Suassuna diz que não é "homem de dossiês" e contesta revista



O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) contestou em discurso nesta segunda-feira (4) matéria da revista Veja desta semana a qual afirma que ele teria ameaçado com dossiês os senadores José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romeu Tuma (PFL-SP) caso não se livre do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, onde é investigado por recomendação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas.

- Não sou homem de dossiês, de ameaças, de recadinhos e não me sinto abandonado pelo meu partido. O que quero é justiça e que ela seja célere - disse.

De acordo com Ney Suassuna, "as insinuações maldosas permeiam toda a matéria" da revista. Ele ponderou que leu todos os depoimentos de todos os investigados pela CPI dos Sanguessugas, mas lá não consta que seu ex-assessor Marcelo Cardoso de Carvalho tenha dito que o senador soubesse do esquema de liberação de emendas para saúde em troca de dinheiro.

- Pelo contrário, ele sempre deixou evidente que eu não sabia e que jamais lhe dei qualquer ordem ilegal - acrescentou.

Suassuna voltou a criticar a CPI dos Sanguessugas por não lhe ter dado oportunidade de defesa. Reafirmou que não existem provas de que os principais investigados pela CPI e pela Polícia Federal (Darci e Luiz Antonio Vedoin) tenham conversado com ele, pessoalmente ou por telefone.

- Estiveram no meu gabinete? Não. Encontraram-se comigo dentro ou fora do Senado? Não. Fizeram comigo algum tipo de acordo ou tratativa? Não. Pagaram a mim qualquer valor ou comissão em espécie, bens ou serviços? Não. Fizeram algum depósito em conta corrente de minha propriedade ou de minha família? De algum filho? Irmão? Mulher? Parente? Não! Não! Não! - afirmou.

Para Ney Suassuna,o que existe "são sórdidas suposições que não se sustentam por não se apoiarem em dados fáticos". Ele disse não admitir que as "palavras de bandidos confessos possam suprir a ausência de provas" que serviriam para determinar sua suposta participação na chamada "máfias das ambulâncias". Ao final, o senador pela Paraíba recomendou que o Conselho de Ética analise a evolução patrimonial de seu ex-assessor Marcelo Cardoso de Carvalho.

Em aparte, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) também contestou a versão da revista Veja. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), por sua vez, pediu rapidez no Conselho de Ética, enquanto Almeida Lima (PMDB-SE) disse que examinará o processo pelo lado jurídico, e não politicamente.

04/09/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


ELCIO CONTESTA REVISTA E DIZ QUE NÃO ARTICULOU MANOBRA

SUASSUNA: LUCENA ERA UM HOMEM DE SUCESSO

Fernando Bezerra contesta reportagem da revista Veja

Arthur Virgílio contesta matéria da revista Veja

"HOMEM BOM, EXEMPLAR E DEDICADO", DESTACA SUASSUNA

MAGUITO CONTESTA ACUSAÇÕES DE REVISTA E COBRA DIREITO DE RESPOSTA