Suplicy queixa-se de reunião inesperada da CPI dos Bingos
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) queixou-se da inesperada realização do depoimento do garçom Anderson Ângelo Gonçalves na CPI dos Bingos na quarta-feira (3), quando ele viajava para o exterior. O senador, que já havia falado com o garçom, lamentou não ter estado presente no depoimento para questioná-lo novamente.
O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), explicou que foi procurado por Anderson, que se dispôs a comparecer à comissão, mas pediu que tanto sua oitiva, quanto sua viagem a Brasília, fossem sigilosas, já que temia ser morto caso o depoimento fosse anunciado. Assim, o requerimento de sua convocação foi apresentado e aprovado na própria quarta-feira, quando Anderson foi ouvido em reunião reservada. Durante o depoimento, o garçom afirmou ter presenciado reuniões, ocorridas num bingo, em que foi tramado o assassinato do então prefeito de Campinas, Toninho do PT, que foi morto em 2001.
De acordo com o líder do PFL, senador José Agripino, Anderson também teria dito que integrantes do PT lhe teriam oferecido proteção, procurando, na realidade, impedi-lo de depor. O depoente ainda teria recebido ligações do senador Eduardo Suplicy e do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Suplicy explicou que já tinha ouvido anteriormente o depoimento do garçom na companhia dos senadores Magno Malta (PL-ES) e Romeu Tuma (PFL-SP). Para o parlamentar, Anderson deve esclarecer o paradeiro do segurança da casa de bingo que lhe permitiu dormir no estabelecimento e presenciar as reuniões em que se tramou o assassinato de Toninho do PT. Para José Agripino a principal pergunta a ser feita é se o ministro da Justiça realmente entrou em contato com o garçom e, caso isso seja verdade, por quê.04/05/2006
Agência Senado
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