Supremo conclui audiência pública sobre programa Mais Médicos



Terminou na terça-feira (26), a audiência pública convocada pelo Superior Tribunal Federal (STF) para discutir o programa Mais Médicos, do Governo Federal. Durante dois dias, o ministro Marco Aurélio Mello ouviu 23 entidades representativas de médicos, sociedade civil e poder público sobre o programa. A audiência foi agendada em agosto, depois que a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Universitários Regulamentados (CNTUR), questionaram o programa no Supremo.

O ministro Alexandre Padilha se apresentou no primeiro dia da audiência e afirmou que o Mais Médicos surgiu do pedido de prefeitos diante da falta de profissionais. Ele destacou que o Brasil precisa “distribuir melhor os médicos que tem”.

O prefeito de Porto Alegre e presidente da Frente Nacional de Prefeitos, José Fortunati, disse que as vagas disponíveis nos hospitais e centros de saúde da periferia foram preenchidas somente por meio do programa. “Não temos dificuldade para contratar médicos para os hospitais, mas as vagas na periferia só estamos conseguindo preencher com o Mais Médicos”.

O argumento do prefeito foi validado pelo vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e secretário de Saúde de Bauru (SP), José Fernando Casquel Monti.

Monti afirmou que embora a Constituição Federal determine assistência integral e universal, o modelo brasileiro ainda funciona centrado no atendimento hospitalar. “Nosso modelo hoje é focado predominantemente na doença. Só depois que a pessoa adoece é que vamos fazer as intervenções", destacou. "O que queremos é um modelo integral, que abranja o indivíduo em outras fases de sua vida”, completou, referindo-se à atenção básica.

O ministro interino de Assuntos Estratégicos e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Côrtes Neri, confirmou por meio de pesquisas do órgão que há concentração de médicos nas regiões Sul e Sudeste do País. “Os médicos estão onde está o maior poder aquisitivo, não onde estão as pessoas pobres. Os dados mostram isso com clareza”, disse.

Neri apresentou uma pesquisa de opinião realizada pelo IPEA que aponta a ‘melhoria em saúde’, como a principal expectativa da população brasileira em relação aos serviços públicos. A pesquisa elencou diferentes demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) para avaliação dos entrevistados e concluiu que a principal queixa da população é a falta de médicos.


Fonte: 
Portal Federativo 



27/11/2013 15:37


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