TÁVOLA ANALISA 11 ANOS DE PSDB
O senador Artur da Távola (PSDB-RJ) analisou, nesta sexta-feira (dia 14), os 11 anos de existência do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e suas realizações. O senador informou que o partido terá convenção nacional neste sábado (dia 15), em Brasília. Ao fazer um balanço da influência da social democracia no Brasil, Távola disse que o partido, do qual foi um dos fundadores, nasceu no fim de 1987. "Muitas pessoas que faziam parte da Assembléia Nacional Constituinte não se sentiam caracterizadas por nenhum dos partidos existentes" - lembrou. O senador lembrou também que a maioria dos fundadores do PSDB veio do PMDB, "que na época era uma grande frente política contra o autoritarismo, havia gente desde a extrema direita até a extrema esquerda". Para Távola, os primeiros integrantes do PSDB eram "homens de esquerda que não tinham por base uma ação quase exclusiva do Estado na economia."Távola destacou que o papel do Estado sempre esteve no centro da discussão filosófica do partido. Criticou o que chama de "esquerda conservadora", que, para ele, tem "pensamento defasado em relação à contemporaneidade". Ao referir-se ao "feliz acaso" de ter um dos quadros do partido na presidência da República", Távola destacou a "clareza e a coragem moral" do presidente Fernando Henrique Cardoso e a realização das reformas administrativa e da Previdência, que, segundo ele, retratam "a coragem de enfrentar os problemas do Estado, pagando o preço da impopularidade por isso". O senador destacou ainda a atuação do governo na educação - que definiu como principal aspecto do governo FHC, pelo trabalho "profundamente democratizante na educação de base, de forma que esse ensino seja comum qualitativamente a todos os brasileiros" e na saúde. Para Távola, a filosofia de administração da saúde pública do partido ainda está sendo formulada. - Pela primeira vez o governo social-democrata teve a coragem de pôr um administrador na área de saúde. E um administrador bem qualificado pode fazer uma transformação nesse setor.Távola tratou também das privatizações, que, segundo ele, não foram feitas "para cobrir um rombo do Estado, como acusa a oposição, e sim permitiram que o governo recuperasse a capacidade de investimento em áreas básicas". Ele definiu a política de Direitos Humanos de FHC como uma das mais belas conquistas do governo, citando como outros exemplos a reforma agrária, a livre apuração de crimes políticos e a política internacional. O senador Lúdio Coelho (PSDB-MS), em aparte, afirmou que o PSDB sempre procurou um meio termo, "nem oito nem 80", mas diz que o partido tende a ser muito intelectualizado. "São professores demais, precisamos cuidar do dia-a-dia, do arroz com feijão", defendeu.
14/05/1999
Agência Senado
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