SUASSUNA ESPERA QUE ISRAEL ALCANCE CONVIVÊNCIA PACÍFICA COM VIZINHOS



Ao homenagear o qüinqüagésimo aniversário da criação do Estado de Israel, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) lembrou que o assassinato de Yitzhak Rabin interrompeu o avanço das negociações de paz com os palestinos, mas espera que os líderes dos dois países retomem em breve as conversações.

- Esse é o grande paradoxo vivido hoje por Israel. Embora a nova nação tenha construído uma economia dinâmica, instituições políticas sólidas e um sistema educacional exemplar, não logrou alcançar uma convivência pacífica com seus vizinhos. Por isso, o mundo inteiro aguarda ansiosamente que o processo de paz seja reativado, sem tergiversações de lado a lado - disse Suassuna.

O senador explicou que a situação do Oriente Médio interessa particularmente ao Brasil, por ter acolhido um número grande de imigrantes judeus e árabes. "Os palestinos aqui são contados aos milhares. Também os judeus têm numerosa colônia, estimada em cerca de 100 mil pessoas, nas maiores cidades do país. E isso nos leva a olhar para o Oriente Médio sempre com muita atenção", assinalou.

Citando o escritor israelense Amós Oz, Suassuna disse que Israel não é um país monolítico, apesar do inegável sucesso em aproximar judeus de origens nacionais tão diversas. Para ele, Israel é um rico laboratório onde podem ser examinadas algumas das grandes questões contemporâneas, como, por exemplo, o avanço do fundamentalismo religioso, o aprofundamento do abismo entre ricos e pobres e o crescimento do desemprego entre os menos preparados.

Suassuna concordou com o escritor Amós Oz quando disse que "não pode haver um Estado judeu; ele precisa ser o Estado do povo judeu e de todos os seus cidadãos, o que significa que os árabes israelenses terão a opção de ser cidadãos totais, com todos os direitos e deveres que isso implica. Israel precisa encarar a tragédia palestina de frente e dizer: 'Excetuando o suicídio, faremos de tudo que pudermos para curar essa tragédia'".



30/04/1998

Agência Senado


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