SUPLICY DIZ PROGRAMA DE RENDA MÍNIMA NÃO RECEBE MESMA URGÊNCIA QUE SOCORRO A BANCOS
Depois de fazer um relato de toda a tramitação do projeto de renda mínima desde 1991, quando foi aprovado por unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, até dezembro de 1997, quando foi sancionado pelo presidente da República, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) mostrou sua indignação com a demora do governo em implantar definitivamente o programa.- Na hora de colocar recursos para salvar instituições financeiras, o governo é rápido. Para criar o Proer, a medida provisória rapidamente foi editada. Na hora de prover os recursos para salvar bancos que tenham ido a falência, também é rápido. Mas para garantir o direito à vida das pessoas, erradicar a miséria para valer, não tem a mesma agilidade - reclamou Eduardo Suplicy.Na opinião do senador por São Paulo, está cada vez mais difícil acreditar nas palavras de Fernando Henrique Cardoso quando ele afirma que pretende fazer do Brasil um país mais justo. Suplicy contou que em um encontro ocorrido em 1995, ouviu do presidente sua opinião favorável ao programa de renda mínima, mas que a primeira-dama Ruth Cardoso seria contra.Suplicy contou que solicitou uma audiência à esposa do presidente e foi convidado a fazer uma exposição no conselho do Comunidade Solidária sobre o projeto. Ao final da palestra, Ruth Cardoso o procurou e garantiu que estava convencida sobre a importância do programa, que acreditava mais nele do que na simples distribuição de cestas básicas. Milton Seligman observou que o governo Fernando Henrique Cardoso tem interesse na área social, tanto é que, segundo ele, só em transferência direta para os municípios os recursos chegam a R$ 17 bilhões por ano, incluindo os repasses previdenciários. Ele também assegurou que o Ministério da Educação estimulou o Comunidade Solidária a trabalhar junto às prefeituras para que elas adotem o programa de renda mínima voltado para a educação.
07/04/1999
Agência Senado
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