Simon faz balanço de sua luta contra a corrupção



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez um balanço de cinco textos que elaborou ao longo dos anos 90, incluídos nos Anais do Senado, e chegou à conclusão de que o Brasil pouco avançou nos últimos dez anos no campo social e nada fez para combater uma das maiores pragas do país: a corrupção. Segundo ele, a corrupção é a fonte original de muitas das mazelas brasileiras, como as filas dos hospitais públicos, o desemprego, a fome e a miséria.

Simon disse que o combate sem tréguas à corrupção deve ser uma das prioridades de qualquer governo, e lamentou a extinção, pelo governo Fernando Henrique Cardoso logo no 19° dia de seu primeiro mandato, da Comissão Especial de Investigação (CEI), criada pelo ex-presidente Itamar Franco por sugestão de seu líder no Senado, o próprio Pedro Simon. O senador citou um estudo que fez sobre o financiamento de campanhas eleitorais no país, um dos principais focos de corrupção.

- Uma campanha eleitoral é um negócio pautado por contratos informais e que chegam a movimentar cifras das mais significativas, a ponto de já se tornar hábito relacioná-las, percentualmente, com o Produto Interno Bruto. As CPIs Collor/PC e do Orçamento mostraram como se materializam os financiamentos de campanha e as relações promíscuas entre doadores e tomadores, após a cerimônia de posse - disse Simon.

O senador elaborou uma gênese da corrupção, que segundo ele aparece já no capítulo II da Bíblia Sagrada, na criação do homem.

- A corrupção é o grito de dor nas filas dos hospitais, é a escuridão do analfabetismo, é o desemprego, a fome, a miséria - disse, defendendo a recriação da Comissão Especial de Investigação.

Pedro Simon citou uma entrevista do empreiteiro Murilo Mendes, da Construtora Mendes Júnior, à revista Istoé, de 14 de dezembro de 1996, em que o empresário afirma que as propinas podem chegar até a 20% do faturamento das empresas.

- Isso significa que um em cada cinco reais gastos em obras públicas se perde pelos ralos da corrupção, enquanto um em cada cinco brasileiros vive na pobreza e morre de miséria - disse.

O senador citou a morte suspeita do tesoureiro de campanha de Fernando Collor, Paulo César Farias; identificou o fenômeno de que não existe o cidadão para o poder público, apenas -o doente- para os setores de saúde, -o analfabeto- para os órgãos da educação, -o desempregado- para o Ministério do Trabalho e suas secretarias e assim por diante; e ainda cobrou aperfeiçoamentos na legislação, além de ler os cinco textos sobre o tema que produziu ao longo dos anos 90.




11/07/2003

Agência Senado


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