SIMON FAZ APELO PELA CONVOCAÇÃO DE CLÓVIS CARVALHO



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez um apelo em plenário nesta terça-feira (dia 5) para que seja aprovado requerimento de sua autoria que convoca o ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Clóvis Carvalho, para depor na Subcomissão do Judiciário, na próxima terça-feira (dia 12).
Ele acusou o governo de estar manobrando politicamente para o "esvaziamento"" dos trabalhos da subcomissão, ao não permitir o depoimento de Clóvis Carvalho, como também, em não abrir as contas bancárias do ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge e de outras pessoas envolvidas. "Os trabalhos da subcomissão estão caminhando para dar em nada" alertou.
O senador disse ter estranhado a declaração do líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) - de que tomara conhecimento pela imprensa - de que o Palácio do Planalto "não tem interesse e não vê significado" no depoimento de Clóvis Carvalho na subcomissão.
- Quero saber qual a justificativa do governo para o Clóvis Carvalho não vir depor. Qual a razão, qual o motivo? - indagou o parlamentar.
Para Pedro Simon a convocação do ex-chefe da Casa Civil torna-se imprescindível. Sobretudo depois que o ministro do Planejamento, Martus Tavares, em depoimento na subcomissão, revelou não ter tratado sobre a liberação de verbas para as obras do fórum paulista com o presidente Fernando Henrique Cardoso, mas sim com Clóvis Carvalho.
- Ele tem de vir aqui e explicar como despachou com o presidente da República sobre as verbas do TRT de São Paulo. Como é que o Congresso rejeita a liberação de verbas para a obra e o Executivo manda outra proposta, com mais dinheiro ainda, que é aprovada por unanimidade, e depois é sancionada pelo presidente? - questionou Pedro Simon.
Na opinião do senador Pedro Simon, o próprio presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, estaria colaborando para dificultar o trabalho da subcomissão. Para ele, Antonio Carlos estaria postergando a decisão sobre a quebra de sigilo e a apresentação dos relatórios sobre requerimentos para novos depoimentos e informações sobre as pessoas envolvidas no desvio de verbas para o TRT paulista.
- O tempo está passando, os meses correndo, e Antônio Carlos alega que não conseguiu reunir a Mesa para comunicar sua decisão. Ele argumenta que seria deselegante não comunicar antes a Mesa para depois informar ao plenário - disse o senador.
Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AC) compartilhou da preocupação do senador gaúcho sobre a possibilidade de trabalho da subcomissão "não dar em nada". Ela afirmou que o Congresso Nacional "se mostra fraco e subserviente" às investidas do Executivo contra a subcomissão, e voltou a defender a instalação de uma CPI ampla para investigar o assunto.
FH
Em seu discurso, o senador Pedro Simon também fez uma análise do governo Fernando Henrique, dizendo que após as eleições municipais o presidente "vai ter um período sem graça" que, na sua opinião, deveria utilizar para fazer a reforma política.
- Não essas mentirinhas que estão aí, para eleger presidente. Vamos fazer uma reforma política com coragem - conclamou.
Simon lembrou que passadas as eleições municipais e a posse dos eleitos, estará na rua a eleição para presidente e observou que, "se o presidente Fernando Henrique não tiver a força, não tiver a autoridade, não tiver a garra, não tiver a independência, se não se afastar um pouco de Antonio Carlos (Magalhães - presidente do Senado), se não se afastar um pouco do líder do meu partido (Jader Barbalho), se não tiver um pouco de vida própria, vai ser uma figura secundária, cada vez com menos peso, com menos significado.
O senador disse acreditar que Fernando Henrique deseje "encontrar uma lei, um gesto, uma fórmula, por meio da qual o Brasil se unisse numa grande causa pelo seu desenvolvimento e pela justiça" e salientou que o presidente tem condições para desempenhar esse papel.
- Basta Sua Excelência querer, bater na mesa e dizer que terminou a eleição municipal, a fase que está aí permanece e os compromissos dele com a burocracia estão encerrados. Sua Excelência tem dois anos de história e tem que lutar pelo seu país e pela sua Pátria - concluiu Simon.

05/09/2000

Agência Senado


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