SIMON TAMBÉM PODERÁ SAIR DA SUBCOMISSÃO DO JUDICIÁRIO



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) deixará a Subcomissão do Judiciário caso não seja aprovado o requerimento de convocação do ex-ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República, Clóvis Carvalho, na reunião da próxima terça-feira (dia 12). Simon anunciou sua intenção nesta quarta-feira (dia 6), ao lamentar a decisão "respeitável e compreensível" do Bloco Oposição de abandonar a subcomissão. "Defendo a tese de ficar na subcomissão mais algum tempo, mas não vou facilitar", afirmou.
Na avaliação do senador, apenas uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) teria condições de aprofundar as investigações sobre as denúncias de tráfico de influência na liberação de recursos para a obra do fórum trabalhista do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP). "Foi o próprio Eduardo Jorge quem chamou os jornalistas e deu uma entrevista revelando fatos que justificavam a criação de uma CPI", lembrou Simon.
Ao defender a convocação de Clóvis Carvalho, que está sendo combatida pelo líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), Simon citou declaração do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Martus Tavares, à subcomissão. O ministro disse não ter tratado do pedido de recursos ao Congresso Nacional para a obra do TRT-SP diretamente com o presidente da República, tendo repassado o projeto de lei ao ex-ministro chefe da Casa Civil. O Congresso, lembrou Simon, já havia rejeitado pedido anterior por conta de matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo sobre irregularidades na obra.
- A convocação do Clóvis Carvalho é de uma lógica retilínea. É natural que a gente queira ouvir o ex-chefe da Casa Civil. Sinto que os membros da subcomissão vão votar a favor e que o senador Arruda está falando sozinho contra a convocação. Se a convocação não for aprovada, não resta mais nada a fazer - disse o senador.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) explicou que os documentos gerados pelos requerimentos de informação não retornarão à subcomissão, mas serão remetidos à Comissão de Fiscalização e Controle. Ela disse que embora a oposição tenha saúdo da subcomissão, não dará trégua ao governo na Comissão de Fiscalização e já na primeira reunião cobrará do presidente, senador Romero Jucá (PSDB-RR), uma agenda de trabalho.
- A oposição entende que houve um mecanismo protelatório. Mais cedo ou mais tarde, vamos conseguir a CPI - disse a senadora.
Simon disse não ter o otimismo de Heloísa Helena, lembrando que o governo, que tem maioria no Congresso, não permitirá a criação de uma CPI. "Senão, eles perdem o controle. Uma CPI a gente sabe como começa, mas não sabe como termina", observou .

06/09/2000

Agência Senado


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