Suplicy leva mensagem pacifista ao Iraque
A resposta, meu amigo, está soprando com o vento, a resposta está soprando com o vento. Os versos pacifistas de Bob Dylan, que já foram apresentados ao Plenário por Eduardo Suplicy (PT-SP), agora chegaram ao Iraque pela voz do senador. Ali, onde chegou a circular por dois dias, em janeiro, de capacete e colete à prova de balas, ele apresentou às autoridades do país ainda em guerra a sua proposta de programa de Renda Básica de Cidadania, como mostrou um documentário de 20 minutos exibido nesta quinta-feira (21) aos integrantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
- Espero que o Iraque venha a ter logo uma situação de paz e que o programa de Renda Básica de Cidadania contribua para a pacificação do país, onde existe uma guerra civil que parece não ter fim - disse Suplicy no documentário, pouco antes de cantarolar os versos de Dylan, em um dos vários encontros que manteve em Bagdá.
Durante esses encontros, o senador citou o bem-sucedido exemplo do governo do Alasca, que decidiu - há pouco mais de 20 anos - separar 50% dos royalties provenientes da exploração do petróleo para criar um fundo permanente que pertence a todos seus habitantes. O fundo já conta com US$ 40 bilhões, como informou, e distribui hoje US$ 1.654 por ano a cada pessoa residente no estado.
Após ouvir o relato do senador, o ministro do Planejamento do Iraque, Ali Ghalib Baban, disse que o governo de seu país está atualmente estudando qual seria a melhor utilização para os recursos do petróleo. Suplicy foi informado durante a visita de que as reservas conhecidas de petróleo do Iraque ultrapassaram as da Arábia Saudita e se tornaram as maiores do mundo.
O senador conversou também sobre o tema com o presidente do Conselho de Representantes, Mahmoud al-Mashhadani, que o recebeu em casa como deferência, pelo fato de Suplicy ser do Brasil, país que, para Mashhadani, constitui exemplo de lugar onde pessoas de diferentes origens podem viver em harmonia.
Ao lado de Suplicy, durante toda a reunião da CRE, estava Carolina Larriera, a viúva do ex-representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iraque, Sérgio Vieira de Mello, morto em um atentado terrorista em 2003. Após assistir ao documentário, ela lembrou que Vieira de Mello foi um entusiasta do programa de Renda Básica de Cidadania como um instrumento de pacificação do Iraque.
- O jeitinho brasileiro de Sérgio fazia a diferença. É bom saber que esse instrumento (a renda básica) pode dar continuidade à semente que ele deixou ali - disse Carolina.
Também presente à reunião, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque, Jalal Jamel Chaya, elogiou a coragem de Suplicy e previu que o Brasil terá benefícios por haver enviado um representante com o único objetivo de ajudar o povo iraquiano. O terceiro-secretário da embaixada do Iraque, Hussein Ali Al-Rammah, disse esperar que o programa sugerido por Suplicy seja implantado em seu país.
O senador informou ainda que o Senado não teve nenhuma despesa com a sua viagem, custeada pelo governo do Iraque.
21/02/2008
Agência Senado
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