Simon indigna-se com corrupção e com violência urbana



Ao falar na sessão desta sexta-feira (11), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o país está vivendo um momento de decisão, porque um balanço da violência urbana, especialmente contra crianças, leva os cidadãos de bem a uma reflexão preocupante, não somente sobre o futuro da sociedade brasileira, mas também sobre a realidade presente.

Segundo Simon, essa violência se liga à corrupção e ambas têm uma raiz comum, a impunidade. Não se trata de elaborar novas leis, elas existem de sobra, afirma. Trata-se de cumprir a legislação existente.

- Por que as leis não são cumpridas? Porque se não cumprir não acontece nada, o Brasil é o país da impunidade. O país se transformou num Estado de anomalia social, onde a corrupção está tão disseminada em todas as instituições políticas que o respeito por elas se perdeu - destacou.

Simon afirmou que o Estado legal e suas instituições políticas foram contaminados pela corrupção e que se criou um vácuo de poder que foi ocupado pelo Estado paralelo, como o narcotráfico, a pirataria, a sonegação. Para o senador, é fundamental restabelecer a confiança da população em suas instituições políticas. Ele alertou que se o Senado continuar de braços cruzados, assistindo aos desmandos, virará cúmplice.

Polarização

Na avaliação de Simon, para procurar soluções, os parlamentares bem-intencionados, de maneira suprapartidária, devem dialogar com todos os setores da sociedade e propor uma agenda positiva que fuja dessa polarização Lula/Fernando Henrique Cardoso e aponte para um caminho alternativo de valorização da atividade política.

Segundo o senador, a imensa maioria da população, que não foi cooptada pelas luzes do poder e da mídia, pode atuar em nível local, formando novas organizações apartidárias de categorias profissionais ou de associações de bairro para fiscalizar o dinheiro público. Assim, cada cidadão passa a ser um soldado na luta contra a corrupção e a impunidade, advogou Simon.

O senador lamentou que até as organizações não-governamentais tenham sido cooptadas pelo governo e contaminadas pela corrupção, mas destacou que, se forem mudadas, as ONGs podem fazer parte desse esforço pelo bem.

- A sociedade brasileira não pode ficar, apenas, olhando o que acontece de ruim. É preciso resgatar os valores mais nobres, a índole cordial e os bons sentimentos que parecem estar faltando ao Brasil. Estamos parecendo uma sociedade do espetáculo, que somente se interessa pelos holofotes e que perdeu os canais de cooperação com as representações políticas, mas tenho certeza de que a situação é reversível - finalizou Simon.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) afirmou que a corrupção maior é a patrocinada pelo governo federal: mensalão, cartões corporativos, dossiês: "Precisamos arregimentar as lideranças livres no Senado e no país para combater essa situação", sugeriu.

Também em aparte, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) afirmou que dignificar a vida será um primeiro passo para rever a sociedade brasileira: "É preciso refletir sobre que está acontecendo com o Brasil, que vem colecionando horrores", propôs.



11/04/2008

Agência Senado


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