SUASSUNA PEDE PROVIDÊNCIAS PARA COMBATER A SECA NO NORDESTE
"Com a crise financeira que o Brasil atravessa, ficou esquecida a seca no Nordeste, que se transformou em situação banal e corriqueira", lamentou o senador Ney Suassuna (PMDB-PB). Ele anunciou uma "grande marcha", a realizar-se nesta quinta-feira (dia 26) na cidade de Campina Grande, na Paraíba, para "lembrar o governo e os brasileiros de que o nordestino continua morrendo até de sede", enfatiza.Segundo Suassuna, a situação é de calamidade pública em 93 dos 180 municípios da Paraíba. "Em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, os problemas são os mesmos. Não vamos deixar que o governo transforme a seca num sofrimento menor e continuaremos a pedir providências emergenciais, mas também soluções duradouras como a implementação do projeto de transposição das águas do São Francisco", argumenta.O senador afirma que, com o final do ano, as frentes de trabalho que empregam um milhão de pessoas, somente na Paraíba, serão desativadas por falta de recursos. "É uma ninharia, R$ 80 por pessoa/mês, mas vem impedindo que se morra de fome e de sede. Espera-se que as chuvas cheguem em fevereiro, mas a colheita somente se dará em abril/maio. Até lá, de que essa gente vai viver?", indaga.Suassuna reivindica a continuidade das ações de emergência que inclui o pagamento dos carros-pipa, que já está atrasado em três meses. "Mesmo reconhecendo a magnitude dos problemas macroeconômicos e a perspectiva de recessão no país, não podemos deixar que as dificuldades do povo nordestino caiam no esquecimento. Somada à vergonhosa experiência da fome, temos a perspectiva de males maiores causados pela falta de água para o consumo humano", conclui.
25/11/1998
Agência Senado
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