Suplicy lastima que FHC não tenha participado de debates eleitorais



Definindo como de -intensa democracia- o momento eleitoral vivido pelo Brasil, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) registrou nesta terça-feira (3) o quanto é importante que nenhum candidato se negue a participar dos debates eleitorais, o que não ocorreu nas eleições de 1994 e 1998. Ele lastimou que, na última eleição, liderando as pesquisas de intenções de votos, Fernando Henrique Cardoso tenha-se negado a debater com seus contendores.

O parlamentar considerou notável o exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva que, liderando as pesquisas com possibilidade de ganhar a eleição já no dia 6 de outubro, mantém -a exemplar conduta- de não fugir ao questionamento dos seus concorrentes. Suplicy cumprimentou ainda os veículos de comunicação, por darem oportunidade a todos os candidatos de expor suas idéias, lamentando apenas que estejam fora dos debates os candidatos do PSTU e do Partido da Causa Operária.

No mesmo discurso, ele registrou o crescimento dos candidatos do PT em estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul e deteve-se na situação enfrentada pelo Acre, onde o governador Jorge Viana, candidato à reeleição com mais de 60% da preferência do eleitorado, teve seu direito de disputar o pleito cancelado por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acreano.

Suplicy disse que, nesse episódio, a notícia otimista é que o procurador-geral eleitoral, Geraldo Brindeiro, emitiu parecer opinando pelo provimento do recurso do governador, ou seja, pela extinção do processo aberto naquele TRE, sem que seja sequer julgado o seu mérito.

- É a opinião do bom senso do procurador Geraldo Brindeiro, de que não há como conjeturar anular o direito de Jorge Viana de ser candidato à reeleição.Na opinião de Eduardo Suplicy, Jorge Viana será reeleito, certamente com votação ainda maior que aquela prevista nas pesquisas de opinião pública realizadas antes dessa decisão do TRE.

Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) definiu a decisão dos juízes eleitorais do Acre como -um verdadeiro atentado à democracia-. No entender do senador, o ordenamento jurídico naquele estado foi abalado, confirmando denúncias que ele vinha recebendo há mais de dois meses, a respeito da montagem de um plano de desestabilização do governo acreano.

Tião Viana disse que a decisão foi tomada às 4h da manhã, horas depois de uma -marcha pela liberdade- realizada pela população com Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, ele diz que confia na imparcialidade e sobriedade do Tribunal Superior Eleitoral para decidir sobre o recurso de Jorge Viana.



03/09/2002

Agência Senado


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