Suplicy diz conhecer testemunha de tráfico de influência no BC



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ofereceu ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, levar até o gabinete do ministro uma testemunha que presenciou casos de venda de informações praticada por funcionários do Banco Central a dirigentes de bancos de investimento, para uma conversa. A oferta do senador foi feita durante audiência pública conjunta na CAE e CFC realizada nesta quinta-feira (31 de maio), em que o ministro compareceu para explicar rumores sobre o seu envolvimento na operação de socorro feita pelo BC, em janeiro de 1999, para salvar os bancos Marka e FonteCindan de uma quebra provocada pela mudança da política cambial.

Pedro Malan, de pronto, negou-se a receber a tal testemunha oferecida pelo senador e sugeriu que ela convocasse a imprensa para dizer o que sabe numa entrevista coletiva. Os senadores Lúcio Alcântara (PSDB-CE), Ney Suassuna (PMDB-PB), e o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PSDB-RR), sugeriram a Suplicy que desse o nome da pessoa e dissesse o que sabe ou a encaminhasse para a Polícia Federal ou o Ministério Público.

Já o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) acusou o ministro Malan de fazer pouco caso da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, porque, a julgar pelo cruzamento das informações concedidas nesta quinta-feira pelo ministro e informações já prestadas pelo presidente do BC, Armínio Fraga, fica evidente, segundo o senador, que Fraga, ao ser sabatinado pelo Senado e antes mesmo que fosse nomeado para a presidência do banco, já vinha exercendo o cargo informalmente, já que Malan diz que soube do caso Marka e FonteCindam em 26 de fevereiro, por meio de Fraga, portanto, antes da sua nomeação para o BC. Malan rechaçou a tese de Dutra, dizendo que Armínio Fraga, antes de assumir o BC, era seu assessor e que não tinha acesso a informações sigilosas daquela instituição.

31/05/2001

Agência Senado


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