Suplicy quer adiar votação de requerimentos sobre bloqueio a Cuba e fechamento de Guantánamo



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em discurso nesta quarta-feira (6), pediu o adiamento da votação em Plenário de dois requerimentos de sua autoria. O primeiro faz um apelo para que o governo dos Estados Unidos suspenda o bloqueio econômico e comercial a Cuba e feche a prisão instalada na base de Guantánamo.

O segundo pede, desta vez ao governo de Cuba, para que providencie o indulto geral aos aprisionados por posicionamentos políticos ou de consciência e autorize todos os seus habitantes a entrar e sair de seu país, mesmo aqueles que criticam o regime político estabelecido na ilha.

Suplicy deseja que os requerimentos sejam reavaliados pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

O senador explicou que seu pedido de adiamento foi motivado pela entrevista concedida por Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional Cubana, quando este revelou que poderá haver mudanças na legislação de migração de Cuba, envolvendo, inclusive, a liberdade de entrada e saída dos cidadãos cubanos de seu próprio país. O anúncio dessas mudanças é esperado para o dia 26 de julho, aniversário da Revolução Cubana, anunciou o senador.

Suplicy manifestou sua expectativa de que, “com os sinais evidentes de maior liberdade para os cidadãos cubanos, como o direito de viajar para fora e voltar”, o governo dos Estados Unidos venha a determinar o fim do embargo comercial a Cuba, que já dura mais de meio século.

O senador também prestou seu apoio à empresa Odebretch. A filial americana da empresa brasileira vai recorrer à Justiça contra a lei anti-Cuba aprovada na Flórida que proíbe empresas estrangeiras com investimento em Cuba de assinarem contratos com os governos locais do estado americano. Os advogados da empresa argumentam que essa norma contradiz leis federais e é inconstitucional, pois só o governo federal e o Congresso americano podem legislar em matéria de política exterior. A Odebretch foi proibida de participar de uma licitação pública avaliada em US$ 3,3 bilhões.

Suplicy disse acreditar que esse assunto estará superado no momento em que o governo dos Estados Unidos atender o apelo “que hoje é cada vez maior”, para que se encerre o embargo a Cuba. Ele acrescentou que, para que isso ocorra, é importante que Cuba “dê alguns sinais”.



06/06/2012

Agência Senado


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