Simon elogia governo pela ação contra fraudes na Saúde e pela viagem de Lula à China



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela viagem à China e pela apuração das fraudes nas compras de hemoderivados pelo Ministério da Saúde. Mas, durante o discurso de 36 minutos, questionou: "Por que o governo agiu de forma tão precisa e eficiente em um caso, o das fraudes na Saúde, e foi tão omisso em outro, o do Waldomiro Diniz?".

O senador disse que a viagem do presidente Lula à China reveste-se de grande simbolismo e pode ter importância para ambos os países.

- Em 1961, o então vice-presidente João Goulart foi à China e disse lá que os dois países tinham um encontro marcado no futuro, um encontro com a História, que nossos povos ainda iriam trabalhar juntos pela paz e pelo bem-estar comum. Peço até à TV Senado que exiba o filme Jango, de Silvio Tendler, em que as imagens de Jango na China são bem fortes - disse Simon.

Para ele, a idéia de se reunir Brasil, África do Sul, China e Índia em um bloco de cooperação econômica e política "é altamente positiva e significativa". Seria dar à globalização um caráter mais humano e distributivo. "O Brasil e a China, por exemplo, tem economias que podem ser complementares, têm grandes negócios para fazer", disse.

Sobre as fraudes descobertas no Ministério da Saúde, o senador gaúcho disse que o ministro Humberto Costa e o governo como um todo tiveram ação exemplar.

- Um auxiliar de confiança do ministro foi preso, algemado e enviado ao xadrez. O outro, o Waldomiro Diniz, anda por aí, passeia tranqüilo por Brasília, vai a supermercados, sem medo de CPIs ou de prisão, porque o governo impediu a CPI. E nem ao menos demitiu o Waldomiro, permitiu que ele próprio se demitisse - protestou.

Pedro Simon disse que o Brasil está cada vez mais parecido com a Colômbia, pela formação ostensiva de máfias, pelo poder crescente do crime organizado, que já controla áreas inteiras, onde o Estado não consegue penetrar.

- Há favelas no Rio de Janeiro, como a Rocinha, em que as leis, os códigos, são os dos criminosos. Um traficante morreu na Rocinha e teve um enterro de primeiro ministro, com honras, foi decretado feriado por três dias seguidos - lembrou.

O senador observou que o crime organizado está infiltrado no Executivo, no Judiciário e no Legislativo, "quiçá até mesmo aqui no Senado". E lembrou a fuga do Brasil do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, que recebeu um hábeas corpus "de um juiz corrupto", pegou seu próprio jatinho e fugiu do Brasil. Simon aproveitou que o Senador Paulo Paim (PT-RS) presidia a seção e homenageou-o, duvidando que o governo o puna por defender um salário mínimo maior do que os R$ 260 propostos.



21/05/2004

Agência Senado


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