Suassuna quer União cobrando R$ 320 bilhões em créditos vencidos
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse que o INSS, a Receita Federal, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco Central, o Serpro e outros órgãos e empresas estatais têm a receber cerca de R$ 320 bilhões em dívidas de empresas privadas e pessoas físicas, o que seria suficiente para oxigenar os cofres públicos na transição de governo. -Se o apelo da Justiça Federal por verbas para informatização de seus trabalhos, em suas cinco regiões, fosse atendido, seria possível à União receber de 10 a 20% desse total imediatamente-, disse o senador.
Suassuna quer também uma reforma patrimonial de emergência. Ele lembrou que o INSS, por exemplo, tem entre 5 e 6 mil imóveis praticamente inúteis em todo o país, com aluguéis -ridículos-, alguns de apenas R$ 100, quando só o seguro pago pela manutenção chega a R$ 2 mil. A Caixa Econômica Federal também tem centenas de imóveis que dão somente prejuízo. -Eu só consigo enxergar este quadro com olhos de administrador, de empresário, e fico assustado com o prejuízo, com o desperdício-, disse Suassuna.
O senador disse que a Justiça Federal precisa de R$ 200 milhões para se informatizar e garantir a execução de pelo menos 10% desta dívida imediatamente. -É preciso fazer o que fizemos no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso, quando reunimos os presidentes do BB, da Caixa, do BC, do Serpro, do INSS, o secretário da Receita Federal e os ministros da Fazenda e do Planejamento. Fizemos um levantamento dos créditos da União, seus órgãos e estatais, e descobrimos, por exemplo, que a Caixa Econômica Federal tinha R$ 4 bilhões em causas ganhas, sem que ninguém soubesse. É preciso um esforço para reunir todos novamente-, apelou o senador.
Outra sugestão de Ney Suassuna é que o porta-aviões Minas Gerais, que está à venda, seja transformado em uma feira flutuante de produtos brasileiros para exposições na África, no Caribe e na Ásia, a fim de colaborar no esforço de exportação. O senador elogiou também a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional apenas 48 horas depois de eleito. Suassuna pediu um esforço extra para aprovar o Orçamento para 2003 e que a Câmara dos Deputados -faça o dever de casa-, aprovando propostas pendentes na Casa.
29/10/2002
Agência Senado
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