SUASSUNA DEFENDE URGÊNCIA.PARA POLÍTICA NACIONAL DE TURISMO



O projeto de lei complementar aprovado nesta terça-feira (dia 8) pela Comissão de Assuntos Econômicos instituindo a Política Nacional de Turismo deve ter tramitação urgente. A sugestão é do relator do projeto, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), lembrando ser este um setor no qual o Brasil "possui extraordinário potencial, alavancando alternativas de geração de empregos". Para o senador, o momento é oportuno para se incentivar o turismo, uma vez que, apesar das mudanças cambiais terem atraído turistas ao Brasil, "o país ainda exibe um péssimo desempenho no setor".- Enquanto a Argentina aparece em 28º lugar no ranking mundial em número de visitantes, no ano passado, o Brasil ocupa a 39ª colocação, numa lista de 40 países. Em termos de receita, faturamos menos de U$ 3 bilhões, o mesmo que a Croácia. Não funciona em nosso país a parceria entre poder público e a iniciativa privada para o desenvolvimento do turismo, que poderia tornar-se uma fonte de renda poderosa - analisou Suassuna.O senador paraibano disse que faltam ações estratégicas para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos ao turista. Ele defendeu uma postura agressiva do governo para que o país tenha receita turística mais próxima dos U$ 75 bilhões anuais arrecadados com a atividade nos Estados Unidos.- Não é por falta de atrativos. Aqui os temos em demasia: praias nordestinas edênicas, parques nacionais espetaculares, gastronomia típica e variada, paisagens grandiosas. Entretanto, estamos longe de saber aproveitar esse potencial. Não temos ações eficazes e duradouras, nem estatísticas confiáveis sobre o assunto - lamentou.O pronunciamento de Suassuana provocou debate entre os senadores. Para Ramez Tebet (PMDB-MS), todas as regiões do Brasil têm condições de atrair turistas. Ele lamentou que os incentivos oficiais se direcionem quase que exclusivamente ao Rio de Janeiro e ao Nordeste. "O Centro-Oeste apresenta enorme potencial para o ecoturismo", salientou.O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) também lamentou a falta de uma política governamental para o setor. Segundo o senador, o governo privilegia a ação de grupos ecológicos, classificados por Mestrinho como "gigolôs da ecologia", em detrimento do incentivo à atividade turística na região amazônica.Heloísa Helena (PT-AL) ressaltou o potencial atrativo da região Nordeste. No entanto, frisou, esta vocação somente se concretizará se a região for dotada de infra-estrutura. "Qualificação de mão-de-obra, água, saneamento básico, energia e estradas são fundamentais para garantir o turismo na região", opinou a senadora.O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) enumerou as potencialidades de seu estado, "principalmente no que se refere ao turismo ecológico". Já o senador Romeu Tuma (PFL-SP) destacou que a atividade é "atualmente a grande frente de trabalho" para o Brasil. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que "a inteligência e a sensibilidade do ministro do Turismo Rafael Grecca podem fazer coisas incríveis". O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) comemorou a possibilidade de o país vir a ter uma política nacional de turismo e ressaltou que deve ser explorado como grande atrativo o patrimônio cultural brasileiro.- Há um grande veio que é o turismo cultural. O patrimônio histórico, a nossa música, nossa arte formam um acervo da civilização brasileira ainda não explorado - sugeriu o senador fluminense.

08/06/1999

Agência Senado


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