STJ reduz para 8% Imposto de Renda de clínica médica gaúcha








STJ reduz para 8% Imposto de Renda de clínica médica gaúcha
A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou decisão da Justiça Federal do Rio Grande do Sul que manteve em 8% a alíquota do imposto de renda da Clínica de Hemodiálise São Leopoldo, instalada no Hospital Centenário, em Novo Hamburgo (RS).

Os ministros negaram recurso da Fazenda Nacional, que pretendia aplicar o percentual de 32%, sob o argumento de que a atividade desenvolvida pela clínica não se enquadra no conceito de serviços hospitalares, e sim no de prestação de serviços em geral. Em 25 de agosto de 1998, a Clínica de Hemodiálise entrou com um mandado de segurança contra a Delegacia da Receita Federal de Novo Hamburgo para que deixasse de exigir da clínica, na condição de sociedade civil de prestação de serviços na área médico-hospitalar, a alíquota de 32% incidente sobre a receita bruta, a título de imposto de renda.

Para fins de imposto de renda, segundo a defesa da clínica, a empresa prestando serviços que se caracterizam como serviços hospitalares, normalmente prestados para a casa de saúde, pronto-socorro, banco de sangue e assemelhados. “Em razão disso, ela está sujeita ao percentual de 8% na formação da base de cálculo de seu lucro presumido ou estimado, e não de 32% que é próprio para a prestação de serviços em geral”, afirmou a advogada da empresa, Juliana Falcão Irigaray.

O Juiz da 1ª Vara Federal de Novo Hamburgo atendeu o pedido da clínica, considerando que “a interpretação sugerida pelo fisco, de que os serviços hospitalares seriam aqueles prestados pela instituição hospitalar, diretamente ou sob sua dependência técnica e administrativa, não parece correta”.


Defeito não identificado apaga luz no litoral
Defeito técnico ainda não identificado na Usina Parigot de Souza (Capivari-Cachoeira) interrompeu ontem por duas vezes o fornecimento de energia elétrica a todo o litoral paranaense, a partir das 15:25h. A engenheira Christina Courtouke, gerente do centro de operações do Sistema Elétrico da Copel em Curitiba, informou que é preciso identificar a causa da pane, o que só será possível após a inspeção nos equipamentos da usina.

A Copel alerta os consumidores da possibilidade de ocorrer flutuações nos níveis de tensão nos períodos de maior demanda de energia elétrica, até que a configuração do sistema seja restabelecido. A Copel realizou uma manobra emergencial e temporária para restabelecer os serviços.


Produto diferenciado impulsiona crescimento do Paraná Banco
O Empréstimo Pessoal com Desconto em Folha é hoje o principal produto do Paraná Banco. Responsável por 90% da receita da instituição, com mais de 100 mil contratos ativos e um montante de R$ 83 milhões emprestados, o diferencial desta linha de crédito é a possibilidade de desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento do cliente e juros abaixo da média de mercado.

De acordo com o diretor-presidente do Paraná Banco, Joel Malucelli, o crescimento de 49% no patrimônio líquido do banco em 2001, divulgado ontem através do balanço anual da instituição, deve-se aos investimentos feitos em novas modalidades de operações de crédito. “A direção do banco optou por investir em um nicho específico do mercado financeiro, o empréstimo pessoal com desconto em folha”, explicou Malucelli.

Os números divulgados no balanço da empresa mostram que o lucro líquido da instituição chegou a R$ 10,6 milhões, superando em 78% os resultados obtidos em 2000. O patrimônio líquido do Paraná Banco chegou a R$ 31,5 milhões.

Operando com juros de 3,5% ao mês para os empréstimos pessoais, o Paraná Banco realiza operações de crédito com funcionários públicos do Poder Judiciário Federal, como o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público, seis estados, entre eles Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, e dez prefeituras como São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e São José dos Pinhais.

“O universo de clientes em potencial nesta modalidade de empréstimo chega hoje a 2,5 milhões de pessoas”, afirmou o diretor financeiro do Paraná Banco, André Malucelli. Segundo ele a empresa está disponibilizando no mercado uma outra modalidade de crédito, os convênios para empréstimo a funcionários da iniciativa privada.

O produto, que deve ser lançado em breve, segundo o diretor, está em fase final de testes nas nove empresas do grupo Malucelli, com resultados melhores do que o esperado. “A vantagem para o banco de operar com este tipo de crédito é que o risco de inadimplência é praticamente nulo”, enfatizou Malucelli.

Para o cliente ele diz que as vantagens, além dos juros baixos, são as facilidades para a obtenção do crédito. “Não é necessário avalista e, eventuais problemas com o crédito do cliente na praça não são motivo para desmerecer o empréstimo”, disse.

André Malucelli explicou ainda que a única exigência, feita por lei, é que o cliente possua uma margem de consignação, uma porcentagem do salário, que possa ser utilizada para pagar o empréstimo.

O diretor do banco reconhece que há uma certa sazonalidade no número de empréstimos, uma vez que o início do ano é o período em que a empresa recebe o maior número de solicitações de operações de crédito. “Nesta época as pessoas têm um número maior de contas a pagar, como tributos, contas de fim de férias, compra de material escolar, que acabam motivando o número de empréstimos”, salientou.

Atualmente o Paraná Banco trabalha com uma linha direta de solicitação de crédito e dez unidades volantes que atendem principalmente os funcionários da prefeitura de Curitiba, realizando a o empréstimo onde o funcionário estiver. “Nós vamos a escolas, creches, qualquer repartição pública onde os funcionários necessitem de empréstimo pessoal”, declarou. Já está em estudo pela instituição financeira a implantação de unidades volantes para atender os funcionários da prefeitura de São Paulo.


Bancos comerciais vão desestimular emissão de cheque acima de R$ 5 mil
A emissão de cheques de valor superior a R$ 5 mil vai ser desestimulada a partir do dia 22 de abril, quando entra em vigor o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). As regras para as futuras transações financeiras no País foram explicadas ontem em Porto Alegre pelo diretor-executivo do Santander, Osias Santana de Brito, durante reunião-almoço da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio).

De acordo com as estatísticas apresentadas por Brito, cheques e Docs acima de R$ 5 mil representam 80% do volume que circula esperando compensações nas instituições bancárias, em um total de R$ 832 bilhões. O desestímulo a cheques de valores superiores ao estebelecido será através da cobrança de uma tarifa, cujo percentual ainda não foi definido. Mas será pelo menos o equivalente à taxa de juros de um dia. Para exemplificar, um documento de R$ 50 mil seria taxado em cerca de R$ 3,4. O custo é repassado pelo Bacen aos bancos, que por sua vez o transfere para o cliente.

O novo SPB promete principalmente agilidade nas compensações, com a criação da Transferência Eletrônica Disponível (TED), que poderá ser efetuada com serviços como agências eletrônicas, Internet e Call Center, permitindo a atualização do saldo no mesmo dia de um pagamento – o que caso fosse efetuado em cheque, envolvendo dois bancos diferentes, demoraria pelo menos 24 horas para ser compensado. Os dois instrumentos criados para dar agilidade ao processo são o Sistema de Transferência de Reservas (STR), realizado em tempo real, e a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), cuja compensação é mais lenta, mas mesmo assim ocorre no mesmo dia do depósito. As transaç ões via CIP podem ser executadas das 8h30min às 16h.

O horário para as movimentações através da STR será das 8h às 17h30min. A STR, aconselha Brito, deve ser a preferida para operações mais vultuosas. “Isso é coisa de 1º mundo e está sendo um dos maiores custos do mercado financeiro dos últimos 10 anos”, entende Brito, que considera a transformação a mais importante do setor desde a Reforma Bancária de 1964. O novo sistema vai ser gerido pelo Banco Central. Modelos semelhantes são utilizados hoje pelos Estados Unidos, Canadá e parte da Europa, recomendados por organismos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além da velocidade, o novo SPB também oferece maior garantia na finalização de pagamentos e melhoria na gestão dos riscos. Os riscos no caso de não-pagamento passam a ser cobertos pelas demais instituições, e não pelo Banco Central, como é hoje. Para isso, todos os dias pela manhã, antes do início das operações, os bancos são obrigados a fazer um depósito compulsório e sem remuneração no Bacen em um valor correspondente ao que foi movimentado na data anterior.

Para a gestão do fluxo de caixa, o diretor-executivo do Santander aconselha que as empresas aumentem a sua previsibilidade de movimentações financeiras, porque os bancos devem incentivar as operações agendadas. Segundo ainda Brito, o Santander está se preparando há dois anos para o início do novo SPB com uma equipe que trabalha exclusivamente no projeto, treinamento interno, ajustes nos produtos, processos e sistemas e divulgação de informações aos clientes através da Internet, palestras e visitas, além da participação na campanha do Bacen e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

No Estado, o Banrisul também trabalha desde março de 2000 nas reformas necessárias à adequação do banco ao novo SPB. Segundo o diretor-financeiro do banco, João Emilio Gazzana, a instituição financeira estatal do Rio Grande do Sul investiu diretamente cerca de R$ 4 milhões na reestruturação, que também incluiu treinamento interno e o desenvolvimento de um software próprio. “Estamos há vários meses participando de todos os teste do Banco Central e estamos habilitados a operar no novo sistema”, revela Gazzana, ressaltando ainda que o Banrisul também vai trabalhar para fornecer todas as informações necessárias aos clientes, inclusive com visitas pelo Interior do Estado.

Para cheques ou Docs com valores inferiores a R$ 5 mil, nada muda. Também não serão alteradas as regras para pagamento de contas (água, luz e telefone, por exemplo), prazo de bloqueio e compensação de cheques, pagamento de bloquetos bancários e carnês, débito automático, pagamentos com cartão de crédito e de tributos como a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).


Sonae investirá R$ 140 milhões em shopping dentro de Jockey
A Sonae Imobiliária, empresa pertencente ao grupo português Sonae, vai investir R$ 140 milhões na construção de um shopping center de 240 lojas e 130 mil metros quadrados de área construída dentro do Jockey Club do Paraná, localizado na zona Leste de Curitiba. É o segundo shopping da corporação no Brasil, onde planeja aplicar um total de R$ 700 milhões neste setor até o final de 2004.

Batizado de Parque Jockey, o shopping terá 75 mil m² de Área Bruta Locável (ABL) em sua primeira etapa e será erguido às margens da pista de corridas do hipódromo. Com previsão de inauguração em outubro de 2003, será ampliado em mais 12,5 mil m² numa segunda fase, totalizando 87,5 mil m². “Será o segundo maior shopping center da América Latina”, acredita João Pessoa Jorge, administrador da Sonae Imobiliária e diretor da Sonae Emplanta, empresa ligada à Sonaeimo (Sonae Imobiliária) que administra os shoppings.

A unidade paranaense, que será instalada dentro de uma área de 205 mil m², foi viabilizada graças a uma parceria com o Jockey Club, que ingressou com o terreno e terá uma participação de 10% na administração do shopping. “Vínhamos negociando com eles há cerca de dois anos”, afirma Pessoa Jorge. O clube receberá uma quantia não especificada em dinheiro e ainda terá direito à parte da renda obtida mensalmente com os aluguéis. “É um negócio vantajoso para o Sonae, para a cidade e, principalmente, para o Jockey, que vinha operando com um prejuízo mensal de mais de R$ 100 mil”, declara Ricardo Cansian Netto, superintendente do hipódromo.

Situado no bairro do Tarumã, a 5 quilômetros do centro, o Parque Jockey e os demais shoppings do grupo seguirão na contramão do conceito tradicional do setor de poucas lojas-âncora e um número maior de estabelecimentos pequenos. “Setenta e cinco por cento da ABL é para ancoragem”, observa João Miranda de Souza Júnior, diretor de desenvolvimento da Sonae Enplanta. Segundo ele, a empresa optou por este conceito porque “são as âncoras que atraem o consumidor”. Já está confirmada a instalação de lojas da C&A, Riachuelo, FestStore e uma megalivraria da Fenac, além de um hipermercado Big de 11,6 mil m², uma das bandeiras da cadeia de supermercados controlada pela Sonae Distribuição no Brasil.

A Sonae Enplanta aposta no conceito de Tower Center, empreendimentos que privilegiam espaço para estabelecimentos de serviço – desde farmácias, chaveiros e academias de ginástica, passando por um auto-center, até uma clínica médica com 2,5 mil m² e três agências bancárias. “As pessoas estão indo para os shoppings não só para fazer compras, mas também para o lazer e ainda resolver assuntos de banco e outras tarefas do dia-a-dia”, explica Souza Júnior.

Acreditando no segmento de entretenimento, a empresa destinará 20% da área total para lazer, instalando 14 salas de cinema e uma casa de espetáculos com capacidade para 3 mil pessoas. “Queremos aproveitar o grande espaço que teremos para abrigar shows de rock e outros eventos musicais e culturais em espetáculos para 10 mil a 15 mil pessoas”, afirma Pessoa Jorge.

Ele acredita que o shopping atrairá cerca de 100 mil pessoas nos finais de semana, boa parte desse contingente da região metropolitana. Embora esteja situado no bairro do Tarumã, o Parque Jockey estará tão próximo do centro de Curitiba quanto de outras cidades da região, como São José dos Pinhais, Piraquara, Quatro Barras e Pinhais. O empreendimento, que terá estacionamento para 4 mil veículos, gerará 4 mil empregos diretos.

Os centros de compra e lazer que estão sendo instalados no País - o primeiro será inaugurado em Campinas ainda na primeira quinzena de março - são mais um passo na consolidação da operação brasileira do grupo Sonae. Números extra-oficiais indicam que a Sonae Distribuição encerrou o ano passado com um faturamento de ¤ 1,7 bilhão (R$ 3,5 bilhões), 30% da receita mundial de ¤ 5,5 bilhões da companhia.

O Sonae é, atualmente, o maior player de shopping centers na península ibérica, com 19 unidades na Europa, 11 delas em Portugal, sua sede global. Até agora, a empresa investiu R$ 200 milhões no shopping de Campinas. Pessoa Jorge não comenta quais são as cidades que deverão abrigar as outras unidades programadas, mas revela que os principais candidatos são Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.


Sebrae libera recursos para novas incubadoras
A seccional catarinense do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assina hoje os convênios de liberação de R$ 365 mil para incubadoras de empresas de base tecnológica do estado. Os recursos seguirão para instituições já existentes e para entidades que vão implementar novas incubadoras, locais onde empresas recém criadas têm a infra-estrutura necessária para manter negócios com um custo mais baixo do que o de mercado até poderem caminhar com as próprias pernas.

A maior parte dos recursos, R$ 85 mil, vai para a Tecnopark incu badora de Rio do Sul. Outros R$ 82,7 mil vão para o Midi Tecnológico, instituição mantida pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) em Florianópolis. Também da capital, o Celta vai receber R$ 77,3 mil. Em Blumenau, o Gene, onde universitários recém formados tiram suas idéias do papel, receberá R$ 59,5 mil. As quatro incubadoras já estão há mais de cinco anos no mercado e vão usar os recursos do Sebrae em ações de marketing e treinamento de pessoal. Os R$ 60 mil restantes serão aplicados na criação de três novas incubadoras. A Fundação Universidade do Contestado (UNC), de Concórdia, terá R$ 20 mil para montar a infra-estrutura de uma incubadora de empresas que desenvolvam tecnologias para a agroindústria. Também trabalharão para as agroindústrias as companhias que se instalarem na incubadora montada pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) em Chapecó. Em Jaraguá do Sul, a Associação das Micro e Pequenas Empresas do Vale do Itapoci (Apevi) gastará os R$ 20 mil restantes. Criará um local onde serão instaladas novas empresas que atendam as indústrias têxteis e as fabricantes de alimentos.

A liberação dos recursos, porém, não é a única ação de apoio às incubadoras que o Sebrae desenvolverá este ano. A entidade vai lançar o programa MEC/Sebrae, que prevê a instalação de incubadoras em escolas técnicas, e liberar R$ 60 mil para o Plano de Fortalecimento Mercadológico para as Incubadoras e Empresas Residentes de Santa Catarina.


Artigos

Sem déficit e com respeito ao cidadão
Rafael Dely

O trabalho “Déficit habitacional no Brasil – 2000”, encomendado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Presidência da República e desenvolvido pela Fundação João Pinheiro, de Minas Gerais, mostra um quadro sobre a questão muito próximo da realidade. O trabalho utiliza metodologia própria, célere e sem máscaras, para detectar a carência de moradias em várias regiões do País.

O Paraná aparece no relatório em uma posição privilegiada, atrás apenas de Santa Catarina. É o segundo Estado brasileiro com menor índice de carência habitacional – 9,8% de domicílios permanentes, enquanto Santa Catarina fica com 8%. Os Estados do Nordeste – Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte, entre outros – são os campeões do déficit, de acordo com o estudo.

À frente da Secretaria Especial de Política Habitacional do Paraná desde 1995, nos sentimos felizes com esta colocação. Tendo como braço executivo a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), edificamos até o momento cerca de 60 mil moradias, em programas urbanos e rural, distribuídas em 340 dos 399 municípios do Estado. Para se ter uma idéia da dimensão deste número, ele corresponde a 60% de tudo que todos os governos anteriores do Paraná juntos realizaram nesta área. Até 94, havia se construído 107 mil moradias no Estado. De 95 para cá, foram acrescidas mais 60 mil. É, pois, um número expressivo que colaborou para atingir o índice verificado pela Fundação João Pinheiro.

No entanto, o Paraná não é uma ilha de virtudes em meio à carência nacional e nem é nossa pretensão simplesmente elencar números para justificar a adoção de programas habitacionais. Até porque não se muda a cruel realidade do déficit habitacional ou não se ataca o cerne da questão tão somente com a proliferação de casas populares sob o manto de números.

O que queremos, isto sim, é mostrar e debater o exemplo adotado pela Cohapar nos últimos sete anos, de distribuição geográfica da população e reabilitação de sua cidadania a partir de um bem – a moradia – que os homens cultivam desde a época das cavernas.

Dos 399 municípios paranaenses, 95 não têm 5 mil habitantes. Outros 121 não chegam aos 10 mil. Somados, eles correspondem a 54% do total dos municípios do Estado. Há ainda mais 118, que têm de 10 mil a 25 mil habitantes, que, somados aos anteriores, totalizam 83% dos municípios do Paraná. Finalmente, restam 64 municípios – 52 com população entre 25 mil e 100 mil habitantes e somente 12 acima deste patamar, com destaque para Curitiba, que tem, sem contar sua área metropolitana, 1,586 milhão de pessoas.

Seria, portanto, “lógico” prover moradias com maior intensidade nesses 12 maiores municípios, pois a demanda, até proporcionalmente, está sempre em evolução, principalmente em função dos sucessivos fenômenos de migração rural ou de pequenas e médias cidades, que atingem o Estado e o País.

A tônica da produção habitacional, no entanto, foi intencionalmente dirigida, nos últimos sete anos, aos pequenos e médios municípios, somando 55 mil moradias ou 91% do que a Cohapar construiu. O objetivo foi claro: equipar com moradias os pequenos e médios municípios, para que seus habitantes não só usufruíssem deste benefício, mas também tivessem um motivo a menos para migrar para as grandes cidades. Some-se a isto o sistema de autogestão que a Cohapar passou a utilizar, financiando diretamente o morador. Com ele, o próprio morador escolhe o terreno onde irá construir, onde comprará os materiais para sua casa, que tipo de materiais, assim como contratará a mão-de-obra necessária. Este sistema proporciona o aquecimento do comércio da própria comunidade, a geração de empregos na construção civil e, especialmente, a liberdade de se construir com a vontade do morador.

Do mesmo modo, as 412 Vilas Rurais que já implantamos no Estado seguem este conceito, atendendo especificamente ao bóia-fria e à sua família, para que pudessem contar com qualidade de vida e mais um forte motivo para não migrar. Os bóias-frias, por sua própria condição econômica, acabam se transformando em contumazes moradores de favelas no interior do Estado. A existência das vilas rurais, somada a programas específicos destinados a moradores de favelas, ao esforço de prefeitos e da própria produção habitacional da Cohapar como um todo, determinará, até o final deste ano, um total desfavelamento em 71% dos municípios do Paraná. Ou seja, 281 dos 399 municípios paranaenses não terão mais favelas. Este é um dado extremamente importante que deve a ser examinado fora das fronteiras do Estado, em todo o País.

O Paraná nunca investiu em habitação popular como nos últimos sete anos. Até o momento, foram R$ 580 milhões, dos quais R$ 330 milhões oriundos da Caixa Econômica Federal e R$ 250 milhões do Tesouro do Estado e Banco Mundial. Aos pequenos e médios municípios e nas vilas rurais, onde se concentram populações mais carentes, foram destinados recursos do governo do Estado e do Banco Mundial. Com isso, se pôde subsidiar os financiamentos, principalmente quanto aos juros, viabilizando prestações mais acessíveis aos moradores.

Dando condições de moradia, maior movimentação da economia local e geração de empregos nos pequenos e médios municípios, acrescido de outros benefícios – educação, saúde e atendimento à criança, entre eles – proporcionados por outras secretarias do governo, a Cohapar colaborou para uma melhor distribuição geográfica da população paranaense, criando menor necessidade de deslocamento para outros centros, principalmente os maiores. Estes poderão ser atendidos, com maior amplitude, pela nova administração do Estado, a partir de 2003. Mas com o equilíbrio consolidado nos pequenos e médios municípios, sem a vinda de enormes contigentes para os grandes centros atrás do benefício, entre outros, da moradia.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Grupo Sonae
O diretor de Desenvolvimento do Sonae Enplanta, João Miranda de Souza Júnior, deu seu recado ao ser indagado sobre a viabilidade econômica de novos shoppings centers de Cuiritiba ao fazer o lançamento de um novo, junto ao Jokey Club. “Eu tenho dúvidas se haverá espaço pa ra todos os shoppings, mas estou seguro de que nos ficaremos”, disse Miranda. A diferença, segundo ele, é que o grupo Sonae está investindo R$ 140 milhões de recursos próprios e já garantiu 75% da ocupação dos espaços com lojas âncoras, enquanto os concorrentes depende de capital terceiros, pagam juros elevadissímos e tem dificuldade de associação com boas marcas.

Tomografia com ISO 9001
O neurocirurgião gaúcho Sérgio Medeiros acredita que valeu o investimento que fez em sua clínica de tomografia computadorizada, a Sul Imagem Diagnóstico. Isso porque, como resultado, ela é a primeira no Brasil a receber o ISO 9001. Além disso, ele salienta que através das exigências realizadas pelo padrão ISO 9001, “a possibilidade de erros diminui consideravelmente”, o que é interessante principalmente numa clínica voltada para a saúde. O equipamento faz todos os exames de corpo inteiro, assim como a angiotomografia, com grande desempenho, velocidade de corte e resolução espacial. O responsável técnico da Sul Imagem Diagnóstico é o médico radiologista Cláudio Pitta Pinheiro, o diretor médico é o neurocirurgião Carlos Cademartori e o diretor administrativo é o neurocirurgião Sérgio Medeiros.

Ociosidade
Na 7ª Sondagem das Empresas de Obras Públicas e Privadas no Estado do Rio Grande do Sul elaborada pelo Sinduscon/RS, referente ao quarto trimestre de 2001, 70,2% das empresas consultadas responderam que o Uso da Capacidade Instalada (UCI) estava abaixo de 70%. Esse resultado, quando comparado com a Sondagem anterior, em que 50,9% das empresas responderam que a UCI estava abaixo de 70%, aponta para um forte aumento da capacidade ociosa. Já em relação ao desempenho das empresas durante o último trimestre de 2001, apenas 29,2% das empresas de obras públicas afirmaram terem iniciado obras no período, contra 25,6% na sondagem anterior. Já 63,3% das empresas que atuam no segmento de obras privadas responderam que iniciaram obras no período, numa significativa melhora em relação à sondagem anterior, quando este número era de 52,8%. Quanto ao faturamento, 40% dos empresários consultados responderam ter havido crescimento em comparação ao terceiro trimestre de 2001. Em relação a origem do faturamento, apenas 20% informaram que as contratações públicas responderam por mais de 50% do mesmo e 55,6% creditam às contratações privadas mais da metade do faturamento obtido.

Trator especial
A Massey Ferguson está lançando, na Festa da Uva 2002, o trator desenvolvido especialmente para o trabalho nos parreirais. O MF 250 X Viti surgiu a partir da necessidade dos produtores da serra gaúcha, detectada pelo concessionário Sotrima Agrícola Ltda de Caxias do Sul. Grupos de trabalho formados por agricultores da região e engenheiros da Massey Ferguson delimitaram as características do novo trator: ser compacto para trabalhar com desenvoltura embaixo das parreiras, conforto para o operador, agilidade e estabilidade mesmo em terrenos escorregadios e dobrados, acesso fácil a pontos de manutenção de rotina e abastecimento, painel de instrumentos claro e limpo e paralamas funcionais e estéticos.

Recuperação de Créditos Argentinos
“Procedimentos Legais Para Recuperação de Créditos Argentinos” é o tema de seminário que será realizado hoje, durante a manhã, na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Os palestrantes são os advogados Ricardo Yofre (argentino) e o conselheiro do CONCEX e CONTEC, Marcino Fernandes Rodrigues Júnior. O encontro reunirá representantes de empresas gaúchas que exportaram para a Argentina e não receberam, em função das dificuldades financeiras que atinge o país vizinho. Na pauta, procedimentos administrativos e contenciosos para a recuperação de recebíveis faturados dentro do país, observando a legislação interna; procedimentos para a recuperação de recebíveis de exportadores brasileiros e análise de recebíveis pagas por empresas argentinas aos exportadores brasileiros, retidos no Banco Central Argentino, entre outros.


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02/28/2002


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