Simon critica retenção do Imposto de Renda pelo governo



A decisão do governo de reter o imposto de renda para compensar a perda de arrecadação de impostos foi objeto de crítica do senador Pedro Simon (PMDB-RS), nesta terça-feira (13) em Plenário. Simon acredita, no entanto, que o presidente Luiz Inácio Lula deverá voltar atrás na medida, o que considera positivo.

- Por que a classe média sempre tem que pagar a conta? Pagou seu imposto de renda mensalmente. Pegou dinheiro emprestado, comprou, recebe e paga. E se não receber, que juro irá pagar! - observou o parlamentar, que, no entanto, reconheceu .

Simon disse já ter apresentado cinco projetos de lei no Senado sobre o assunto, o primeiro em 1982, há 27 anos, que exigiam a devolução da restituição do IR em até 60 dias. Informou que embora quatro deles tenhma sido aprovados pelo Senado, acabaram rejeitados na Câmara dos Deputados. O senador comparou a atual medida com a cobrança de impostos da poupança para valores acima de R$ 50 mil. Na ocasião, recordou, o governo voltou atrás. Tal cobrança, disse, também atingia a "classe média alta", enquanto a decisão tomada recentemente atinge a "classe média baixa".

Em contraste com a retenção das restituições do IR pelo governo, Simon criticou o anúncio feito em junho de empréstimo no valor de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e o acúmulo de reservas internacionais de US$ 210 bilhões. Simon apontou ainda a incoerência do governo na adoção de medidas como isentar automóveis e geladeiras de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) como medida de combate à crise financeira internacional para, em seguida, reter o IR.

- Eu diria que o Lula não merece uma manchete como esta, "Estelionato fiscal", de O Estado de S.Paulo [publicada no último dia 11], mas ela é verdadeira. É o que está acontecendo. É um estelionato fiscal - declarou Simon. 

Simon comparou também a diferença da situação vivida no Brasil e nos Estados Unidos em relação à saúde pública e à forte reação dos norte-americanos à tentativa do presidente Barack Obama em aumentar impostos para incluir no sistema 50 milhões de pessoas.Conforme o senador, ao contrário dos brasileiros, esse percentual de norte-americanos sequer tem acesso a um serviço público de saúde como o Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo questionando-se a qualidade dos serviços prestados pelo SUS.

O senador Flávio Arns (PSDB-PR) aparteou Simon para dizer que espera que a pressão popular garanta a devolução rápida do IR. O também peessedebista Eduardo Azeredo (MG) criticou o empréstimo de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) com juros inferiores à aplicação anterior, valores que, considera, poderiam ter sido utilizados para compensar a perda de arrecadação.



13/10/2009

Agência Senado


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