TIÃO VIANA QUER CONSELHO DE NOTÁVEIS PARA FECHAR FACULDADES DE MEDICINA RUINS



Ao denunciar a má qualidade de muitos cursos de Medicina no país, o senador Tião Viana (PT-AC) pediu nesta terça-feira (dia 30) ao Conselho Federal de Educação que institua uma comissão de notáveis para definir o perfil do profissional de saúde necessário para o Brasil e acabar com as faculdades que não estão funcionando bem. Ele estimou que metade das escolas médicas do país deveria ser fechada por não oferecer condições mínimas de qualidade.- O conselho deve imediatamente implantar um modelo de fiscalização, avaliação e intervenção em busca da qualidade, da formação de profissionais de saúde preparados, do ponto de vista humanista e técnico, para atender a nossa população, atualmente tão carente de bom atendimento - disse.Para o senador pelo Acre, o Ministério da Educação tem tratado o problema da má formação dos profissionais de saúde com indiferença e insensibilidade. Ele completou que, mesmo constatando os péssimos resultados das faculdades de medicina registrados no Provão das universidades, o MEC vem fazendo "vistas grossas" sobre o assunto. Tião Viana quer que as más faculdades sejam substituídas por novas escolas, que seriam abertas a partir de critérios de qualidade definidos pelo MEC- Condições mínimas precisam ser estabelecidas. Queremos que o Brasil tenha responsabilidade de fechar as escolas que não preparam adequadamente os seus profissionais, e de abrir faculdades que, de forma ética, tenham compromisso com a formação humanística, universal e com a necessidade de atender à população nas suas necessidades básicas - sugeriu Tião Viana.O senador manifestou sua preocupação com o êxodo de estudantes da região Norte que procuram os países vizinhos, principalmente a Bolívia, para cursar o terceiro grau. Ele informou que atualmente são 5 mil brasileiros vivendo em situação duvidosa em termos de qualidade de vida, na busca de um diploma de nível superior. Tião Viana registrou que a distribuição de cursos médicos no Brasil é injusta. Ele disse que, no total, apenas quatro faculdades de medicina funcionam na região Norte e cinco no Centro-Oeste. Enquanto isso, o Nordeste dispõe de 12 cursos, o Sudeste 44 (sendo 36 no Rio de Janeiro) e a região Sul, 19. Em aparte, o senador Arlindo Porto (PTB-MG) ressaltou a necessidade da melhoria da qualidade do ensino superior. Ele comentou que, se as faculdades de medicina, com aprofundamento prático, estágio e residência, estão enfrentando estes problemas, os outros cursos estariam em situação pior ainda. Já o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) cobrou providências ao Ministério da Educação. "O custo pago para formar profissionais de nível superior é muito alto e a sociedade quer os resultados deste investimento", afirmou.

30/03/1999

Agência Senado


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