SUPLICY CONVIDA SUDENE A DISCUTIR MODELO DE INCENTIVOS FISCAIS



Ao saudar os 40 anos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a instituição deve refletir sobre quais os instrumentos mais adequados à elevação da renda daqueles que, principalmente no Nordeste, encontram-se em situações de pobreza absoluta. A redução das desigualdades sociais e regionais através de incentivos fiscais e creditícios, na avaliação do senador, é um modelo que, com o objetivo de gerar empregos, carreou recursos aos que já detinham patrimônio, além de ter sido fonte de desvios.
- Houve um estímulo à concentração da renda e da riqueza - afirmou.
Num momento em que o Senado e o país voltam-se para a promoção de instrumentos de combate à pobreza, Suplicy considera fundamental avaliar a experiência da Sudene. Afinal, questionou, por que, após 40 anos de Sudene, o Brasil continua registrando altos índices de desigualdade e de concentração da renda?
Em aparte, José Alencar (PMDB-MG) repetiu informação dada pelo senador Geraldo Melo (PSDB-RN) momentos antes - de que a renda per capita nordestina, antes da Sudene, representava 27% da renda nacional e, hoje, 58% - para dizer que a instituição levou desenvolvimento à região e melhoria das condições de vida da população. Foi a Sudene, depôs o José de Alencar, que lhe permitiu instalar a Coteminas no norte de Minas Gerais; depois, 2,3% dos recursos utilizados na implantação de uma segunda fábrica de tecelagem foram do Finor. A partir daí, outras oito unidades industriais foram instaladas, uma delas, na Paraíba, "a maior e mais moderna fábrica de fiação do planeta". Suplicy aproveitou para comentar que José Alencar representa o uso sério dos recursos da Sudene.
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) disse que a homenagem à Sudene não poderia ser acrítica, reconheceu que ao longo de 40 anos aconteceram problemas graves, mas recusou-se explicitamente a engrossar as fileiras "daqueles que, apologistas das forças ocultas do mercado, se utilizam dos problemas existentes para sustentarem propostas de extinção da Sudene e dos fundos constitucionais". O senador Geraldo Lessa (PSDB-AL) registrou seu otimismo em relação à gestão de Fernando Bezerra no Ministério da Integração Nacional e apelou ao governo pela formulação de uma política de desenvolvimento regional integrado. O líder do PSDB, Sérgio Machado (CE) também enfatizou que, apesar dos erros e desvios, o Nordeste avançou bastante com a Sudene.

10/02/2000

Agência Senado


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