Simon vê Vargas como estadista e defende alternância no poder político



Depois do imperador dom Pedro II, o presidente Getúlio Vargas foi o maior estadista que o país já teve. A constatação partiu de um conterrâneo seu, o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB-RS), que lembrou a passagem dos 53 anos do suicídio de Vargas exaltando os 20 anos (1930-1945/1950-1954) em que comandou o país com "lucidez e competência".

Simon acredita que a passagem do tempo, desde o suicídio de Vargas em 24 de agosto de 1954, conferiu isenção à análise dos fatos históricos da época. Assim, teria sido possível constatar, hoje, que denúncias sobre "o mar de lama" em que supostamente o governo se afundava - disseminadas por opositores políticos, pela imprensa e pelos militares - eram falsas.

Prova da dignidade, honestidade e seriedade do governo Vargas, na avaliação de Simon, teria sido dada pela comoção popular após o suicídio do presidente, cujo governo era alvo de sucessivos ataques do jornalista Carlos Lacerda, que, do jornal Tribuna da Imprensa, procurava insuflar a opinião pública contra a suposta onda de corrupção na gestão Vargas.

- Os brasileiros mais humildes foram os primeiros a entender a grandeza de Vargas. Hoje, a corrupção está crescendo entre nós e basta ver o resultado da sessão histórica do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira [28], para vermos que chegamos ao fundo do poço - declarou.

Se Vargas liderou a Revolução de 1930 e desmantelou a política do "café com leite", interrompendo a alternância entre políticos de São Paulo e de Minas Gerais na Presidência da República, Simon defendeu o surgimento de uma alternativa aos 16 anos de governo pró-São Paulo, representado, na sua opinião, pelos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

- Será que, depois de 16 anos, não se tem que fazer a alternância com outros estados? Minas Gerais, talvez, que esteve durante tanto tempo fora? - perguntou.



29/08/2007

Agência Senado


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