Simon recomenda a Lula escolher "gente digna e honrada" para o Ministério



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) aconselhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesse novo mandato, a selecionar com maior rigor ético os nomes de sua equipe ministerial. De acordo com Simon, os escolhidos devem ser "gente digna e honrada". Para o parlamentar, é importante também que os candidatos não estejam respondendo a processos na Justiça, mesmo que ainda não haja decisão final sobre os fatos questionados.

- O cidadão que está numa situação dessa pode ser ministro? Chamar de criminoso não pode, porque ele não foi condenado, mas entre não poder chamar de criminoso e designá-lo para ministro há uma diferença muito grande e isso o presidente Lula tem que entender - disse.

Simon também recomendou ao presidente proceder às reformas política e partidária imediatamente. Na sua avaliação, é necessário criar um ambiente em que os partidos, pequenos ou grandes, sejam valorizados. Para isso, o senador entende como fundamental a fidelidade partidária. Ele propôs ainda eleições com lista fechada de candidatos e voto distrital, além de campanhas mais curtas.

- Se ele [o parlamentar] foi eleito naquele partido, deve ficar naquele partido. Se não fica é porque hoje o partido não vale nada - afirmou.

Fazendo uma retrospectiva do primeiro mandato de Lula, ele citou a dificuldade do presidente em agir com decisão diante de escândalos, desde o primeiro episódio, quando um assessor da Casa Civil foi flagrado cobrando propina de um bicheiro. Associou essa e outras crises como resultado da estratégia de costurar apoio no Congresso por meio negociação direta com os parlamentares, à base de troca liberação de emendas ao orçamento, dinheiro e cargos.

- Pode dar cargo, pode aprovar emenda, pode fazer o que bem entender, mas não para trocar por votação - aconselhou.

Riscos

Simon disse que agora há sinais mais promissores, pois o governo está dialogando com os partidos. No discurso, ele relatou encontro com o presidente, após o velório do senador Ramez Tebet, no fim do ano, quando Lula teria admitido o equívoco de buscar alianças diretas com os parlamentares, desprezando os comandos partidários. Erros como esse, alertou, podem conduzir o governo para crises até mais sérias que as do primeiro mandato, quando se chegou a discutir o impeachment do presidente.

- Ou o Lula navega em cima da onda - e viveremos grandes momentos na sociedade brasileira - ou a nossa crise será de conseqüências imprevisíveis - disse.

O senador aproveitou para desaconselhar, ainda, tentativas para assegurar a Lula a possibilidade de um terceiro mandato. O tema, segundo ele, já está sendo posto em circulação por membros do PT. Simon também condenou a idéia, também atribuída a petistas, de se adotar no país plebiscito convocado diretamente pelo Poder Executivo.

- É um absurdo! Acho que o Congresso existe para exercer a sua missão, ele que deve determinar em que e como o plebiscito deve ser feito, e para isso já existe a iniciativa popular. Com tantos milhões de assinaturas, o povo pode enviar projeto a esta Casa para que seja discutido - concluiu.



23/02/2007

Agência Senado


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