Sociologia de Florestan Fernandes revelou o Brasil real, diz estudioso
Em debate nesta segunda-feira (8) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) o consultor do Senado e professor de sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Eurico dos Santos, disse que uma das maiores contribuições do sociólogo Florestan Fernandes foi convidar os brasileiros a verem "o Brasil real, o Brasil como ele é".
Esse país revelado pela ótica da sociologia de Florestan, guardaria, desde o século 19, a contradição de "um arcabouço institucional organizado sobre valores que remetem à igualdade e, de outro, práticas sociais que não revelam nem baixos teores desses mesmos valores".
- Florestan mostra como uma sociedade hierárquica baseada na escravidão se integrou com um modelo institucional baseado na revolução francesa. E aí ele começa a resolver a nossa charada atual - observou Eurico sobre o sociólogo, morto no dia 10 de agosto de 1995.
Entre os vícios mascarados pela colonização, mas iluminados pela sociologia de Florestan, está o racismo, aspecto abordado na audiência pública por Edilson Nabarro, secretário de Assistência Estudantil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele citou trechos considerados cruciais do livro Significado do Protesto Negro, escrito por Florestan. Em uma dessas passagens, o sociólogo declara que "os negros são os testemunhos vivos da persistência de um colonialismo destrutivo, disfarçado com habilidade e soterrado por uma opressão inacreditável".
Florestan também publicou os livros A Integração do Negro na Sociedade de Classes e A Revolução Burguesa no Brasil: Ensaio de interpretação sociológica.
08/08/2011
Agência Senado
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