Simon critica criação da TV Brasil por medida provisória
Defensor de uma TV pública no Brasil, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu, entretanto, "uma grande bobagem" ao decidir criá-la por medida provisória, "impondo ao país o que ele pensa e quer", sem discutir com o Congresso e a sociedade. Simon classificou como "golpe" a decisão do governo de votar o projeto de lei de conversão (PLV 2/08) à medida provisória (MP 398/07) que criou a TV Brasil depois das 23h desta terça-feira (11), sem a aceitação de emendas.
O parlamentar lamentou que, para evitar o acolhimento de emendas dos senadores, o que remeteria o assunto de volta à Câmara dos Deputados, lideranças do governo tenham "tomado nota" dessas alterações com a promessa de colocá-las em uma nova MP. Para Simon, "isso não é sério e nem tem lógica".
- Olha o papel que fica para o Senado, o que resta para o Senado. Essa era uma medida que poderia marcar a história da vida do presidente Lula - afirmou.
O representante do Rio Grande do Sul, que conduziu discussões no Senado sobre os meios de comunicação, justificou sua ausência na votação da MP da TV Brasil por haver sido informado de que o assunto não seria tratado na noite desta terça-feira (11). Assim, Simon acabou assistindo à sessão de casa, pela TV Senado.
Ao contrário do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), o peemedebista aceita como parte do jogo político a decisão do governo de considerar inconstitucional a segunda MP que seria votada na terça-feira (11), o que abriu espaço para a apreciação da MP TV pública.
- Feliz a idéia (da TV pública). Oportuna a criação, mas lamento a forma. Quem sabe, embora não tenha sido discutida a contento neste Plenário, ela possa ter o condão de provocar o necessário debate sobre o papel dos meios de comunicação no Brasil - comentou.
13/03/2008
Agência Senado
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