Tião Viana espera receber nova representação contra Renan nesta terça



A nova representação do PSOL contra opresidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deverá chegar nesta terça-feira (18) às mãos do 1º vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC),segundo informou o próprio vice-presidente nesta segunda-feira (17). Assim que estiver de posse da denúncia, relativa à suposta participação de Renan num esquema de arrecadação de recursos para o PMDB em ministérios, Tião Viana convocará reunião da Mesa para "provavelmente acolher" a representação e encaminhá-la ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

- A representação está com o presidente Renan, e não há um prazo regimental para que ele a encaminhe a mim, mas eu acredito que isto se dará amanhã [nesta terça] - disse tião Viana, que está encarregado de conduzir os trabalhos da mesa nas questões que envolverem denúncias contra Renan.

O presidente e o 1º vice do Senado têm uma reunião marcada para as 20h desta segunda, logo depois que Renan chegar de Maceió, onde encerrou um período de descanso iniciado na sexta-feira (14). Além dos processos que correm contra o presidente, os dois deverão discutir a possibilidade de retomada da pauta do Senado, cujo item mais polêmico é a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

- O dia seguinte ao julgamento do pedido de cassação do presidente [quinta, 13] mostrou um agravamento da situação de Renan, o que está dificultando a prorrogação da CPMF, face às pressões da oposição - analisou Tião Viana.

Mas o vice-presidente disse que não poderia opinar sobre a necessidade de afastamento ou licença de Renan, sem parecer que estivesse "advogando em causa própria", uma vez que é o primeiro substituto do presidente do Senado.

Tião Viana disse ainda que embora os partidos de oposição estejam ameaçando não votar a CPMF se o presidente permanecer no cargo, Renan mostrou que irá buscar de forma obstinada um entendimento com a oposição. De todo modo, Tião Viana entende que Renan teve um fortalecimento momentâneo com a absolvição no primeiro processo, mas lembrou que outras representações estão na fila.

A próxima, que trata do suposto tráfico de influência de Renan em favor da cervejaria Schincariol, deve ser apresentada ao Conselho de Ética na quarta-feira (19), de acordo com o relator da matéria, senador João Pedro (PT-AM). Ele não quis adiantar seu parecer, mas disse que está satisfeito com as informações que colheu com o PSOL e Renan.

- O presidente negou qualquer envolvimento com a cervejaria - afirmou o senador amazonense, que prefere esperar a manifestação de seus pares, antes de proceder novas apurações.

Tanto o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) quanto o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) consideram frágil a denúncia relativa à Schincariol. Para o senador paranaense, os indícios contra o presidente do Senado são fortes nas representações que tratam da suposta utilização de terceiros na compra de rádios em Alagoas, de autoria do PSDB e do DEM, e a do suposto esquema de fundos do PMDB.

Mas Gilvam Borges e Alvaro Dias divergem quanto à conveniência do afastamento de Renan, de modo a normalizar os trabalhos do Senado, como defende a oposição. O senador amapaense diz que, a despeito das outras representações, Renan já venceu a guerra em torno do seu mandato e está fortalecido. Cientes disso, de acordo com Gilvam, os líderes partidários já estão negociando com eleum entendimento, pressionados pela urgência de matérias importantes como a CPMF e o orçamento.

- A meu ver, o governo tem muito o que negociar para aprovar a CPMF, porque precisa de 49 votos e só tem 41 - avaliou Tião Viana.

Para João Pedro, a disputa entre o governo e a oposição se estenderá à indicação dos relatores das representações das rádios e da arrecadação de fundos. Para ele, a primeira não poderá ser relatada por ninguém do DEM ou do PSDB, partidos autores da denúncia, e a segunda não poderá ficar com o PMDB, partido de Renan. Na avaliação do senador amazonense, é possível que o presidente do conselho, Leomar Quintanilha designe uma comissão de investigação a exemplo do que ocorreu na primeira representação, que tratava do suposto pagamento de despesas pessoais de Renan por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.



17/09/2007

Agência Senado


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