TIÃO VIANA DIZ QUE MINISTÉRIO DA SAÚDE DEVE GARANTIR ADIÇÃO DE IODO AO SAL



É injustificável que, quase 50 anos após a decisão de eliminar o bócio endêmico do país através da adição de iodo ao sal consumido pela população, o problema retorne em índices alarmantes por descaso das autoridades públicas e das empresas privadas, disse nesta terça-feira (dia 26) o senador Tião Viana (PT-AC). Ele disse acreditar que "medidas firmes serão tomadas para que tal problema não ocorra mais no país", esperando que o ministro da Saúde, José Serra, "não deixe a situação passar em branco e repare esse erro da política de saúde". .
O senador anunciou que apresentará requerimento de informações sobre o assunto ao Ministério da Saúde e sugeriu que o Conselho Federal de Medicina também requeira os devidos esclarecimentos às autoridades públicas. .
Tião Viana confessou-se surpreso com reportagem do jornal Correio Braziliense que divulgou os resultados de pesquisa realizada junto a 179 mil estudantes, distribuídos por 428 municípios brasileiros, entre os quais verificou-se que 59 mil estavam com deficiência comprovada de iodo. As conseqüências dessa carência são fatais ao organismo humano, enfatizou o senador, provocando retardamento mental e sofrimento cerebral, sendo que, em pessoas mais velhas, leva ao bócio endêmico. .
Quanto às empresas produtoras de sal, Tião Viana considerou que, no caso de falha das autoridades públicas, elas deveriam ter assumido a adição de iodo. A mesma pesquisa revelou, no entanto, que entre 54 empresas estudadas, 36 delas apresentaram irregularidades na adição de iodo, afirmou. .
As necessárias providências do Ministério da Saúde tornam-se ainda mais urgentes, na opinião de Tião Viana, ao se verificar que, no governo Fernando Henrique Cardoso, no período entre 1985 e 1998, registrou-se que 9,82% do sal consumido não continha iodo, prejudicando principalmente a população dos estados do Amapá, Acre e Tocantins. Nos governos Fernando Collor e Itamar Franco, entre 1990 e 1994, aquele índice era de 2,63%, e de 0,24% entre 1985 e 1988, no governo José Sarney, completou.

26/10/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


PARA TIÃO VIANA, PODER PÚBLICO DEVE GARANTIR EXAMES COMPLEMENTARES EM GESTANTES

Tião Viana vê "inampização" do Ministério da Saúde

EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS ELOGIA SERRA POR COIBIR A NÃO ADIÇÃO DE IODO AO SAL

SIQUEIRA CAMPOS COBRA DO GOVERNO ADIÇÃO DE IODO AO SAL PARA CONSUMIDORES

TIÃO VIANA CONTESTA DADOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE SOBRE VACINAÇÃO

Projeto de Tião Viana obriga Ministério da Saúde a prestar contas sobre o SUS