Suplicy conclama parlamentares a reconsiderarem reajuste nos salários
Ao discursar em Plenário nesta segunda-feira (18), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu que os senadores e deputados federais reconsiderem o aumento de cerca de 90% que concederam aos próprios salários na semana passada. O senador apresentou projeto de decreto legislativo (ainda não numerado) que institui o subsídio mensal dos congressistas em R$ 16.500. Esse reajuste, informou Suplicy, corresponde a um reajuste igual ao valor da inflação de janeiro de 2003 a janeiro de 2007, em torno de 28,5%, e poderia ser melhor aceito pela população. O senador também propôs que o reajuste seja submetido à apreciação dos plenários do Senado e da Câmara dos Deputados.
Da tribuna, Suplicy afirmou que diversos senadores já se manifestaram contrários ao reajuste, que aumentou para R$ 24.500 (91% de aumento a partir de fevereiro de 2007) os subsídios mensais dos parlamentares brasileiros. O senador informou já ter recebido mais de 1.600 mensagens de correio eletrônico de cidadãos indignados com o reajuste.
O senador também registrou que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recomendou que os sacerdotes comentassem o aumento nas missas do último domingo (17). Suplicy informou ter assistido à missa da Igreja São Francisco de Assis, na região de São Miguel, na capital paulista, com a presença de quase duas mil pessoas. O padre convidou Suplicy e a deputada Luiz Erundina para comentarem o fato.
- Quando consultei o povo para saber se todos ali estariam de acordo com que fizéssemos uma recomendação aos presidentes Renan Calheiros e Aldo Rebelo, às Mesas do Senado e da Câmara e aos seus respectivos líderes, para que revissem essa decisão que estava indignando todos, e pedi que todos levantassem a mão, toda a igreja praticamente levantou a mão - relatou.
Suplicy aproveitou para ler o artigo "Parlamentares desavergonhados", de autoria do teólogo Leonardo Boff e publicado nesta segunda-feira (18) no Jornal do Brasil. No artigo, Boff afirma estar indignado com o aumento, o qual classifica de "total falta de ética".
Em apartes, os senadores Roberto Saturnino (PT-RJ) e Alberto Silva (PMDB-PI) apoiaram as opiniões do colega paulista. Saturnino afirmou não existir justificativa "para esse aumento abusivo". Alberto Silva afirmou não ter vindo "para cá ganhar dinheiro, e sim para servir ao povo".
18/12/2006
Agência Senado
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