Simon diz que desistência de candidatura própria é "maior paulada" que PMDB já levou



"Esse talvez tenha sido o maior golpe, a maior paulada que o MDB levou em toda as sua história, já que as outras foram dadas pela ditadura, pelo arbítrio, pelos generais, e essa foi pelo comando do partido, pelos líderes que se aproveitaram de cargos". O desabafo foi feito pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) ao anunciar que a executiva nacional do partido resolveu, em reunião realizada na manhã desta segunda-feira (12) sepultar a candidatura própria à Presidência da República.

Segundo o senador pelo Rio Grande do Sul, que ainda trata o PMDB pelo seu antiga sigla, MDB, por 15 a zero a executiva resolveu que o partido não terá candidato à presidente com a alegação de fortalecer as candidaturas aos governos estaduais. Ele acrescentou que a única discussão entre os que aprovaram a medida foi quanto à data do anúncio da desistência.

- Uns queriam sepultar logo hoje [segunda, 12], outros, na sexta-feira [16]. Os que queriam hoje, argumentaram que o defunto ficaria insepulto e passaria a cheirar mal, teriam que colocá-lo em uma câmara funerária - afirmou Simon.

Na avaliação de Pedro Simon, não se sustenta o argumento de que o PMDB não deve lançar candidato próprio à presidente para permitir a criação de alianças nos estados e, conseqüentemente, fortalecer as candidaturas a governador. Ele registrou que os defensores dessa teoria sequer apoiarão candidatos do PMDB nos seus estados.

No Maranhão do senador José Sarney (PMDB-AP), enumerou Simon, a candidata é sua filha, Roseana Sarney, filiada ao PFL, enquanto que no Amapá o apoio do partido será ao PSB. O PMDB do Pará, que tem como líder o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho, apoiará o PT. A mesma situação deverá ocorrer na Bahia, liderada pelo deputado Geddel Vieira Lima, informou o senador gaúcho. Já em Alagoas, completou, o PMDB de Renan Calheiros deverá trabalhar em prol do candidato do PSDB.

- Esse grupo que adonou-se do partido como se fosse uma legião estrangeira nunca teve sentimento de carinho, de afeto ou de amor pelo MDB. Estão ali para tirar vantagem até o fim, porque não estão nem um pouco preocupados com o que vai acontecer com o partido. Não sei como será a convivência com essa gente. Na verdade, eles nem deveriam estar no MDB - declarou Simon.

12/06/2006

Agência Senado


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