Tourinho alerta para vulnerabilidades do sistema elétrico brasileiro
O senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) listou nesta quarta-feira (13) as vulnerabilidades do sistema elétrico brasileiro, frisando que elas ameaçam qualquer pretensão de crescimento econômico do país em torno de 5%. O senador alertou para a insegurança jurídica e para a falta de financiamentos, acrescentando que, antigamente, a única vulnerabilidade era uma possível falta de chuvas. Hoje, no entanto, disse o senador, esta é a maior vulnerabilidade, porque os reservatórios não têm mais a capacidade de suportar cinco anos sem chuva.
- Agora, é preciso chuva todo ano para que possam atravessar o período seco - observou.
A segunda maior vulnerabilidade apontada pelo senador é a total dependência do gás natural boliviano, tanto em relação a preços quanto ao próprio fornecimento. Tourinho acrescentou o não cumprimento pela Argentina do contrato de fornecimento de gás com o Brasil, representando cerca de 2.000 MW de energia.
- Influenciado, certamente, pela atitude da Bolívia e pelo exemplo dado pelo governo brasileiro, o Paraguai resolveu alterar o contrato de financiamento de Itaipu sobre os 4.800 MW médios de energia. O Paraguai quer mais US$ 100 milhões e aparentemente sua demanda será acatada desde que aquele país pare de reivindicar mudanças nas regras das dívidas de cerca de US$ 19 bilhões de Itaipu com o Tesouro e a Eletrobrás - assinalou.
Tourinho ainda citou os problemas relacionados à Térmica de Cuiabá, que está questionando o contrato original, que era de fornecimento de energia e não de gás natural. Ele continuou citando os impedimentos ambientais sem precedentes para a construção de usinas hidrelétricas, o que tem acarretado uma pequena participação desse tipo de energia nos leilões de energia nova feitos pelo governo.
- Às dificuldades ambientais somam-se problemas decorrentes das dificuldades de obtenção de financiamentos externos de organismos internacionais como o BID e o Banco Mundial, decorrentes de preocupações ambientais desses bancos. Não creio ser possível bancar a execução de empreendimentos com recursos de estatais que, além de descapitalizadas, face os baixos preços da energia que vendem, estão limitadas pela obrigatoriedade de geração de superávits primários - disse o senador.
13/12/2006
Agência Senado
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