SIMON: "TENHO 40 ANOS DE LUTA PELA DEMOCRACIA"



Ao responder Antônio Carlos Magalhães, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) contestou que tivesse o objetivo de atingir o Senado em sua entrevista a Jô Soares. "Tenho 40 anos de luta pela democracia, pelo Legislativo. Quantas vezes bati no Congresso? E eu é que vou para o banco dos réus?"

- Ciúme, inveja e ódio nunca tive. Agi de forma anti-ética? O próprio senador Antônio Carlos Magalhães sabe que não tenho nada disso. Ele disse que tenho ciúme do governador Antônio Brito. Ora, o Brito é governador porque eu não quis ser. O Brito é meu irmão - afirmou Simon.

Pedro Simon sustentou, como dissera no programa de Jô Soares, que cinco pessoas do PFL estão "fazendo a cabeça do presidente Fernando Henrique" - Antônio Carlos Magalhães, Luís Eduardo Magalhães, Inocêncio Oliveira, Jorge Bornhausen e Marco Maciel. "Quanto tempo faz que o presidente não fala sobre política nacional com o governador Mário Covas, com Euclides Scalco, com Pimenta da Veiga? O PFL deveria ser o partido aliado. Mas entre ser aliado e dar a linha norte existe diferença"

Depois de dizer que votou em Fernando Henrique, Simon afirmoujamais ter imaginado que o presidente criaria "um plano para salvar banco, como fez no caso do Bamerindus e do Nacional". "Nunca passou pela minha cabeça que alguém do PSDB ia mandar deputados e senadores do PSDB e do PFL retirarem suas assinaturas de uma CPI dos corruptores."

Simon assinalou ainda que sempre lutou pelo Rio Grande do Sul, lembrando que é de sua autoria projeto que impede a privatização do Banco Meridional. "Mas não tenho condições de chegar ao BancoCentral - até porque não tenho dossiê algum contra quem quer que seja. É por incompetência minha? Deve ser."

Em aparte, o senador Jáder Barbalho (PA), líder do PMDB, frisou que Simon tinha sido injusto com Antonio Carlos Magalhães, exagerando seu poder. "Isto não é verdade; é uma invenção da imprensa", sublinhou. José Eduardo Dutra (PT-SE), líder do Bloco da Oposição, observou que Simon não fez críticas ao Senado, "mas apenas constatações", na entrevista a Jô Soares. "Eu mesmo estou cansado de dizer no plenário que o Senado aprova tudo que o governo quer."O senador Sérgio Machado (CE), líder do PSDB, lamentou que Simon desconsiderava os 14 senadores do partido ao dizer "que o PSDB não existe".



05/06/1997

Agência Senado


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