Tião Viana defende a criação das carreiras de auditor de saúde e de sanitarista



O senador Tião Viana (PT-AC) pediu ao governo federal, nesta sexta-feira (26), que reconheça e crie, o mais rapidamente possível, as carreiras de auditor da área de saúde e de sanitarista. Ele disse que esse é um pleito legítimo e antigo da Associação Nacional dos Auditores do Brasil, dos sanitaristas e de outros especialistas em saúde, que apontam a criação de tais carreiras como a melhor solução para evitar o desvio de recursos do setor.

- Essa é uma dívida da administração pública federal que se arrasta há anos, pois o Ministério da Saúde não admite a necessidade de criação das carreiras, essenciais para a estruturação de um sistema de auditoria da saúde. Também o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão anterior havia prometido instituir as carreiras, mas não cumpriu - reclamou o senador, acentuando a necessidade de o governo criar mecanismos que possam contribuir para que os recursos de saúde sejam corretamente empregados.

Tião Viana afirmou que está mais confiante em uma solução para a questão pois esteve reunido, em companhia de auditores e de outros parlamentares, com o atual ministro do Planejamento, Guilherme Dias, que, segundo contou, "demonstrou total sensibilidade e assumiu o compromisso de resolver o problema".

Cursos da Bolívia

O senador também cobrou do governo federal uma solução para os jovens brasileiros que decidem fazer cursos de Medicina no exterior, cursos que depois não são reconhecidos pelo Ministério da Educação. Segundo ele, estão nessa situação mais de oito mil brasileiros, sendo que cinco mil são da região Amazônica e vão, em sua maioria, para uma faculdade da cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, que não exige o vestibular.

- Não existe um consenso entre o Ministério da Educação, o Conselho de Educação e o Conselho de Saúde sobre o assunto e com isso esses jovens médicos não podem exercer a profissão quando retornam ao Brasil - informou o senador.

Tião Viana reconheceu que existe uma questão ética a ser resolvida pois esses alunos acabam tendo oportunidade diferenciada dos outros que estudam no Brasil. Por outro lado, observou, o governo precisa normatizar de forma clara e objetiva a matéria para evitar a evasão de recursos humanos e materiais.



26/04/2002

Agência Senado


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