SIMON DEMONSTRA PREOCUPAÇÃO COM SITUAÇÃO DA AMAZÔNIA



"Sabemos como está começando essa aproximação dos americanos com a Colômbia, com um cheque de US$ 1,8 bilhão para o combate ao narcotráfico. Mas não sabemos como vai terminar essa situação", disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em aparte ao discurso do senador Geraldo Cândido (PT-RJ) na sessão desta quinta-feira. "Eles vão entrar na floresta e não vão saber onde é a fronteira. É uma floresta só", destacou Simon que falou sobre a importância de o senador José Sarney (PMDB-AP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, participar da reunião dos 12 chefes de estado da América do Sul que acontece na quinta (dia 31) e sexta (dia 1o) em Brasília, como representante do Congresso nacional.
"Se tem gente plantando e ganhando dinheiro com isso na Colômbia é porque há americanos comprando. Como os Estados Unidos não conseguem evitar a entrada de drogas no país querem transferir a guerra para o território produtor", afirmou Pedro Simon. Na opinião dele, há muito tempo existe interesse de intervenção na Amazônia, citando notícias de que autoridades estrangeiras chegam a defender uma soberania relativa na região, como acontece na Antártida.
Simon contou que esteve na Amazônia e que um general brasileiro o informou sobre a existência de um quartel de treinamento americano na Guiana. "Eles estão preparados", disse, "vai ser diferente do Vietnã, uma guerra que o governo americano pensou que ia levar poucas semanas. Durou 10 anos e resultou em 56 mil americanos mortos", disse. A senadora Heloísa Helena (PT-AL), também em aparte, disse acreditar que o presidente americano, Bill Clinton, não respaldará os esforços de paz da guerrilha colombiana. "A ação norte-americana conta com o apoio de fracos e covardes, mas não tem o respaldo dos povos colombiano e brasileiro", ressalvou.
Ela sugeriu que os cidadãos tumultuem as caixas postais e e-mails dos dirigentes brasileiros alertando para o perigo da situação. "Receberemos os galeguinhos americanos para trabalhar e produzir, mas de metralhadora e tanque, não", declarou.

31/08/2000

Agência Senado


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