Agripino critica demora de Lula em escolher novo ministério
O senador José Agripino (PFL-RN) criticou nesta quinta-feira (22) a demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em nomear o novo ministério. Para ele, "Lula é o campeão" na demora em escolher os novos ministros, causada pelos conflitos entre os partidos da base aliada. Acrescentou que, se para Lula o ano só começa após o Carnaval, já começou mal, com crescimento no índice de desemprego (8,4% em dezembro e 9,5% em janeiro) e queda de 1,1% na renda dos brasileiros.
Para Agripino, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é apenas "um enunciado de intenções" e, mesmo que fosse integralmente implantado, não resolveria o problema da economia brasileira. O senador afirmou que o Brasil precisa crescer tanto quanto a Índia e a Rússia e propôs um debate sobre o que é preciso fazer para que o país "retome de verdade o crescimento, sem PAC, sem empulhação".
- Dólar a menos de R$ 2,10 é bom para quem vai viajar para o exterior, mas para quem produz, cria emprego e precisa exportar, é um desastre. É preciso baixar a taxa de juros e diminuir a carga tributária - sugeriu.
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse, em aparte, que Lula teria duas saídas para o seu governo: ou um projeto concreto de nação ou a troca fisiológica de cargos. Para o líder do PSDB, "é a fisiologia que está atrasando a formação do ministério", uma vez que "os partidos não se preocupam em indicar especialistas realmente vocacionados para determinado ministério".
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que Lula ainda não se decidiu porque está substituindo "valores excepcionais" em seu ministério e pode considerar que é necessário tempo para substituir um time muito bom. Suplicy também disse achar a China um bom exemplo e espera debater com o presidente do Banco Central, Henrique Meireles, e toda a diretoria do banco sobre como compatibilizar taxa de crescimento com menor taxa de juros.
Agripino disse que o PAC pressupõe investimentos de muitos bilhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que tem destinação específica determinada por lei. Ele lembrou que a reserva brasileira em dólares financia o Tesouro Americano, pois o governo compra os dólares dos exportadores pagando 13% de juros e utiliza esses mesmos dólares para comprar títulos americanos remunerados em 4,5%, provocando um deságio de US$ 5 bilhões/ano ao Brasil para segurar a inflação.
22/02/2007
Agência Senado
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