SIMON CRITICA VISÃO DOS EUA SOBRE AMÉRICA LATINA
"Os Estados Unidos, hoje, praticamente como a única nação poderosa do universo, olham para nós como se fôssemos uma espécie de quintal", disse hoje (dia 7) o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Para ele, no cinqüentenário da Organização dos Estados Americanos (OEA), os países latino-americanos deveriam aprofundar mais suas relações, "não contra os Estados Unidos, mas na busca de uma certa identidade para podermos falar mais em tom de igualdade".
A opinião foi manifestada em aparte ao pronunciamento do senador Bernardo Cabral (PFL-AM). Simon enfatizou que, em relação a Cuba, "há uma unanimidade entre os países latino-americanos no sentido de sua reintegração, mas os Estados Unidos, com a sua força, com a sua potência, com o seu veto e com a sua autoridade, impedem que isso aconteça". Quanto à OEA, o senador afirmou que os demais países do continente americano deveriam ir além, fortalecendo-a, pois, para os Estados Unidos, ela seria uma entidade entre as muitas em que eles têm presença marcante.
Dizendo-se contrário a um mercado comum de toda a América, antes de um fortalecimento da América Latina, Simon defendeu que o Mercosul, mais que a união do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, seja o Mercado Comum Latino-Americano.
Em resposta, Cabral enfatizou que a união dos países latino-americanos não basta, porque "precisamos saber olhar na mesma direção. Se não começarmos a traçar caminhos e apontar soluções, ficaremos sempre no diagnóstico sem dizer qual é a terapêutica".
07/04/1998
Agência Senado
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