Simon defende Carlos Lessa e BNDES de críticas dos investidores estrangeiros



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) saiu em defesa do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, que está sendo criticado por investidores estrangeiros em razão da compra de ações da Companhia Vale do Rio Doce pelo banco. A US$ 47,57 por ação, foram adquiridos 10% do capital votante da Valepar, holding que controla a Vale, no valor total de R$ 1,5 bilhão.

Simon explicou que com o negócio o BNDES passou a deter participação estratégica de 9,5% no bloco de controle da Vale, obtendo o direito a mais duas cadeiras no conselho de acionistas. Poderá agora votar em questões relativas à mineração e, principalmente, à siderurgia, de modo a consolidar a posição do Brasil no setor, em nível internacional. Na hipótese de vendas futuras dentro do bloco, com ameaça ao controle da companhia por grupos nacionais, o banco, por força de acordo de acionistas, terá direito de preferência na aquisição.

- Os interesses de bancos e empresas de consultoria financeira estrangeiros parecem contrariados, mas também no governo surgiram vozes discordantes, não tanto pelo negócio em si, mas pelo efeito sobre os humores dos investidores externos - observou Simon.

O senador disse que chama a atenção o fato de o governo não ter vindo a público em socorro do BNDES e de seu presidente. Conforme Simon, essa omissão soa ainda mais estranha quando se constata que Lessa vem traduzindo com perfeição a agenda da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: inclusão social, com ampliação das operações de microcrédito; recuperação e ampliação da infra-estrutura; modernização e ampliação da estrutura produtiva, com oferta de crédito para máquinas e equipamentos agrícolas; e promoção das exportações.

No passado recente, lembrou Simon, o BNDES se notabilizou por operações danosas ao patrimônio público, investindo, por exemplo, meio bilhão de reais no grupo Chapecó, sem qualquer garantia de reaver os recursos aplicados.

- O BNDES era um banco-hospital. Hoje é uma nova instituição, com enxugamento da diretoria e fim do desperdício. E Carlos Lessa, além do perfil técnico invejável e sólido conhecimento, é um integrante histórico da resistência democrática - assinalou o senador.



21/11/2003

Agência Senado


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