TIÃO VIANA CONTESTA DADOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE SOBRE VACINAÇÃO



O senador Tião Viana (PT-AC) contestou, nesta sexta-feira (dia 16) os dados apresentados pelo Ministério da Saúde sobre vacinação no país e defendeu um exame profundo dessas estatísticas, que apresentam índices de até 100% para cobertura vacinal em alguns locais. "A área da saúde certamente não é a única, em nosso país, que enfrenta o problema de uma confiabilidade reduzida dos dados estatísticos", afirmou o senador.Tião Viana explicou que essa baixa confiabilidade pode ser atestada quando se compara os dados do Ministério da Saúde com os dados obtidos por pesquisas domiciliares feitas pelas equipes epidemiológicas da Vigilância Sanitária.- Se compararmos os dados relativos ao Brasil com os da Argentina, Peru e Bolívia, nos anos de 1994 a 1997, veremos que nosso país apresenta desempenhos sistematicamente inferiores aos da Argentina e do Peru e semelhantes aos verificados na Bolívia, com alguma vantagem para este país vizinho. De 1994 a 1997, a cobertura de vacinação para poliomielite e sarampo na Bolívia mostra-se equivalente à brasileira, com resultados melhores na metade dos quatro anos de referência. Mas, no que se relaciona à cobertura da vacina tríplice, que previne da difteria, da coqueluche e do tétano, nossos resultados foram piores nos quatro anos considerados - analisou o senador.Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) observou o "abismo" existente entre os discursos de autoridades do governo e a realidade. A senadora concordou com a necessidade de um exame profundo das estatísticas apresentadas pelo Ministério da Saúde e alertou para a manipulação de dados feita através da publicidade em campanhas de vacinação como a da poliomielite. Helena disse que a falta de vacinação contra o sarampo significa, para crianças pobres, pneumonia, encefalite, cegueira e morte.O senador Mozarildo Cavalcante (PFL-RR) disse que é importante para o Ministério da Saúde, uma vez que é dirigido por um economista, desativar delegacias estaduais do Ministério e as superintendências estaduais da Fundação Nacional de Saúde e iniciar a descentralização do setor, repassando atribuições e recursos aos municípios.Tião Viana destacou ainda as falhas na cobertura vacinal e a desigualdade do atendimento imunológico em diferentes regiões e estados, que deixarão muitas crianças não imunizadas ao longo dos anos e ainda com o potencial de transmitir doenças para adultos mal vacinados. "É o que se pôde constatar com a epidemia de sarampo que se alastrou por vários estados brasileiros no ano de 1997, contagiando grande número de jovens entre 20 e 29 anos, que não foram devidamente imunizados na infância, mas também considerável número de bebês", assinalou o senador.

16/04/1999

Agência Senado


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