SOUTO ESCLARECE QUE CPI NÃO INVESTIGARÁ ASSASSINATO DE JUIZ, MAS SIM DÉNÚNCIAS



O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito que está apurando denúncias de irregularidades no Poder Judiciário, senador Paulo Souto (PFL-BA), esclareceu nesta sexta-feira (dia 17), em entrevista a uma emissora de televisão da Bahia, que a CPI não vai investigar o assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, mas as denúncias feitas por ele contra membros do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso.
- As comissões parlamentares de inquérito não têm papel de polícia, por isso, a CPI do Judiciário não investigará o crime cometido contra o juiz Leopoldino do Amaral, mas as denúncias feitas por ele contra desembargadores e juízes do Tribunal do Mato Grosso - afirmou Paulo Souto.
Na segunda-feira (dia 20) à noite, a comitiva dos membros da CPI, que inclui, além do relator Paulo Souto, o presidente Ramez Tebet (PMDB-MS), o vice-presidente Carlos Wilson (sem partido-PE), e os senadores Maguito Vilela (PMDB-GO), José Eduardo Dutra (PT-SE) e Amir Lando (PMDB-RO), além dos assessores do Senado Luiz Cláudio de Brito e Fernando Leite, chegarão à Cuiabá para, no dia seguinte, iniciar as investigações no TJMT.
A programação a ser cumprida pelos senadores membros da CPI em Cuiabá prevê visitas ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Geraldo Riva, à viúva do juiz Leopoldino do Amaral, Rosemar Monteiro, ao superintendente da Polícia Federal no estado, Cláudio Luiz da Rosa e ao presidente do Tribunal de Justiça mato-grossense, Wandyr Clait Duarte. Também está agendado um almoço com o governador do estado, Dante de Oliveira.
INTERVENÇÃO Em entrevista à imprensa mato-grossense na quinta-feira passada (dia 17), o senador Ramez Tebet, presidente da CPI do Judiciário, disse que mesmo diante das graves denúncias contra 16 dos 20 desembargadores da Justiça estadual, neste momento a intervenção no Tribunal do Mato Grosso seria prejudicial. Ele explicou que a comissão vai apurar tanto as denúncias feitas pelo juiz assassinado quanto as acusações contra o próprio magistrado.
Quando os senadores retornarem à Brasília definirão a data em que a juíza Nirvana Melo Viana, titular da comarca de Porto Calvo (AL), prestará depoimento na CPI do Judiciário. Há cerca de duas semanas ela indiciou um juiz, um promotor, um padre e três fazendeiros acusados de prática de orgias sexuais envolvendo menores.

17/09/1999

Agência Senado


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