Suplicy diz que é candidato "para vencer"



Depois de realizar amplo levantamento junto às bases do PT, o senador Eduardo Suplicy (SP) reiterou nesta quinta-feira (dia 26), em Plenário, que vai disputar as prévias que irão escolher o candidato do partido à Presidência da República. Ele afirmou que por meio da sua pré-candidatura irá defender propostas que "possam transformar o país em uma nação civilizada e justa".

Como pontos para empreender as mudanças que considera necessárias, Suplicy listou a realização da reforma agrária, a instituição de uma renda básica garantida a todas as pessoas residentes no Brasil, a implementação de um orçamento participativo em que todos decidam sobre a destinação dos recursos públicos, o estímulo às formas solidárias e cooperativas de produção, a democratização das relações entre trabalhadores e empresários, a expansão do microcrédito a baixas taxas de juros, o incremento das diversas formas de habitação popular e a universalização da educação e dos serviços de saúde pública.

- Essas propostas são inteiramente compatíveis com o que Lula e o PT defendem. Considero, entretanto, importante defendê-las com maior ênfase e clareza - afirmou o senador, revelando que em todos os lugares onde esteve, do Sul ao Nordeste, a grande maioria recomendou que ele mantivesse a sua pré-candidatura.

Em aparte, o senador Lauro Campos (sem partido-DF) apoiou o direito de Suplicy de concorrer nas prévias do Partido dos Trabalhadores como forma de "arejar o partido", já que esse é um princípio fundamental da democracia. O senador Maguito Vilela (GO), vice-presidente do PMDB, disse acreditar que todo partido tem que estar preparado para realizar prévias, por considerar que esse é o meio mais democrático de escolher seus candidatos. Segundo ele, o PMDB também deve escolher entre pelo menos dois candidatos, o senador Pedro Simon (RS) e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco.

GRAMPOS TELEFÔNICOS

No discurso, Suplicy também se mostrou surpreso com as notícias de que o Banco do Brasil (BB) teria patrocinado a escuta telefônica de conversas entre o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros e o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) André Lara Resende, durante o processo de privatização da Telebrás. A notícia, publicada no Jornal do Brasil desta quinta-feira (dia 26), dá conta de que o serviço reservado do BB teria realizado a gravação, por determinação do então vice-presidente do banco, Ricardo Sérgio de Oliveira.

- Não sabíamos que havia serviço secreto no banco. Essa revelação extraordinária mostra como a verdade acaba vindo à tona. Esses fatos devem ser apurados pela CPI da Corrupção que, como sabemos, deve ser instalada brevemente - disse Suplicy, para quem o presidente Fernando Henrique Cardoso já tinha conhecimento dos fatos.

26/04/2001

Agência Senado


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