SUASSUNA ACUSA LABORATÓRIOS MULTINACIONAIS DE PRATICAREM PREÇOS ABUSIVOS
- Nosso mercado farmacêutico é dominado por grandes empresas multinacionais, poderosíssimas, que reajustam seus produtos constantemente e impõem à população um política perversa de preços - acusou Suassuna, afirmando ainda que 70 milhões de pessoas, não podem comprar remédio no país, que tem os preços mais elevados do mundo.
Ele mencionou a reação dos laboratórios multinacionais, que, segundo o senador, têm feito todo tipo de pressão contra a comercialização de genéricos. A Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Abifarma), que congrega as subsidiárias de laboratórios multinacionais, teria deflagrado uma milionária campanha publicitária para desacreditar os medicamentos genéricos junto à opinião pública e reforçar a imagem dos remédios com grife.
- O mercado farmacêutico brasileiro é um dos dez maiores do mundo no setor farmacêutico, e as distorções existentes neste cobiçado mercado são tão absurdas que estão sendo alvo de investigações por uma CPI na Câmara dos Deputados - afirmou o senador, lembrando que os genéricos, antes de chegarem às prateleiras, passam por rigorosos testes de bioequivalência.
Suassuana apelou ao ministro da Saúde, José Serra, para que incentive a produção de genéricos. Citando dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), que demonstram ter ocorrido, nos últimos anos, um crescimento real de 54% acima da inflação nos preços de remédios, o senador acusou as multinacionais de formarem cartéis, superfaturarem as importações e explorarem indevidamente a população, desafiando as autoridades e burlando o fisco.
Em apartes, os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Agnelo Alves (PMDB-RN) apoiaram o discurso de Suassuna, destacando a importância do tema levantado pelo senador pelo Piauí.
01/06/2000
Agência Senado
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