democracia política, social e econômica", acrescentou. A apresentação militar teve início com o grupamento de inativos da BM seguido pelo Batalhão de Policiamento da Capital e de Operações Especiais e Corpo de Bombeiros. O Corpo de Bombeiros desfilou de luto pela morte dos colegas no World Trade Center. Todos os carros da corporação tinham uma faixa preta. Os servidores da Susepe, Instituto Geral de Perícias (IGP), Polícia Civil e Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) desfilaram pela primeira vez. Os integrantes da 1ª Região Tradicionalista, que reúne os municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, abriram o desfile gaudério no qual os piquetes e CTGs comemoraram os 35 anos de criação do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Foram três mil cavalarianos, totalizando cinco mil tradicionalistas representando 200 CTGs e piquetes do Estado e 150 caminhões com prendas e peões. A festa teve protesto dos servidores públicos estaduais ligados à Fessergs, Associação das Esposas de Praças da Brigada Militar, Associação de Cabos e Soldados de Pelotas que pediam melhorias salariais. Os manifestantes tentaram invadir a área do desfile mas foram impedidos pela Brigada Militar. Extinção da Chama Crioula encerra comemorações As comemorações da Semana Farroupilha no Rio Grande do Sul foram encerradas ontem à tarde com a extinção da chama do Candeeiro Crioulo, na entrada do Palácio Piratini. O governador Olívio Dutra lembrou que este foi o primeiro 20 de Setembro comemorado no Século 21. "Século que já inicia marcado pela violência, pelos ódios raciais, religiosos e pela concentração de renda nas mãos de poucos e de alguns países", afirmou. Olívio Dutra ressaltou que a Revolução Farroupilha foi um movimento desencadeador de outros como o da conquista da República e o da libertação dos escravos. Uma extensa agenda com palestras, debates, bailes, exposições e shows foi organizada para comemorar os 166 anos da Revolução Farroupilha em todo Rio Grande do Sul. Gerdau anuncia investimentos no Rio Na próxima segunda-feira, Jorge Gerdau Johannpeter e Frederico Gerdau Johannpeter, presidente e vice-presidente, anunciarão, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), novos investimentos no Rio e as perspectivas de crescimento do Grupo no Brasil e no exterior. A Gerdau Cosigua, maior unidade do Grupo no Brasil, está sediada no Rio de Janeiro, no distrito industrial de Santa Cruz, e atende aos setores da construção civil, indústria e agropecuário. A Empresa iniciou a construção da Cosigua em 1971 e, no ano seguinte, já começava produzir. Hoje, o Grupo mantém no Estado atividade industrial em mais cinco fábricas de transformação de aço, além de três filiais da distribuidora Comercial Gerdau. Desde a sua chegada no Rio de Janeiro, os investimentos totais no Estado somam US$ 950 milhões. No dia seguinte, 25 de setembro, às 20h30min, a Empresa comemora o seu centenário no Ribalta Eventos, na Barra da Tijuca, com show de Ivan Lins e participação especial da atriz Irene Ravache e da soprano Edna Oliveira. O toque musical gaúcho será dado pela Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, que irá acompanhar a história do Grupo Gerdau, hoje um dos maiores produtores mundiais de aço, com capacidade de produção de aço de 8,4 milhões de toneladas anuais e unidades industriais instaladas no Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Estados Unidos e Canadá. Agricultores gaúchos pedem renegociação O presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu ontem, no Palácio da Alvorada, um grupo de agricultores gaúchos denominado "Primeira Cavalgada de Integração Nacional na Defesa da Produção Rural". Segundo o comandante do Grupo, Celso Souza Soares, os gaúchos cavalgaram 54 dias, percorrendo um total de 2.500 quilômetros como forma de sensibilizar o governo para o apoio ao homem do campo. "A solução para a fome no Brasil está no campo", afirmou ele. Celso Souza Soares disse que a cavalgada tem ainda, como objetivo, obter apoio ao projeto de autoria do deputado Augusto Nardes (PPB-RS), aprovado ontem pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados que propõe novo tratamento para a dívida de R$ 28 bilhões dos produtores rurais. A proposta é que sejam concedidas as mesmas regras Programa de Recuperação Fiscal (Refis), que renegociou a dívida fiscal dos comerciantes junto à Receita. O ministro da Agricultura, Pratini de Moares, que acompanhou o grupo na audiência com o presidente, disse, ao deixar o Palácio da Alvorada, que o governo é contra o projeto de Nardes. Expectativa de guerra derruba bolsas A expectativa em relação ao pronunciamento que o presidente dos Estados Unidos, George Bush, fez ontem no final da noite, foi um ingrediente a mais a estimular o nervosismo que tomou conta do sistema financeiro desde o atentado terrorista da semana passada. Por conta da incerteza e até da possibilidade do início de um conflito armado, as bolsas registraram queda no mundo todo. O índice Dow Jones apontou redução de 4,37% no volume negociado. "Foi a sétima maior queda em pontos da história desse índice", afirma o diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Keyler Carvalho Rocha. O Nasdaq registrou queda de 3,72%. Na bolsa de Londres houve recuo de 3,49%, e, na de Buenos Aires, de 4,07%, alavancado pelos boatos de queda do ministro Cavallo. Motivada pelos resultados negativos ao redor do mundo e pela expectativa de queda no consumo mundial, o que afetaria diretamente a balança comercial brasileira, o Ibovespa registrou queda de 1,87%, fechando com a pontuação de 10.543. "Em tempos de incerteza, as pessoas deixam de comprar ações e procuram investimentos mais conservadores e, conseqüentemente, mais seguros", destaca o analista da Pilla Corretora, André Moura. Contrariando a pressão do mercado, que esperava um leilão de parte dos 10 milhões de Notas do Banco Central (NBC-E) emitidos para a carteira da própria instituição na segunda-feira, o Banco Central (BC) não executou ontem venda de papéis para hedge. A negociação foi anunciada para hoje, quando devem ser vendidos 450 mil Notas do Tesouro Nacional (NTN-D), com vencimento em 15 de dezembro de 2004. Além da intervenção rotineira de US$ 50 milhões, o BC vendeu ontem 350 mil NBC-Es relacionados à antecipação da rolagem de títulos cambiais, prevista para a próxima semana. Dólar bate novo recorde A preocupação das empresas em proteger as dívidas em dólar contra uma possível disparada do câmbio aliada à fuga de investidores do Brasil levou o dólar a bater o novo recorde do Real. A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 2,76, o que representa uma apreciação de 1,85% em relação à quarta-feira. No ano, o dólar já acumula elevação de 41,5% frente ao real, sendo que, nos vinte dias de setembro, a valorização foi de 8,3%. "O mercado vai continuar volátil até que seja definida a postura dos Estados Unidos quanto à retaliação contra os autores do atentado", prevê o analista da Pilla Corretora, André Moura. Apesar de temporariamente relegados a segundo plano, o diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Keyler Rocha, lembra que há outros agravantes que devem continuar pressionando o câmbio. "Temos a crise argentina, a questão política, como a troca da presidência do Senado e as eleições de 2002, e o déficit de US$ 27 bilhões em transações correntes, que, nesse ano, conseguiremos cobrir somente com a ajuda do FMI", destaca. Manutenção da Selic era esperada, mas pode ser temporária Na contramão das principais economias do mundo, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou na quarta-feira por manter a Selic em 19% sem viés. Em razão da ameaça de queda no consumo interno americano, o Fed reduziu, no início da semana, os juros americanos, que caíram para 3% ao ano. A Europa seguiu o mesmo caminho, e a taxa para a região do Euro foi diminuída para 3,75%. A decisão não foi surpresa, pois o mercado esperava a manutenção dos juros. Isso porque, segundo o diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Keyler Rocha, o Brasil não pode abrir mão de pagar um spread alto para os investimentos no País. "Nós dependemos dos recursos externos para fechar o balanço de pagamentos", afirma. Além disso, ele acredita que o BC também está preocupado com um aumento inesperado da inflação devido ao repasse da depreciação cambial, e deve continuar usando os juros para segurar a demanda. Em caso de agravamento da crise mundial, o economista acredita que pode haver novo aumento de juros, na tentativa de segurar no País o capital externo. O crescimento do PIB brasileiro, que no primeiro semestre foi de 2,49%, está sendo garantido, principalmente, pelas exportações. Caso haja uma recessão mundial, além da disparada do preço do dólar e do aumento da inflação, o Brasil sofrerá, na visão de Rocha, queda no crescimento. Colunistas Cenário político - Carlos Bastos PMDB gaúcho vive momento delicado O PMDB do Rio Grande do Sul vive um momento muito delicado, com a ameaça de sofrer uma debandada dos deputados e lideranças que se indentificam com o ex-governador Antônio Britto e que, ontem, realizaram mais uma reunião. A decisão do grupo deve sair dentro de 72 horas, se deixa o partido ou permanece combatendo a linha política adotada pelo comando nacional. Os peemedebistas gaúchos se viram mais uma vez preteridos, com a eleição do ministro e senador Ramez Tebet, do Mato Grosso do Sul, que foi guindado à presidência do Senado pelo grupo governista. O gaúcho José Fogaça conseguiu fazer apenas seis votos. O senador peemedebista viajou ontem de Brasília para Porto Alegre, a fim de participar da reunião do grupo de Britto, à noite. O resultado no Senado, por outro lado, deixa na berlinda a candidatura do senador Pedro Simon à Presidência da República, pois em todas as decisões do PMDB prepondera o grupo governista, que pode acabar abrançando o candidato tucano do presidente FHC. Diversas O senador José Fogaça afirmava ontem que a eleição de Ramez Tebet ainda é consequência do comando exercido no partido pelo grupo do senador Jáder Barbalho. Na verdade, o grupo do ex-governador está dividido. Enquanto ele, o deputado federal Nelson Proença e o estadual Mário Bernd entendem que todos devem ir para o PPS, os demais deputados estaduais e o senador José Fogaça acham que devem permanecer no partido. O deputado Paulo Odone retornou de sua conversa com Leonel Brizola confiante de que há clima para uma aliança no Estado entre o PMDB, PDT, PTB e PPS. Isso independente dos candidatos à sucessão de Fernando Henrique que os partidos apoiarem. Brizola pediu tempo para discutir com seus correligionários gaúchos do PDT. O ex-governador virá domingo a Porto Alegre para ir até Ivorá, na segunda-feira, onde acontecerão as homenagens ao centenário de Alberto Pasqualini. Na ocasião, vai se reunir com a Executiva Estadual, deputados federais e estaduais, para discutir a aliança proposta por Paulo Odone. Caio Gracco Cerqueira candidato à presidência do diretório metropolitano do PPB e Leandro Soares para vice-presidente, já estão articulando suas bases para aeleição de domingo das 9h às 16h na Camara Municipal de Porto Alegre. O líder do governo na Assembléia, deputado Ivar Pavan (PT) criticou duramente a oposição, que mais uma vez retirou o quórum da sessão plenária para impedir a votação de dois projetos de autoria do Executivo envolvendo a questão salarial do funcionalismo. Última Expectativa dos apoiadores do candidato Paulo Ferreira, do PT Amplo, que vai disputar com David Stival da Articulação de Esquerda, que fez mais de 42% dos votos, o segundo turno, é de incrementar o número de militantes que comparecerão nas urnas eleitoriais no dia 7 de outubro. Acontece que Stival deverá ser apoiado pela Ação Democrática, cujo candidato Marcelino Pies fêz 15% dos votos, mas Ferreira contará com o apoio de várias tendências que disputaram o primeiro turno. Começo de conversa - Fernando Albrecht Linha dura Mesmo quem viaja via aérea para o interior do Estado já recebe a informação que o check-in nos aeroportos precisa ser feito duas horas antes do embarque. Mesmo nos tempos dos seqüestros, nos anos 70, o máximo exigido para os passageiros era de uma hora. Além disso, nenhum objeto que pode ser usado como arma é permitido na bagagem de mão. Idem pilhas, que podem servir como detonadores de bombas. Tudo graças ao seu Bin Laden. Atração turística Em recente entrevista, o diretor do Dep, Airto Ferronato, disse que as obras de macrodragagem da Padre Cacique, que tem uma bacia de contenção dentro do parque Marinha do Brasil, resolveriam não só o problema das inundações na região como seriam atração no parque. Quem passa por lá sente a tal atração muito bem - no olfato. O mau-cheiro é monumental. De formas que em Porto Alegre, cocô virou atração turística. E segue o baile... A CPI do Demhab está um vai-não-vai medonho. O vereador Raul Carrion (PC do B) diz que a culpa do atraso nos trabalhos é da própria oposição. O vereador Sebastião Melo (PMDB) quer que as CPIs tenham mais do que os 90 dias regulamentares e garante que dos 31 requerimentos pedidos de informação que enviou ao executivo nenhum teve resposta e quer os mesmos 180 dias da Assembléia. ...da CPI do Demhab Luiz Braz (PTB) alerta contra as manobras procastinatórias, temendo que “O PT mate mais uma vez a investigação”. E Nereu D’ Ávila quer quebra de sigilo telefônico dos depoentes, alegando interferência do Demhab. E João Dib (PPB) foi mais fundo afirmando que a prefeitura tinha autorização para comprar o conjunto Jardim Leopoldina por R$ 22 milhões e acabou pagando R$ 27 milhões “em uma época sem inflação”. Partido Democrata Representantes do Partido Democrata dos Estados Unidos estarão hoje no Estado para conhecer o trabalho que a Juventude do PPB vem realizando. Segundo o presidente, Jerônimo Pizzolotto Goergen, os americanos se mostraram interessados com o trabalho da Juventude do PPB, divulgado pela Fundação Milton Campos. Os visitantes, Justin Bender e Francisco Herrero, realizam hoje de tarde na Câmara hamburguesa um ciclo de palestras e debates. Haja Prozac Os usuários do antidepressivo Prozac terão seu tratamento facilitado: em vez de comprimido diário, apenas um por semana. A indústria farmacêutica Eli Lilli está lançando em outubro no Brasil o Prozac DuraPac, já em uso nos Estados Unidos e aprovado pela FDA, agência reguladora de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos. A depressão afeta 6% da população mundial e em 20 anos deverá ser a maior causa de incapacitação social do planeta, perdendo apenas para as doenças cardíacas. Com esse barulho todo, haja Prozac. Senai neles Alunos gaúchos do Senai conquistaram o quarto lugar na ocupação Mecatrônica e o sexto na classificação geral no 36º Torneio Internacional de Formação Profissional, em Seul, Coréia, concorrendo com 600 alunos de 35 países, na frente do Canadá, EUA, e Japão. Representaram o Estado na mecatrônica, a dupla caxiense Felipe Schiavo e Fernando André Zorzi, Marcelo Pereira Dias em Eletricidade Predial, e Fábio Ricardo de Oliveira Souza, em Projeto Assistido por Computador. Concorrência desleal Não dá para entender a política oficial com relação ao Mercado Público. No ano passado os permissionários apresentaram à prefeitura um projeto de publicidade, eventos, promoções e outras iniciativas para revitalizar o mercado. O projeto não foi aprovado, apesar de os permissionários bancarem as despesas. Ou seja, nem propaganda as bancas podem fazer. Em compensação, semana que vem inaugura no mercado a 8ª Feira da Reforma Agrária, com assentados vendendo erva-mate, verduras e produtos agrícolas. Quer dizer, concorrendo com as bancas cujos donos madrugam fazendo compras na Ceasa. Concorrência desleal e política equivocada. Estão matando o mercado. Previsão fajuta Uma jornalista aqui da casa, estudiosa de Nostradamus, foi à pesquisa e não encontrou nenhuma passagem em que o mago francês citasse a destruição de duas torres. O papel aceita qualquer coisa e um segundo depois dos atentados já se sabia que lá vinha alguém com o Nostradamus na algibeira, com previsões pret-a-porter. Dependendo do ângulo em que se analisar seus textos, bastante nebulosos, encontra-se até a previsão do declínio do futebol brasileiro. Que, aliás, este sim é verdadeiro. Conexão Brasília - Adão Oliveira O senador Ramez Tebet foi eleito presidente do Senado, mas a casa continua dividida. Tebet não é nenhum líder no Senado e, muito menos grande orador. É um senador do baixo clero, embora tenha liderança no seu estado, o Mato Grosso do Sul. Ele conseguiu notoriedade ao presidir o Conselho de Ética, durante o caso da violação do painel do Senado. Muito ligado a Jáder Barbalho, sua atuação foi tão marcante que ele atraiu a ira de Antônio Carlos Magalhães no seu discurso de renúncia. Ramez Tebet foi chamado por ACM de "o rábula do Pantanal". Discurso Ramez Tebet fez o seu primeiro discurso como presidente da Casa pregando união. Ele quer que a "a intolerância dê lugar à harmonia e que acabe na Casa de egos". Apesar do esforço, Tebet terá dificuldade de harmonizar o Senado. Sua eleição se deu em clima tenso provando que ele não é unanimidade. A bancada do PFL, por exemplo, se retirou do plenário no momento do discurso. Pacificar o Senado será um trabalho de habilidade política. Indignação O senador José Fogaça que disputou na bancada a sua indicação à presidência do Senado estava, ontem, uma "arara". Mesmo assim Fogaça não aceitou a convocação da bancada do PFL para que ele disputasse a indicação no plenário com o apoio dos pefelistas. Fogaça ganharia o cargo. Ético, respeitou a decisão de sua bancada, embora conteste o comando do PMDB. "No PMDB há companheiros e inimigos. Eu sou considerado um inimigo", lamentou. Audiência O presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu, ontem, às 11h, no Palácio da Alvorada, os integrantes da Primeira Cavalgada da Integração Nacional em Defesa da Produção Rural, comandada pelo coronel da reserva da Brigada, Celso Souza Soares. A audiência foi articulada pelo ministro Pratini de Moraes, da Agricultura. Segundo João Brilhante, chefe de gabinete do ministro, o presidente lamentou não estar pilchado para receber a gauchada. Maluf O deputado João Fischer, presidente em exercício do PPB gaúcho e Jerônimo Goergen, da juventude pepebista, pediram ao deputado Delfim Netto, primeiro vice-presidente do diretório nacional do partido, que Paulo Maluf não apareça no próximo programa político do PPB. "Aparecer no programa para se defender..." atacou Jerônimo Goergen. Delfim prometeu que o "Dr. Paulo" não vai aparecer na telinha. Duvido muito! Retorno Quem esteve, quarta-feira, em visita ao plenário do Senado foi o ex-senador Carlos Chiarelli. A visita se deu bem no momento em que Jáder Barbalho renunciava à presidência da Casa. Chiarelli se retirou para reaparecer tempos depois no plenário da Comissão de Constituição e Justiça, onde recebeu citações de apreço de Bernardo Cabral e Francelino Pereira, entre outros. Reitor O vice-presidente Marco Maciel está tentando convencer o reitor Rui Pauletti, da Universidade de Caxias, a assinar ficha no PFL. Pauletti, é reitor da Universidade de Caxias há 10 anos, e vem recebendo assédio político do PFL e do PSDB. Talvez não resista! Editorial Caminho da roça é mesmo a solução do Brasil Os R$ 14,7 bilhões destinados à safra agrícola de 2001/2002 dão alento ao setor primário, chegaremos à produção de 100 milhões de toneladas de grãos, sonho acalentado há muito. A última Expointer mostrou criadores e agricultores ávidos em reequipar seus parques de máquinas, que têm a média de 15 anos de uso, demasiada. O País tem cinco milhões de empresários rurais que ganharam esta boa notícia e que ajudará no combate à fome da população de 170 milhões de habitantes. As exportações agroindustriais aumentarão, mantendo o ciclo de superávit dos últimos anos, entre US$ 18,5 a 19 bilhões, malgrado a turbulência nos EUA. A maior produção de alimentos resulta numa redução real de 5,25% ao ano nos preços. É a “Âncora Verde” segurando a inflação. Com a Alca e a União Européia fechando o cerco em torno do Mercosul, a agropecuária é a moeda de troca mais importante que o País tem para negociar na construção de acordos com estes dois blocos. A superioridade competitiva da agroindústria brasileira é trunfo. Ainda assim, temos mais 100 milhões de hectares cultiváveis à disposição, intactos, fora da Amazônia, dados da Embrapa. Esse potencial nos garante triplicar a produção de alimentos. Embora as repetidas críticas de “abandono do campo”, a produção de grãos cresceu 39%, de 1996 a 2001, pulando de 70,82 milhões de toneladas para 100 milhões em 2001/2002, previstos pelo IBGE. Os saltos foram de 76,30 milhões de toneladas em 96/97, 77,67 milhões em 1997/1998, 84,59 milhões em 1998/1999, 84,08 milhões de toneladas em 99/00, 98,88 em 2000/2001. Ainda segundo o IBGE, não houve aumento da área plantada no período, de 38 milhões de hectares, a maior colheita reflete ganhos de produtividade. Colhidos, os produtos da agricultura transformam-se em roupas, livros, alimentos, bebidas, móveis e até combustíveis, sendo que o agronegócio movimenta em torno de 30% do Produto Interno Bruto, PIB, de US$ 600 bilhões em 2000. Embora o crédito rural seja 30% maior, os obstáculos a vencer são grandes. As nações ricas subsidiaram seus agropecuaristas com US$ 360 bilhões em 2000, quase US$ 1 bilhão por dia. Além disso, o nosso óleo de soja é taxado em 20,8% nos EUA, 7% na UE e em 25% no Japão. Sem os subsídios, poderíamos estar exportando não US$ 6 bilhões mas US$ 12 bilhões ao Velho Mundo. Em novembro, no Catar, haverá reunião da OMC, na qual o Brasil fincará posição pela liberação dos mercados do agronegócio, porém onde o desfecho da crise do terrorismo a favor dos EUA balizará as decisões. Ao lado da agricultura, existem as exportações de carne com US$ 2,6 bilhões este ano. Temos o maior rebanho bovino comercial do mundo, somos o segundo maior exportador de carnes de aves e mantemos o maior crescimento de vendas externas de carne suína, previsão de US$ 350 milhões este ano. Podemos nos transformar nos maiores exportadores de carnes, perto de US$ 5 bilhões em 2004. Nosso gado herbívoro faz com que uma tonelada de carne custe US$ 1 mil, contra US$ 4 mil que gastam os europeus para produzir a mesma quantidade. No caso das aves e suínos a vantagem, igualmente, é grande, pois há seis anos que a produção de grãos vem aumentando e a alimentação dos animais responde por 60% a 70% dos custos. Temos quantidade e qualidade, contra o Mal da Vaca Louca que apavora o consumidor dos países ricos, agora incluindo o Japão. Também, ao contrário do que dizem, o brasileiro é um dos maiores consumidores de carnes bovina e de frango, com média de 36,5 e de 29 quilos por habitante/ano, respectivamente. Exportar ou morrer não é o caso, mas vender para viver, estamos sim no caminho da roça, o do desenvolvimento. Topo da página

09/21/2001


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