SUPLICY PROTESTA CONTRA FAVORECIMENTO DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS
Para Suplicy, parece claro que a política do BNDES precisa ser reformulada. "Como justificar vultosos créditos a empresas estrangeiras quando a maior parte das empresas nacionais, sobretudo as de menor porte, têm pouco ou nenhum acesso a crédito?", perguntou.
O senador por São Paulo fez questão de afirmar que seus dados são oficiais, fazendo parte da resposta do BNDES ao seu pedido de informações. "O empresariado nacional tem razão em estar descontente com a política do banco, porque os financiamentos a empresas estrangeiras vem crescendo de modo contínuo, passando de R$ 195 milhões em 95 a R$ 1,2 bilhão apenas nos primeiros nove meses de 1999", destacou.
Ele lembrou que o BNDES concede crédito em condições bastante vantajosas, em termos de prazos e custos financeiros, em relação ao que é praticado no mercado interno de crédito. "A maioria das empresas brasileiras não consegue levantar empréstimos no BNDES. Se quiserem levantar crédito, são obrigadas a pagar altas taxas de juros, por curtos prazos", disse.
Suplicy afirmou que, diante desse quadro, cresce a convicção dos brasileiros de que o país tomou um rumo errado nos últimos tempos. "Com políticas desse tipo, o presidente e seus ministros conseguirão angariar aplausos da comunidade financeira e empresarial do Primeiro Mundo. Serão bem recebidos no exterior e vistos como paladinos da modernidade e da "globalização". Em contrapartida, encontrarão cada vez mais desconfiança e descontentamento dentro do país que supostamente representam e em nome do qual governam", concluiu.
15/12/1999
Agência Senado
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