TEBET: HIDROVIA NÃO AGREDIRÁ PANTANAL



O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) garantiu hoje (dia 22) que, ao contrário do que afirmam os preservacionistas,a navegação para transporte de carga ao longo dos rios Paraná e Paraguai não agredirá o meio ambiente nem provocará desequilíbrios ecológicos na região do Pantanal.

Ele disse que a realização do Fórum Internacional sobre a Hidrovia Paraguai-Paraná, iniciado hoje em Campo Grande, é muito oportuna no momento em que surgem controvérsias sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais que cercam o projeto. A seu ver, cabe indagar se essa polêmica não responde a interesses voltados "para atrasar ainda mais a inserção competitiva do Brasil no mundo internacional, ameaçando posições hegemônicas de outros países".

Conforme salientou, o fórum é promovido pela Agência de Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul,com o apoio dosgovernos daquele estado e de Mato Grosso, além de entidades públicas e privadas nacionais e internacionais. O evento também conta com a presença de autoridades do Paraguai, Argentina, Uruguai e Bolívia.

Ramez Tebet referiu-se há estudos feitos por Carlos Eduardo Tucci, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que faz pesquisas no Pantanal há dez anos e verificou que, no período de enchente, cerca de 300 toneladas de sedimentos são deslocadas, 40 das quais levadas pelas águas, sendo que todo o restante vai se acumulando no fundo dos rios.

O senador disse que o problema maior, detectado pelo Ministério dos Transportes, está no assoreamento do trecho Cáceres-Corumbá, de 680 km, objeto de dragagem para retirada dos sedimentos acumulados. Tebet assinalou que isso "não implica em rebaixamento da cota do rio Paraguai, o principal ponto de questionamento da hidrovia".

Os rios Paraná e Paraguai são utilizados para navegação desde o descobrimento do país, argumentou Tebet, lembrando que o objetivo da hidrovia é o de "viabilizar a navegação, com segurança, durante 24 horas por dia", o que permitirá a redução de 50% no custo do frete de produtos agrícolas do Centro-Oeste brasileiro.

Ao destacar que a hidrovia é o meio de transporte mais preservacionista, Ramez Tebet salientou que, hoje, o desenvolvimento auto-sustentável é parâmetro inquestionável. "O que não se pode aceitar é a opção de não fazer nada, deixando que as populações ribeirinhas cresçam desordenadamente, fechando os olhos à pesca indiscriminada, ao despejo de esgotos e mercúrio nos rios pelos garimpeiros", observou.



22/08/1997

Agência Senado


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